TOMERBEAST 05/01/2024
Uma digna continuação
Nada poderia ser pior do que a Grande Guerra. Além de mortífera e devastadadora, ela era considerada, sobretudo, única.
No entanto, a História nos diz diferente. E não precisamos (ou assim espero) do livro ?Inverno do Mundo?, de Ken Follett, para nos dizer isso. Esta obra, mesmo assim, através de pesquisa detalhada do autor e de uma capacidade narrativa excelente, consegue mostrar fragmentos desse período tão marcante para, por fim, nos ensinar algo: nunca mais.
Quanto a narrativa, agora: como no livro anterior, o eixo narrativo britânico, ou seja, envolvendo as famílias Williams e Fitzherbert, não decepcionou. Lloyd Williams, o protagonista do livro, é, para mim, uma versão melhorada de Billy, meu personagem favorito do livro anterior. Com a moderação de Ethel, ele ainda demostra a paixão dos mineiros de Aberowen e uma vontade sem fim de quebrar paradigmas e melhorar o mundo. Ademais, a adição de Daisy na história, fazendo ponte com a família Peshkov, adicionou muito a essa dinâmica inglesa, mostrando a também difícil vida das mulheres que ficaram em casa num período de guerra absoluta. Woody Dewar e Carla Von Ulrich retrata a decadência e posterior reascenção do diálogo em um período onde o autoritarismo era tendência. Ambos passaram por inúmeras tragédias durante o livro, mas conseguem, com esforço, encontrar uma razão para continuar vivendo. Ademais, em continuidade ao livro anterior ?Queda de Gigantes?, esse livro trás outros temas socialmente importantes para a época: homossexualidade, a divisão entre a esquerda, a questão racial americana e outros.
Conclui-se, assim, que vale a leitura do livro. Seja para aqueles que gostam de um bom drama ou para os amantes de História, o livro é recheado de emoção do início ao fim.