Caverna 13/12/2016
O primeiro dia de aula em uma escola nova nunca foi fácil pra ninguém, muito menos para um garoto de 11 anos, como Artie. Porém, não bastando o fato por si só, o dia dele começa intenso: ele cai da cama, bate a cabeça, seu irmão mais novo suja seu cabelo e sua camiseta, no caminho ele é acertado por uma poça d'água que molha suas calças e, para completar, chegando na escola o diretor está na porta e seu cachorro aparece, gerando uma confusão. Para piorar, ele vira alvo do cara mais popular da escola. Achando que não pode piorar, Artie parece atiçar cada vez mais o humor negro de Murphy: as coisas pioram, sim, cada vez mais.
No meio da tarde, Artie apaga e acorda no dia seguinte, caindo da cama e... epa! Tudo acontece de novo. Artie se vê preso em um loop infinito que, ao invés de apenas imitar o dia anterior, transforma as cenas em um caos maior ainda toda vez que ele tenta mudar as coisas para tentar melhorá-las.
O livro é hilário. Quando você acha que finalmente algo normal irá acontecer, as coisas mais absurdas acontecem e nós ficamos rindo e sentindo um toque de horror. Enquanto Artie tenta evitar passar por tudo que já passou mais uma vez, as teorias começam a se formar em nossa mente e na mente dele, numa tentativa frustrada de mudar sua segunda-feira amaldiçoada.
A escrita de Stine é leve, bem humorada e um pouco ácida. Apesar de dar a impressão de que vamos nos cansar de ver a mesma coisa, isso não acontece, porque Stine soube mudar o cenário toda vez que estamos prestes a achar que sabemos alguma coisa. Dessa maneira, o final do livro chega e só descobrimos tudo no último capítulo. O final me surpreendeu muito, positivamente. Achei extremamente criativo e diferente. Eu esperava tudo, mas certamente não o que foi.
Foi um dos primeiros livros do selo Seguinte e fez jus ao nome da Companhia - a diagramação é ótima, letras grandes o suficiente para o estilo de livro e, a cada dia novo, temos uma página de caderno escrito "Primeiro Dia", dando um toque especial.
É um livro infantil, mas que agrada a todos os públicos; para nós, uma ótima leitura para quando estamos em alguma fila, esperando alguma coisa e queremos nos distrair e dar boas risadas.
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