Érica | @aquelacomlivros 10/11/2015
9 passos para chocar a sociedade e dar uns pegas num Marquês gostosão
Toda vez que leio um romance de época, me imagino naquele século e em como eu seria. Claro que com a cabeça de hoje, penso que eu chutaria uns sacos e sambaria com roupa de baixo no meio da rua só pra causar mesmo, mas o fato é que muito provavelmente eu não teria a mente tão criativa e rebelde assim, então eu me coloco naquela situação com os paradigmas da época junto à minha personalidade e me vejo exatamente assim como a Calpurnia, cansada daquela merda toda e se atrevendo, mesmo que escondida, a se libertar e viver mais do que fosse permitido.
Falando em Calpurnia, ou Callie como é chamada pelos íntimos, apesar do que aparenta a sinopse pela quebra de regras, a nossa mocinha não é daquelas atrevidas de nariz em pé e queixo erguido que chama a atenção pela sua altivez, longe disso! Ela é irmã do conde de Allendale e uma típica dama da sociedade londrina com uma reputação exemplar e imaculada. Ainda que pertença à família de um conde, tenha um dote abastado e possua a melhor educação com todos os atributos necessários para ser uma boa esposa, Callie não é considerada uma mulher atraente para os padrões da moda (nada diferente de hoje em dia!) e por causa disso, só é motivo de cobiça para homens velhos, falidos e beberrões. Dona de uma silhueta mais rechonchuda e um rosto comum, a nossa mocinha chega aos vinte e oito anos sem êxito em conseguir um marido e, antes que pudesse perceber, já tinha se tornado uma das solteironas que sentavam no canto dos bailes sem convite para uma valsa. Por causa disso e dos comentários maldosos de uma gente infeliz que merece ser queimada com óleo fervendo, Calpurnia acredita que seu destino está fadado a ser titia e sua autoestima se reduz a pó. Desse modo, ela desfruta dos livros de romance “proibido” para saciar seus desejos e sonhar com seu amado, que nada mais é do que um dos maiores libertinos de toda Londres, o marquês de Ralston. Um dia, ela toma uma decisão e faz uma lista com 9 coisas que uma dama jamais poderia fazer, mas que ela adoraria experimentar e logo vai tratar de riscar a primeira delas.
Gabriel é um tipo bonitão, aventureiro e que vive sua vida de maneira nada cavalheiresca. Aos 10 anos, presenciou uma cena que o traumatizou para sempre fazendo com que a ideia de dividir sua vida com alguém não tivesse a mera possibilidade. Certa manhã, seu irmão gêmeo trouxe a notícia de que eles tinham uma irmã, filha ilegítima de sua falecida mãe, e agora que seu pai morreu ela estava desamparada. O problema era que Juliana era italiana e nada sabia sobre os costumes londrinos, além de carregar com ela a má reputação da mãe e do próprio marquês, tornando difícil a aceitação da sociedade. Ainda pensando no que fazer com essa situação, Gabriel se depara com uma intrusa em seu quarto no meio da noite garantindo ser uma dama, mas fazendo um pedido nada apropriado para uma: que ele a beijasse. Intrigado com aquele pedido, mas nada desinteressado, o marquês percebe que está diante da pessoa perfeita para ser a madrinha de Juliana e propõe uma troca de favores, ao que ela aceita, e então, ele dá àquela estranha dama o beijo mais ardente que pudesse dar, surpreendendo até a si próprio. Ralston e lady Calpurnia começam aqui um relacionamento nada convencional e querendo entender o que diabos deu na cabeça de uma lady para fazer tal coisa, o marquês acaba se envolvendo nas peripécias de Callie e pior ainda, ajuda ela a realizar tais atrocidades.
Um romance entre uma perfeita dama que se veste de homem, fuma charutos e frequenta clube masculino e o típico libertino que valoriza a família, descobre o amor e vira cúmplice de uma aspirante a libertina. Obrigada querida Zana, por compartilhar comigo essa história incrível, eu realmente adorei a leitura e me diverti muito com as armações de Calpurnia! :D