Homem-Máquina

Homem-Máquina Max Barry




Resenhas - Homem-Máquina


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Clio0 05/04/2020

Max Barry retoma um dos temas mais queridos da ficção científica e o reinventa para o século XXI.

Em o Homem-Máquina, Charles Neumann é um cientista misantropo que pouco a pouco vai substituindo partes do seu corpo por equivalentes cibernéticos.

Nada de novo no conceito, mas o desenvolvimento é, pois seu autor busca entremear o conceito com a disforia corporal (onde a pessoa não se sente bem com seu corpo biológico) e mostra como a Inteligência artificial e a psicologia do sujeito podem interferir com o processo.

É um tema pesado, mas a escrita é dinâmica já que tudo se passa pelo ponto de vista de Neumann que apresenta certas tendências sociopáticas.

Boa história, eu recomendo.
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gleicepcouto 13/09/2012

Ser humano é ser imperfeito
http://murmuriospessoais.com/?p=4285

***

Homem-Máquina (Intrínseca) é o quarto romance do escritor australiano Max Barry. A obra começou como um apanhado de escritos que o autor disponibilizou em seu site - cada dia, uma página da série, e isso durante nove meses. A história foi aumentando, ganhando ar mais profissional, até que o próprio autor adaptou-a para torná-la um livro.

Homem-Máquina conta a história de Charles Neuman, um engenheiro que trabalha em um laboratório de ponta, chamado Futuro Melhor. Ele não é muito bom em fazer amigos ou em se relacionar com outras pessoas, mas, em contrapartida, entende tudo de máquinas. Por isso, certo dia, quando sofre um acidente no trabalho e perde parte de sua perna, não se preocupa muito. Afinal, poderia desenvolver uma substituta e muito mais arrojada para si.

Lola Shanks, que é especialista em prótese, o ajuda na fase inicial, de adaptação, quando Charles ainda andava com a ajuda de uma vareta. Ela, porém, passa a acompanhar a jornada do engenheiro em busca de aprimoramento, não só para a sua perna amputada, mas para outras partes do corpo que, aos poucos, deliberadamente, ele vai se livrando.

A empresa Futuro Melhor vê uma oportunidade de lucrar nesses membros criados por Charles. Algo grande poderia surgir dai. Mas ele estaria disposto a doar suas invenções para objetivos diferentes do que ele imaginou? Conseguiria viver sem suas partes-máquina, mesmo sabendo que suas existências poderiam se tornar um risco para as pessoas, inclusive para aquelas as quais ele aprendeu a amar?

Acho interessante como livros que tratam da mecanização do homem são os que mais fazem pensar em nossa humanidade. Adoro isso. É o caso desse livro. A fórmula não é nova, eu sei. Há outros livros sobre o assunto e podemos perceber algumas semelhanças aqui e ali. Mas não interessa. Max Barry conseguiu dar o seu toque pessoal em Homem-Máquina.

Barry deu vida a Charles, um gênio anti-social não satisfeito com as limitações de seu corpo. A cada upgrade, por assim dizer, nos defrontamos com suas ideias lógicas, mas estapafúrdias, tentando justificar a amputação dos membros em prol de uma versão máquina deles. Ao mesmo tempo, a sensibilidade de Charles aumenta, contraditoriamente, à medida que vai virando máquina. Ótimo paradoxo mostrando que não basta ser humano para agir como um.

Os demais personagens, principalmente Lola, são essenciais para a história de uma maneira que nos surpreendemos. De início, podemos ter a impressão de que só se tratam de personagens secundários, e de certa maneira, o são, mas eles ganham importância na trama e, como são bem construídos, tornam-se indispensáveis.

A história, por si só, já é louca, mas aos poucos torna-se surreal ao extremo. Não há limites para a cabeça de Max e ele não impõe, em momento algum, esse limite aos seus personagens. É angustiante acompanhar o desenvolvimento da história. Queremos que Charles pare, que ele perceba que é bacana do jeito que é. Mas como enfiar isso na cabeça de alguém que quer uma conexão wi-fi embutida em algum membro?

Apesar de ser narrado em primeira pessoa, por Charles, de forma alguma o livro é monótono. Barry conseguiu embutir certa leveza em assuntos sérios. Nos pensamentos de Charles há dilemas, humor, críticas, mas também, bem escondido, sentimentos.

Barry nos faz pensar na nossa dependência atual pela tecnologia e na importância exacerbada que damos a ela. Óbvio que não há mais como voltar no tempo, nem negar a importância de certos itens em nossas vidas. Mas temos que parar para pensar no quanto somos influenciados por isso em nosso dia a dia e até que ponto viramos reféns das novidades tecnológicas. Com uma ironia lúgubre e emoções tratadas de forma tocante, Max nos ajuda a aceitar as limitações que existem em cada um de nós. Ele nos mostra que ser humano é ser imperfeito.

Autor(a): Max Barry
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Páginas: 284
Valor: $25 a $35
Extra: Compre o livro AGORA!
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Raphael.Kieling 06/11/2021

Incrível
Esse foi meu livro de entrada pra esse mundo de ficção.

Resumidamente sem querer repetir o que já foi dito, a escrita é muito bem feita e me senti dentro daquele mundo. As relações entre os personagens são bem rasas mas acho que foi proposital já que o personagem não ajuda muito a criar alguma relação.

Enfim, viajado como toda ficção mas fiquei feliz de ter dado uma chance
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Arthur 01/12/2012

Inspirado? Memorável? Instigante?
Meu encontro com o "Homem-Máquina" aconteceu por acaso, eu estava de bobeira numa livraria quando me deparo com este livro, que havia um mês que tinha sido lançado. Inicialmente, a edição da capa me chamou muito a atenção, e logo em seguida, o título. Li rapidamente a orelha do livro, mas como sou fanático por ficção científica, não pensei duas vezes e comprei. Fiquei estufado de expectativas, o que,infelizmente, não pude evitar.

Cheguei em casa, deixei tudo para depois e comecei a lê-lo. Poucas páginas depois, as minhas expectativas começaram a desaparecer.

O livro é narrado em 1ª pessoa pelo personagem principal Charles Neumann, um engenheiro mecânico que parece ter nascido na sociedade criada por Aldous Huxley em "Admirável Mundo Novo", indiferente às naturalidades humanas, onde todos os outros seres-humanos são os "selvagens". As frases são curtas e ele não se apega aos detalhes, talvez, isso tenha sido uma estratégia estilística de escrita do Max Barry, para refletir a personalidade um tanto vazia de Charles Neumann, ou mesmo, a sociedade moderna e científica que detém da objetividade e clareza. Essas características logo me causaram um baque, pois eu acabara de sair do intenso transe que o livro "Duma Key" do Stephen King me causara, que, ao contrário de "Homem-Máquina", possuía uma escrita treinada e sofisticada, como também, um enredo profundo que se apegava principalmente aos detalhes.

Charles parece ser isento da "normalidade", possui uma personalidade bastante peculiar. Entretanto, não há explicações do porque ele é assim, ele simplesmente é assim. Louco. É difícil identificar-se com este personagem justamente pela falta de implicações e explicações de seu modo de viver e de pensar. Logo, o livro torna-se menos imersivo, e, junto com uma linguagem objetiva demais, deixa-o ainda mais introspectivo.

Não possui um grande enredo, na verdade, é quase um livro romântico muito estranho sobre um homem que respira tecnologia e de uma mulher que gosta muito de próteses e que numa estranha, mas não menos inoportuna ocasião, se apaixonam. E invés de uma vilã querendo roubar o homem, há as Contornos (as próteses que Charles constrói para si) que "adquirem" uma certa vontade própria e, de certa forma, impedem a felicidade do casal.

Dou três estrelas para este livro, pois a bonita edição da editora Intrínseca merece ser levada em conta, a coragem do Max Barry por ter escrito este livro também e o final que dizem ser espetacular (fiquei preso no capitulo 11).

Talvez eu esteja sendo injusto e, talvez, eu tenha criado um grau comparativo muito alto por ter acabado de ler um livro de alto nível como "Duma Key", mas definitivamente "Homem-Máquina" ganhou um lugar no Limbo dos Livros da minha estante.
Andrea 10/01/2013minha estante
Você não leu só o final pra ver o como terminava? É muito 'o que tá acontecendo aqui?'. Nem vou falar surreal porque o livro é ficção científica, então deveríamos esperar isso, mas achei meio nada a ver. Queria ter abandonado antes de ter perdido meu tempo.


Márcio Lima 16/09/2013minha estante
"Dou três estrelas para este livro, pois (...)"

Diz que dá três estrelas para o livro, mas marca apenas duas estrelas na cotação...

Vai entender...




naniedias 24/09/2012

Charlie é um engenheiro aficcionado por tecnologia e uma negação total em se sociabilizar. Por isso, quando perde o celular, ele fica muito apreensivo - como ele poderia viver sem o seu celular?
Ele não sossega enquanto não consegue encontrar o aparelho, mas quando finalmente o acha, acaba esquecendo que está em uma sala de testes com máquinas potencialmente perigosas. Um acidente acontece. Charlie perde uma perna.

O período passado no hospital não é fácil, mas as coisas começam a ficar melhores quando Lola - a responsável pelas próteses por quem Charlie prontamente se apaixona - traz as próteses para o engenheiro.
Quando vê o quanto elas são simplórias, sua mente inventiva começa a funcionar e ele decide que irá criar uma prótese melhor para si mesmo.

E é então que as coisas saem da linha, afinal de contas, um engenheiro acostumado com tecnologia e com o que há de melhor não pode se curvar às limitações impostas pela biologia, certo?!


O que eu achei do livro:
Eu ainda não consegui decidir se gosto ou não desse livro. Definitivamente eu tenho medo do Max Barry por ter pensado nessa história.

Na verdade, ele não pensou totalmente sozinho. Homem-Máquina nasceu como um projeto online, onde durante nove meses o autor postava uma página da história por dia e ouvia o feedback dos leitores - que ajudavam com opiniões e sugestões. Segundo o próprio autor, nem tudo foi acatado, mas mesmo as sugestões não utilizadas na história auxiliaram a formá-la de algumas maneira.
A versão final do livro, que foi publicada em papel, não é a mesma que foi publicada online - até porque a maioria das páginas foi escrita no dia anterior à sua publicação, o que não dava muito tempo para revisar o trabalho. De forma geral, ele define esse livro online como um rascunho para a versão final da história de Charlie.
Ainda assim, tenho medo de Max Barry.

A escrita do autor é muito gostosa e a leitura é super dinâmica! O livro flui e o leitor não resiste a ler mais um pouquinho - tentado a saber até onde Charlie terá coragem de ir. E ele vai longe, longe demais. Não apenas ele, mas Lola, Cassandra, Carl e Jason também.

Os personagens são bastante estranhos - quase caricaturas de estereótipos da vida real. A crítica que o autor faz à sociedade através de seus personagens e de suas atitudes extremistas é muito interessante. Ele critica a sociedade capitalista, que visa o lucro acima de tudo; a tecnologia sem limites; a inabilidade social.
E tudo isso recheado com um humor negro.

Sim, para mim é humor negro. Não posso negar que eu ri em vários momentos desse livro. Eu ri mesmo. Mas me senti culpada por estar rindo em tantos outros, justamente porque as situações são no mínimo bizarras.
O que o Charlie faz com o próprio corpo e as justificativas que ele tem... é até difícil falar sobre isso (principalmente porque não quero entrar em detalhes. Leia e veja do que Charlie é capaz). A história é contada em primeira pessoa por Charlie e, portanto, podemos vislumbrar tudo o que ele está pensando enquanto comete seus atos insanos, mesmo que ele tente se justificar.
Aqui fica um alerta: o livro não deverá ser lido por crianças, nem por pessoas fracas. A história é bastante forte, como eu mencionei acima, Charlie não tem limites e não hesita em fazer o que acha que vale a pena - mesmo que isso seja totalmente inaceitável de todos os pontos de vista pensáveis.

Em um primeiro momento, eu apenas achei que ele queria fazer coisas melhores. Aprimorar uma tecnologia - a das próteses - que não estava tão avançada quanto a ciência contemporânea (contemporânea ao livro, não há uma definição muito clara da época em que os eventos se passam... embora possa muito bem ser hoje em dia ou em um futuro muito próximo). Na cabeça dele é quase isso que ele está fazendo, só que ele ultrapassa o limite do que é lógico e aceitável (segunda a ótica de quem?! De qualquer pessoa exceto ele mesmo, Lola e Cassandra). Só para dar um gostinho do nível de insanidade do protagonista, ele resolve que a perna que ele não perdeu - isso mesmo, a perna boa - é uma limitação biológica da qual ele precisa se ver livre, porque as pernas que ele criou são obviamente superiores. Sério. Ele faz isso, quero dizer, cortar a própria perna para poder implantar a prótese que ele criou. Eu disse que era pesado e insano e bizarro.

Quão longe estamos dispostos a ir em prol de melhorias? De uma tecnologia mais avançada?
Confesso que não foi apenas o Charlie que me desconcertou. Seus assistentes com suas invenções - tal qual a Pele Melhor - também me deixaram atônita.
Será que realmente precisamos ir tão longe para tornarmos melhor frente ao que a sociedade considera melhor? E é uma boa saída recorrer à tecnologia desmedida para isso?

Sabe o que acho que realmente me assustou tanto ao ler esse livro? A probabilidade de que algo desse nível um dia se torne verdade.
Ok, talvez não o Charlie - ele é realmente demais.
Mas a Pele Melhor ou as Lentes Z são melhorias que eu imagino que estarão disponíveis no mundo em pouco tempo. E apesar de um pouco mais leves, ainda assim são bizarras.

A edição da Intrínseca ficou excelente! Acho que o tradutor deve ter tido algumas boas dificuldades para conseguir passar para o português um livro tão difícil, mas o resultado final ficou bastante agradável.
A capa é muito bacana e foi um dos motivos que me fizeram ler o livro. Mas agora que conheço a história sei que esse cara não é o Charlie. Ei, o cara é todo fracote, nunca teria aqueles braços e peitoral como estão na capa.

Max Barry escreveu uma ficção-científica como eu nunca havia lido igual. Personagens perturbados, tecnologias incríveis, atitudes extremistas - tudo deveras assustador! E cômico.
Divirta-se lendo Homem-Máquina e se pegue refletindo sobre que rumo os adventos tecnológicos estão tomando.
É preciso ter estômago forte para encarar o livro, mas até que vale a pena ler a história, mesmo que você vá odiar (e eu honestamente espero que odeia) Charlie e sua desumanidade.

PS: Quem é da área de tecnologia, como engenharia ou computação, com certeza irá entender os termos técnicos empregados pelo protagonista.
O mais engraçado é quando ele usa esses conceitos para descrever situações cotidianas.
Por exemplo, quando ele diz que tudo é um sistema e poderia acontecer um deadlock por causa de um saleiro. É hilário. Para quem está curioso, a situação "Deadlock do Sal" está na página 130.


Nota: 8
Dificuldade de Leitura: 6


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Isaías GO 14/11/2012

Homem-Máquina e a busca do "eu".
Homem-Máquina é uma viagem em busca do que significa ser "eu". Charles Neumman, o protagonista, é um engenheiro que trabalha num laboratório de alta tecnologia e que tem sérios problemas de relacionamento. Depois de uma acidente em que perde uma das pernas, Charles inicia uma busca por "aprimoramento", ou seja, substituir suas "partes" biológicas por "partes" artificiais de alta tecnologia.

A grande sacada do livro, em minha opinião, é: o que sou "eu"?
Falar mais pode estragar as surpresas, digamos apenas que o livro é narrado em 1º pessoa, ou seja, é um "narrador-protagonista" e alia o recurso discursivo a um frenético thriller de ação com momentos de humor ácido.

Em alguns momentos você tem vontade de implorar para que Neumman pare, mas ele não para...

Vale a leitura!
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SophiaGarcia 21/12/2015

Não consigo definir esse livro
Eu comprei esse livro pela capa, achei ela bonita pensei que história iria ser leve igual a ela, me enganei.

O livro não é difícil, mesmo com termos técnicos eu consegui entender sua linguagem. O que mais me intriga e como a história se desencadeou, as últimas 50 páginas me deixaram chocada, parecia que era o limite, estava tensa.

O livro não é perfeito, mas a vida também não é. De todas as lições do livro pra mim a mais importante é não adianta tentar ser perfeita, as coisas são do jeito que são.
GabrielPinal 01/08/2016minha estante
Recomendaria?




Vinicius 16/11/2022

Como seria a sua vida se você fosse completamente dependente de tecnologia? Tão dependente, que seus utensílios fossem “parte de você”…?

Então, basicamente a história apresentada no livro Homem Máquina escrita por Max Barry é esta. O enredo se desenrola sobre o engenheiro mecânico Charles Neumann, que trabalha numa grande companhia de desenvolvimento de novas tecmologias. Charlie é extremamente ligado a tecnologia e aparelhos eletrônicos. Esse gosto é tão grande que beira o absurdo.

Um dia comum, com qualquer outro, Charlie fica sem o seu smartphone, onde ele realizava quase todas as tarefas de seu dia como verificar emails, checar o trânsito, clima, e qualquer outra coisa que fosse possível. Essa situação, que para a maioria das pessoas é um problema corriqueiro, para Charlie causa um grande impacto no seu cotidiano, de tal forma que, na execução de um dos projetos de seu laboratório acaba ocorrendo um acidente. Neste acidente nosso personagem perde uma das pernas. Já em recuperação no hospital, Charlie conhece uma especialista em próteses, e partir daí, a vida dele começa a mudar.
Não satisfeito com nenhuma das próteses disponíveis, nem mesmo a mais sofisticada e com uma vasta gama de possibilidades, isso não é o suficiente. Com isso, o engenheiro começa a trabalhar em melhorias para sua nova perna biônica, adicionando peças, funções, facilidades, de tal forma que Charlie conclui que sua nova perna é melhor, mais útil e lhe serve melhor que sua perna humana comum. Então por quê não modificar sua outra perna também?

Com essa novas possibilidades com as novas partes de seu corpo adquiridas, a vida do engenheiro nunca mais vai ser a mesma. Seus pensamentos, suas atitudes e suas relações, mudam a cada dia e tomam uma nova cara. Seus dias jamais serão o mesmo, culminando num final impressionante e surpreendente.

E você, o quanto é dependente de tecnologia? Até onde iria para ter uma acesso melhor às facilidades que a vida moderna pode lhe proporcionar? Até onde o ser humano é capaz de ir em favor do progresso? Todos estes questionamentos são abordados nesta obra de ficção científica, que tenta retratar de forma humorada e exagerada os excessos do consumo humano por tecnologia, cada vez mais ávidos por novas possibilidades de facilitar a vida humana moderna.

Uma obra que merece atenção e que vai agradar principalmente as pessoas que são ligadas às áreas de tecnologia e engenharia, ou você que se considera um geek. Mas se você não se identifica com essas áreas de conhecimento, você vai se agradar com a boa escrita e com a história diferente que é contada. Mais que recomendado.

site: http://interessantedeler.blogspot.com/2015/03/resenha-homem-maquina-max-burry.html
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Bruno Leitor 26/04/2013

Homem-Másquina
''Quando criança, eu queria ser um trem. Não percebia que isso era incomum – as outras crianças brincavam com trens, não de ser um. Gostavam de construir trilhos e impedir que os trens saíssem deles. De vê-los passar por túneis. Eu não entendia isso. O que eu gostava era de fingir que meu corpo era composto por 200 toneladas de aço, impossível de ser parado. De imaginar que eu era feio de pistões, válvulas e compressores hidráulicos.''

Dr. Charles Neumann trabalha na empresa Futuro Melhor. Aparentemente é uma boa pessoa, apenas é antissocial. Mora sozinho, não tem amigos, vive longe da família e não namorou ninguém na ultima década, mas não consegue entender porque as pessoas se afastam dele.

Em um belo dia no trabalho acaba ocorrendo um acidente e perde um membro do corpo. A principio fica em choque, mas com o tempo vai percebendo que ele mesmo pode melhorar algo que a biologia o limita, então cria suas partes melhores: a Exegesis. Mais aperfeiçoado, autossuficiente, com wi-fi, armazenamento de dados, GPS, etc. Aos poucos começa a perceber que seu corpo é tão limitado quanto suas partes antigas apoiado pela empresa, que vislumbra lucros com projetos futuros de Neumann, começa a planejar a substituição de mais alguns membros. A questão é: onde essa história vai parar?


Não é bem o tipo de livro que eu leria, mas achei interessante o tema da crítica do autor, e após a leitura foi satisfatório ver pra onde caminha o homem quando busca aperfeiçoar e atualizar tudo o que possui.

No seu quarto romance, o autor mostra a vida de um homem sem interesse em convívio social, diversão, coisas simples da vida, mas sempre apontando defeitos na natureza e no próprio homem. E depois de conhecer uma mulher que poderia amá-lo do jeito que é, fica na dúvida se deve continuar se ‘’aprimorando’’ ou conseguir uma vida normal. O livro é cheio de reviravoltas e para uma crítica tem um bom final. Max Barry usa termos bem técnicos também o que nos deixa mais próximos do personagem, mas com um tom cômico e até piadas que dá gosto na leitura. Gostei e recomendo.

Estante de Carvalho
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http://www.oaksbooks.com/#!homem-mquina/cqbh
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MENINALY 13/08/2013

DECEPÇÃO
Quando fui a livraria e via a capa deste livro e a sinopse, fiquei louca para ler (homem (engenheiro) que perde a perna e coloca uma prótese e a partir dai começa a se mutilar para ter mais próteses e por fim virar uma maquina). Começo foi bem bacana, ou melhor, bem diferente, porém o autor se perdeu na estoria e o fim foi péssimo! Não sei como fui até o final. Que pena por que a premissa do livro é muito boa. Não recomendo!
Leonardo 21/08/2013minha estante
Tive a mesma sensação... o inicio do livro foi muito bom, mas depois ficou bem desinteressante! Acho que se o autor tivesse resumido o livro para umas 150 páginas teria dado mais consistência!!!


Walt 31/01/2015minha estante
Somos três, decepcionante o final.




phendragon 04/11/2015

QUAL O LIMITE DA SUA SANIDADE
Este é um daqueles livros que apresenta uma sinopse interessante e uma capa engraçada, mas que você precisa de uma motivação especial pra escolher e essa motivação vem através de uma resenha.

O tema desse livro é CYBERPUNK, este é um gênero da ficção científica que faz uma mistura na nossa realidade associada com altas tecnologias, implicando sempre em caos fazendo-nos questionar sobre o futuro. Filmes como Exterminador do Futuro, Matrix e Passageiro do Futuro, se enquadram neste tema.

Max Barry escreveu esse livro de uma forma inusitada: Todos os dias, através do seu blog, ele escrevia e postava uma página desta história, e assim, com a ajuda de fãs e leitores ele foi construindo, este, que na minha opinião é um grande clássico do cyberpunk contemporâneo. A história contida no livro, pode muito bem ser algo que está acontecendo neste exato momento, enquanto você lê essa resenha.

O Dr. Neumann trabalha em um avançado laboratório de pesquisa e após um acidente, ele perde uma das pernas. Querendo voltar a andar, ele usou uma perna mecânica, mas diante das limitações da mesma, ele criou uma perna nova e ela era boa... mas ele não descansou (risos)

Essa é uma história que riríamos se não fosse tão assustadoramente trágica, mas entendam, é uma comédia. Todos queremos avanços tecnológicos, quem não gostaria de lentes de contato que nos fizesse no escuro, ou ver com zoom, ou até mudar de cor de acordo com o desejo? Mas quanto você estaria disposto a dar para ter isso?

Como se não bastasse todas as questões éticas, filosóficas, religiosas, etc, fica a pergunta no ar, sem ser respondida: Quanto você estaria disposto realmente a dar pra ser um humano melhor? Em tempos onde já ouvimos que será tentado um transplante de cabeça, qual será realmente a distância entre os fatos do livro e a vida real?

Agradeço a todos por seguirem minhas resenhas e aproveitem para retornarem depois que lerem a série ou livro, pois gostaria muito de debater com todos vocês sobre suas opiniões. Abraços!

MARCOS GRAMINHA é leitor viciado em terror e vampiros. Conta com um acervo de mais de 1500 livros sobre esses assunto. Proprietário de um sebo na cidade de Vila Velha, dedica sua vida a desvendar os mistérios desses "filhos da noite".
contato: marcos.graminha@gmail.com

site: http://www.lerparadivertir.com/2015/10/homem-maquina-max-barry.html?showComment=1446658988784#c3679975916009616752
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Kein 12/04/2014

Boas ideias em um livro que peca muito.
Charles Neumann vive para o seu trabalho e totalmente dependente de tecnologias avançadas. Sua vida social, em compensação, é um verdadeiro desastre. Pois então há um momento de virada quando Charles acaba por perder sua perna em um acidente em seu laboratório em uma empresa de tecnologia de ponta, a Futuro Melhor. Aempresa paga por todos as suas despesas. Quando no hospital, ele conhece Lola Shanks, uma especialista em próteses, que é absolutamente fascinada por sua profissão e a possibilidade na substituição de membros perdidos. Charles volta para o trabalho, e percebe o quão ruim é sua nova perna (apesar de ser um dos melhores modelos existentes) e resolve aperfeiçoar sua prótese, criando uma infinitamente superior, surpreendendo os donos da Futuro Melhor que passam a investir fortemente para que ele trabalhe produzindo outras Partes Melhores.

Lendo do que se tratava o livro não era difícil imaginar o que viria pela frente, afinal, quem já viu pelo menos um Robocop da vida, já esteve em contato com algumas das ideias trazidas para o livro. Mas mesmo assim me parecia bastante interessante a leitura.

Charles é claramente uma pessoa sem autoestima, a perca de sua perna é só um símbolo de quão falho ele é (não acho que pessoas deficientes sejam falhas, mas se faz necessário esse pensamento para o argumento do livro). Ele sente falta de suas habilidades sociais praticamente nulas. Quando um fisioterapeuta tenta lhe animar, Charles é bastante direto ao dizer “Eu sou menos”. E é isso que muito vemos pelo mundo, pessoas que se sentem inferiorizadas por diversos motivos, por conta de não se encaixarem em um padrão estipulado vai saber lá por quem. Por conta disso, a possibilidade que temos de nos aperfeiçoar se tornou uma verdadeira “salvação” para aqueles que sofrem consigo mesmo, levando à uma preferência pelo artificial, sejam artifícios para a pele, cabelo, bundas, peitos, coxas, lábios, etc. É uma total padronização.

A dificuldade de se encarar é sempre muito complicada para Charles, como fica claro no trecho "Eu tinha pernas(...) eram de última geração.(...) Era mais fácil ter isso em mente se eu evitasse olhar para os meus cotos”. Assim, Charles simplesmente se joga para uma artificialidade que chega à um alto nível de insanidade. A Futuro Melhor o tem para si, ele é apenas um ratinho em uma gaiola de um laboratório qualquer, afinal, é comum vermos como as empresas são desumanizadas e vivem de uma obsolescência programada, e quando falo disso, não é apenas dos produtos em si, mas como de nós como consumidores. Se não estamos atualizados com os novos celulares, carros, televisões, computadores, app’s, sistemas operacionais, vamos ficando cada vez mais para trás, e isso acontece num ritmo cada vez mais rápido numa sede sem fim por novas tecnologias por mais inúteis e fúteis que sejam. Como disse Steve Jobs: “As pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos para elas”. Uma infeliz realidade que nos escraviza aos catálogos de venda. Quase que nos traz um falso sentido de liberdade, mas no final das contas nos prendemos a tudo isso por conta própria, apenas hipnotizadas por uma nova atualização ou um novo design.

Fazendo um punhado de tudo o que o livro apresenta, todas essas coisas que citei anteriormente, são braços do questionamento de quais são os limites da tecnologia. Novas partes do corpo, robôs, exoesqueletos, lentes de contato, etc. Hoje em dia mesmo já estamos discutindo os drones usados principalmente pelos Estados Unidos de espionagem até bombardeamentos. Tudo nos leva a pensar onde vamos parar e se saberemos controlar essa avalanche sem fim de desenvolvimento tecnológico.

Tudo isso está contido no livro e é bastante tátil, porém me deparei com diversos problemas. Já vou dizendo que um ponto positivo é o senso de humor do livro, tem um ou outro momento de bom humor negro. Mas isso não esconde os erros. Acho justificável que Charles seja um personagem chato, mas acho que o autor fez ele exageradamente sem carisma algum. Muitas vezes fiquei de “saco cheio” de Charles que pouco fala. Porém quando há os escassos diálogos, eles me pareceram bem “bobinhos”, quase infantis em diversos momentos. Até mais da metade é um tanto quanto repetitivo, coisa que é até justificável levando em consideração o rumo que a história toma, mas infelizmente Max Barry não conseguiu fugir de uma repetição muito descarada. Mas o pior é a previsibilidade. Fora uma ou outra pequena surpresa, as páginas quase esfregam em nossa cara o que virá pela frente, o que é um ponto bem fraco, já que o torna sem pontos altos de narrativa.

É interessante por ter uma boa premissa que aprendemos a gostar em outras ficções científicas, mas acaba por pecar na escrita em si, em colocar as ideias no papel. É um livro rápido, que se lê em uns três dias numa boa, então se não estiver com nada melhor para ler ou encontrar por um bom preço, que foi o meu feliz caso, eu recomendo a leitura.
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Douglas 17/05/2014

Maquina Biologica
Até quando o limite de nossas funções devem ser modificados. Somos apenas maquinas biológicas?

Homem maquina é uma incrível narrativa onde "Max Barry" narra em primeira pessoa a vida de Charles Neumann um engenheiro, que sofre um acidente e acaba que vendo que seu corpo sim é "uma deficiência".

Uma história de narrativa cinematografia e vale a pena a leitura.

Vou postar minha resenha no meu blog. D-gaspar.

Recomendo a leitura.

site: http://goo.gl/CXnlf2
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Gabi SN 29/11/2012

Nem homem… e nem máquina
Confesso que só nos últimos tempos comecei a ler a ficção científica escrita de lá pra cá, mas tive este mesmo sentimento de que “este livro não poderia ter sido escrito em outra época” com Homem-Máquina, de Max Barry.

Não é só pela temática que Homem-Máquina é um livro que só poderia ter sido escrito hoje em dia. Max Barry também usou das nossas tecnologias para escrever e ter ideias para a história. O primeiro rascunho da obra foi escrito durante 9 meses em seu blog, onde ele publicava uma página por dia e recebia opiniões e sugestões de seus leitores. No posfácio da obra, ele agradece vários deles e explica como o livro só foi escrito porque tinha essas pessoas o incentivando e dando ideias todos os dias (ele inclusive disse que usou algumas das sugestões na versão final da obra). A capa do livro foi escolhida, inclusive, numa votação com os “leitores-beta” da obra (as opções foram essas aí de cima, ganhou a número 5).

Eu realmente adorei o livro. Comecei a ler sem expectativas, porque não conhecia o autor e, como disse antes, não conheço muito da ficção científica que está sendo feita hoje em dia. Terminei completamente impressionada em ver alguém fazer com a minha época o que o William Gibson fez com os anos 80 em Neuromancer. Além disso, a história funciona porque o personagem é muito bem construído e até as decisões mais malucas e bizarras (além do final impressionante e aterrorizante) fazem sentido quando saem da cabeça dele.

O ser humano é imperfeito, falho e seu corpo não faz tudo o que poderia, será que esses são motivos para transformá-lo se tivermos a tecnologia para fazê-lo? O nosso mundo diz que sim. É só ver a quantidade de cirurgias cosméticas e padrões de perfeitos que nos são impostos. Além disso, a relação que temos com a tecnologia hoje em dia é, no mínimo, estranha. Lembra quando o William Gibson falou da fetichização dos aparelhos eletrônicos? Então, eu acho que chegamos ao ápice disso. Ninguém quer ter um celular, todo mundo quer ter um iPhone. O que conta não é o que o aparelho faz, mas o que ele diz sobre você.

Leia o texto completo: http://aestanteladecasa.wordpress.com/2012/10/30/nem-homem-e-nem-maquina-2/
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