Barbara.Santos 13/02/2024
Sempre ouvi aquela brincadeira sem graça de que "ninguém pode tirar todo o conhecimento que você possui.... o Alzheimer ?" e esse meme se encaixa totalmente com esse livro, pois Alice Howland é uma renomada professora de Psicologia em Harvard que no auge da sua carreira aos 50 anos começa ter pequenos esquecimentos até o dia em que sai para sua corrida diária e acaba esquecendo por alguns minutos onde ela estava e como fazia para retornar para sua casa.
Com isso ela fica totalmente preocupada achando que poderia ser algum sintoma de menopausa, já que estava na idade, e procura um médico, lá ele a manda fazer uma bateria de exames, e o que mais ela temia acontece, ela é diagnosticada com Alzheimer de instalação precoce, que pode ocorrer entre os 45 aos 65 anos de idade.
Alice fica relutante em contar para sua família, já que a partir dali ela dependeria deles para tudo e realmente seu diagnostico se tornaria verdade, chegaria um momento em que todo seu planejamento de vida não dependeria mais dela e isso a deixava com medo.
Após ela contar para sua família, seu marido, John e seus três filhos, Anna, Tom e Lydia, o livro começa relatar a sua luta diária de como estava sendo para ela e sua família lidar com tudo isso.
Eu ficaria o dia inteirinho falando sobre esse livro, em como é uma leitura extremamente necessária e que faz a gente pensar em como somos frágeis, em como em um piscar de olhos somos muito bem vistos e de uma hora para outra nos tornamos um nada, com olhares tortos na nossa direção, e é exatamente assim que Alice é vista na sociedade após contar que possui Alzheimer, as pessoas começam a não mais vê-la como a professora tão renomada, mas sim como uma simples e frágil mulher que necessita de ajuda até mesmo para descer uma calçada.
Essa leitura me trouxe tantas emoções que fica até mesmo difícil de descrevê-las, senti amor pelos cuidados que a família de Ali teve consigo, senti ódio por como as pessoas olhavam para ela, de até mesmo como muitas vezes sua família não se importava com o que ela gostaria de fazer, afinal ela possuía Alzheimer, mas ainda poderia tomar suas próprias decisões, senti tristeza em ver ela perdendo tudo oq mais amava, as aulas, as palestras, as viagens.... e até mesmo as pessoas que ela amava pois ficava cada vez mais difícil lembrar de cada um. Isso também me faz lembrar de uma passagem do livro logo em que todo mundo descobre sua doença, ela pensa em como ela ama seu marido e como eles perderam tanto tempo da sua vida se tornando apenas conhecidos que moravam na mesma casa, em como no início eles iam juntos para o serviço, voltavam juntos e conversavam sobre seu dia, em como dividiam mais tempos juntos, faziam viagens juntos e isso foi ficando pra trás, chegou a um ponto que caiu na rotina e não faziam mais isso, e ela sentiu falta, sentiu falta de demonstrar mais amor e ser amada, desejava que John ficasse ali 24h com ela para que o tempo que ainda lhe restava fosse bem aproveitado. Muitas vezes a gente deixa pra depois, "depois eu digo que amo, depois eu demonstro o quanto me importo, depois eu marco um jantar" depois e depois e as vezes o "tal" do depois pode não chegar e isso me tocou bastante, me fez querer fazer tudo o agora me fez querer ligar para as pessoas que eu mais amo só para lhes dizer o quanto eu as amo, me fez querer viver com toda a intensidade possível como se fosse o último, afinal pode ser que seja.
A leitura desse livro me fez pensar em como é receber o diagnóstico, me fez me colocar no lugar dela, me fez amar cada pedacinho desse livro, e sabem aquela sensação de sair gritando para o mundo "LEIAM ESSE LIVRO, VOCÊS PRECISAM LER ESSE LIVRO!!!" Descreve exatamente como estou me sentindo após o término desse livro!!!