Letícia 29/04/2020
Inverno do mundo é o melhor título para essa fase da humanidade, um período de atrocidades, que sempre fico me perguntando, mesmo já sabendo da História: 'como pode?'
Follett nesse segundo livro da trilogia, nos apresenta os filhos crescidos dos personagens do primeiro livro, quem eles são, o que vão enfrentar, suas dores e desafios. Assumo que um lado meu ficou chateado por não ter os personagens que tanto curti no primeiro livro como principais no segundo, mas ao longo das páginas vamos entendendo que só iria funcionar se fosse desse jeito.
A Segunda Guerra Mundial sempre mexe comigo, a capacidade do homem ser mal, de objetificar o outro. No livro apesar de ser ficção, é muito inspirado pela História oral, devido as muitas narrativas, pessoas que tiveram suas vidas destroçadas devido decisões de uma meia duzia de homens. Apesar de não ser uma leitura fácil, imagina: assassinar alguém apenas porque não concorda comigo, é uma leitura necessária, para que possamos observar o quão frágil é a nossa humanidade.
Um ponto muito interessante no livro é o fato de não ter heróis, Follett nos apresenta as narrativas e nós decidimos, cada personagem tem suas opiniões e erram muito, toda hora. Alguns tem sua rendenção outros são muito ruins para ter algo assim.
Teve uma morte que me doeu muito, um personagem idealista, sonhador, mas que foi massacrado por falar em voz alta que o nazismo estava matando inocentes. Ao mesmo tempo que doeu, fiquei me perguntando se eu teria a mesma força para colocar a própria vida em risco em prol do bem coletivo, eu não sei.
Por fim, é de dar medo algumas semelhanças do tempo presente do as vesperas da 2a Guerra, é de dar medo ver eco de discursos fascistas no tempo presente.