Lina DC 30/09/2017É nesse livro que observamos que não existe uma linha divisória clara entre a Raça e os Renegados. Nem todos os vampiros da Raça são bondosos. É claro que foi mostrado a ganância e a avareza nos outros livros da série, mas em "O véu da meia noite" vemos uma maldade mais profunda, personagens que beiram ao sádico, que não respeitam a vida humana, a vida de outros membros da Raça ou a vida de Companheiras.
Após os desdobramentos do quarto livro, a Ordem decidiu procurar Sergio Yakut, um vampiro da primeira geração. Yakut vive isolado com o seu clã, que é composto por seu filho Alexei, um sujeitinho desprezível, alguns vampiros que atuam como guarda-costas e Renata.
Renata é uma companheira de raça excepcional, que possuí um poder psíquico extraordinário, mas também age como uma guerreira. Mais do que capaz de lutar, essa personagem desperta no leitor diversos sentimentos: compaixão, inspiração e a necessidade profunda de protegê-la. Se no interior Renata passa uma atitude fria, é quando ela está cuidando de Mira que vemos seu verdadeiro caráter. Como acontece com a maioria das companheiras, a vida de Renata não foi fácil. A única pessoa em quem ela confia é Jack, um homem que dirige um refúgio para meninos, a "Casa da Anna".
Mira é uma criança de 8 anos de idade, com um poder extraordinário que infelizmente cobra um preço muito alto para a garota. Vivendo com Yakut, Mira tem em Rê (é como Mira chama Renata), a mãe inexistente. E Renata é capaz de virar uma leoa para proteger Mira.
"Nikolai observou a jovem garota - uma menina de um metro de altura que, de alguma maneira, tinha assustado um vampiro da Raça em meio a uma missão para matar um dos membros mais formidáveis da Raça. Devia ser brincadeira". (p. 35)
A Ordem envia Niko para Montreal, na tentativa de realizar um contato com Yakut. Niko é um personagem que até o momento não havia chamado muito a atenção, mas que nesse livro mostra uma personalidade mais do que cativante. Niko é o tipo de pessoa que gosta de arriscar-se, de sentir a adrenalina em alta e que tem um histórico familiar conturbado. Fica claro que ser um guerreiro não é apenas uma obrigação para ele, Niko gosta do que faz.
A interação entre os dois é construída de modo gradual, pois estão em lados opostos quando se conhecem e as informações que tem um do outro são escassas. A química entre eles é envolvente, do tipo relacionada totalmente à luxúria, mas fica claro que não é apenas sexo, existe um sentimento envolvido. O interessante sobre esse casal é que diferentemente da maioria dos livros anteriores, o relacionamento deles é mais igualitário. Niko sabe desde o início que Renata é uma guerreira e mesmo querendo mantê-la protegida, aceita muito bem esse lado dela.
Novos personagens irão surgir nesse núcleo de Montreal, como o fiscal da população vampírica de lá, o Edgar Fabien.
Em paralelo a essa trama, temos acontecimentos importantes em Berlim, relacionado à Andrea Reichen e sua "namorada" Helene.
Esse livro é recheado de ação, romance e cenas hots como os livros anteriores, mas também traz uma lição sobre segundas chances.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A capa segue o esquema das capas dos livros anteriores, porém a escolha de um casal tão jovem (parecem adolescentes) não combinou com a descrição dos personagens.
"- Agradável - disse ele, lançando um olhar irônico sobre o ombro largo.
- Não aceitaria agradável?
- Essa nunca foi uma de minhas especialidades". (p. 192)