Psicopata Americano

Psicopata Americano Bret Easton Ellis




Resenhas - O Psicopata Americano


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Regis 08/02/2023

Cru e Brutal...
O livro é narrado na primeira pessoa pelo personagem principal Patrick Bateman, um banqueiro de investimentos de Wall Street, metrossexual, consumista inveterado e um Assassino em série: torturador de mendigos, mulheres, crianças, homossexuais e animais inocentes.

Esse é um livro polêmico que levantou vários questionamentos na época de seu lançamento e que até hoje causa frenesi por seu personagem extremamente misógino, homofóbico, antissemita e racista.
A venda do livro de Bret Easton Ellis é restrita em alguns países como Austrália e Nova Zelândia por causa de seu conteúdo transgressivo e perturbador.

Bateman é um cara estranho, mas que mantém sua verdadeira personalidade escondida dos olhos de todos. Sua psicopatia é mascarada por roupas caras, exércitos físicos em excesso, tratamentos de beleza infinitos e uma vida social agitada regada a jantares com preços exorbitantes em lugares da moda com muita cocaína e álcool.

O livro é uma verdadeira ode ao consumismo, uma grande desfile de marcas caras e ostentação exacerbada dos figurões de Manhattan, onde tudo que importa são suas posses e a aparência.

Não se passa uma página sem que Bateman esteja relacionando todas as marcas que compõem sua vestimenta ou a de outra pessoa da cabeça aos pés, fora as descrições exageradas dos caros e exclusivos restaurantes e bares da moda que frequenta todos os dias.

A paz do personagem principal se desvanece rapidamente ao notar que alguém possui algo que ele não tenha. A inveja e ostentação no grupo de "amigos" (pois parecem mais competidores) é constantemente acentuada.
Sei que isso exemplifica bem a personalidade maníaca de Bateman, mas chega perto de deixar o leitor louco de tanto que se repete. E certamente é esse o objetivo do autor.

"Evelyn e eu somos de longe o casal mais bem-vestido. Estou usando sobretudo de lã pura, paletó de lã e calças de fla-nela de lã, camisa de algodão, suéter de cashmere com gola em V e gravata de seda, tudo da Armani. Evelyn veste blusa de algodão da Dolce & Gabbana, sapatos de camurça da Yves Saint Laurent, saia de couro com desenhos da Adrienne Lan-dau e cinto de camurça da Jill Stuart, malha da Calvin Klein, brincos de vidro veneziano da Francês Patiky Stein, e traz apertada na mão uma rosa branca solitária que comprei para ela numa delicatessen coreana antes de a Iimusine de Carruthers me apanhar."

Estou tentada a achar que me tornei PhD na moda dos anos oitenta depois de concluir esse livro.

Uma leitura de certo modo truncada no início e pesada para digerir depois da primeira parte. As ações de Bateman vão escalonando de um jeito que quando chega ao final do livro estamos completamente sem fôlego tentando compreender toda a carnificina e atrocidades que ele é capaz de causar dentro de seu luxuoso apartamento.
É uma experiência única, perturbadora e difícil de explicar. Só lendo para conseguir experienciar o que esse livro proporciona.

Recomendo a leitura para quem tem estômago forte.
Alex 08/02/2023minha estante
No mínimo interessante, pelo que vc comentou é muito mais pesado que o filme. Fiquei curioso por conta disso.


Max 08/02/2023minha estante
Cuidado com a Régis...
Por vezes, suas resenhas são melhores que os livros! Pronto, falei!?


Regis 10/02/2023minha estante
É bem mais pesado que o filme mesmo, Alex.


Regis 10/02/2023minha estante
Será, Max? ?????


HenryClerval 17/02/2023minha estante
Você tem o dom de instigar com suas palavras. Ótima resenha.


Pedro Medeiros 22/02/2023minha estante
Se for bom como o filme, é um espetáculo.


Regis 03/03/2023minha estante
Obrigada, Leandro.


Regis 03/03/2023minha estante
As mortes são bem piores que no filme, Pedro.


lucas_pabl0 11/09/2023minha estante
O livro é realmente muito bom também recomendo assistir o filme que retrata muito bem o livro


Regis 12/09/2023minha estante
Já havia assistido ao filme antes de fazer a leitura, Lucas. ?




@livrosdalita 19/05/2021

Uma decepção
Eu estava com altas expectativas sobre esse livro mas foi decepcionante.
Arrastado, confuso e com final aberto.
Num livro sobre psicopata eu espero sangue, mortes brutais e uma investigação assídua mas nesse o cara mata livremente e fica impune.
Agora é ver o filme pra saber se vinga ou não haha
Amaral 19/05/2021minha estante
não tenha expectativas maiores com o filme


Mayara Barasino 19/05/2021minha estante
Eu assisti ao filme primeiro. Comprei o livro, essa edição incrível da Darkside, mas ainda não li. Uma amiga disse exatamente as mesmas coisas que você hahah #decepção


igsuehtam 19/05/2021minha estante
Eu vi o filme e li livro e também não entendi nada do final kkkkkk tive que pesquisar até achar uma análise. Aí sim, entendi que tudo o que aconteceu com ele foi um surto. Era o que ele tinha vontade de fazer em meio aquela sociedade que ele vivia. Tem uma entrevista do autor falando sobre isso, vale a pena procurar.


@livrosdalita 20/05/2021minha estante
Eita... Vou pesquisar sobre o que diz o autor!!! Obrigada




Natalie Lagedo 21/08/2016

A história se passa na década de 1980 e fala sobre um yuppie psicopata. Até aí tudo bem, temática interessante e tem tudo pra ser um ótimo livro, só que não é. Por se tratar de um protagonista muito rico, o autor fica a maior parte das páginas - dedicando, inclusive, capítulos inteiros a isso, fazendo a nomenclatura das grifes usadas por Patrick e descrições minuciosas de como ele está vestido. O problema é que isso não acrescenta nada ao enredo, muito pelo contrário, só o prejudica.

O livro é narrado em primeira pessoa e fica bastante estranho o psicopata falar das próprias atrocidades de forma tão indiferente. Talvez seja a intenção de Bret Easton: mostrar a falta de sentimentos do protagonista, mas isso dá um tom falso ao enredo.

Em alguns trechos o clima de suspense e terror aumentam de um jeito que parecia que as engrenagens dos diálogos, até então soltas, iriam fazer sentido. No entanto, nada se concretizou, em nenhum momento. Principalmente por isso não gostei e avaliei com nota 01. Conversas entre personagens que não trouxeram absolutamente nada, repito, NADA à história somada à capítulos sobre música e produção musical dos EUA nos anos 80 não conseguiram me convencer.

Por isso, se fôssemos escolher somente as partes interessantes e que contribuíram para o desenvolvimento da trama poderíamos retirar metade do que nos foi apresentado que já estaria de bom tamanho. Muito prolixo para pouco conteúdo.
Arlete 02/10/2016minha estante
Olá vc tem esse livro?


Natalie Lagedo 02/10/2016minha estante
Oi, não tenho.


Aldo Jr. 02/03/2017minha estante
Concordo em tudo!




Hey Lyla 11/10/2015

Perturbador
Um misto estranho de sentimentos, do fascinante ao perturbador.
Marcia Lopes 17/11/2015minha estante
Eatá entre as minhas próximas leituras! hehehehe


Arlete 02/10/2016minha estante
Olá vc tem o livro psicopata americano?


Hey Lyla 02/10/2016minha estante
Olá, não tenho. Li ele digitalmente, no formato de epub.




Lucas Rocha 02/11/2011

Cruel e arrebatador
Charles Dickens talvez seja o primeiro autor que penso quando quero falar de alguma coisa que tenha relação com análise social. O autor inglês tornou-se famoso, em seus últimos trabalhos, por mostrar aos ingleses do século XIX quem eles realmente eram, mesmo que isso pudesse significar abrir algumas feridas nos egos alheios. Dostoiévski talvez também tenha feito isso, em uma escala menor, ao abordar os aspectos pessoais do indivíduo e analisá-lo como um bicho urbano e construído através da sociedade que o cerca, e não construtor dessa mesma sociedade.

Não é à toa que a edição de bolso da L&PM traz em sua capa uma citação de Norman Mailer que compara Bret Easton Ellis à Dostoiévski. A princípio pensei que pudesse ser presunção tentar equiparar dois autores tão distantes, sendo Dostoiévski um dos parâmetros de literatura social existentes na história. Mas, ao longo da leitura do livro, pude perceber que a comparação é extremamente válida. Easton consegue, através de seu personagem principal, Patrick Bateman, mostrar uma sociedade norte-americana vazia e fútil, excessiva e preocupada em se calcar em aparências. Easton expõe essa sociedade em seus mínimos detalhes, utilizando para isso um personagem obsessivo, egocêntrico, cruel e maníaco, para dizer o mínimo.

O grande trunfo de Psicopata Americano é ser uma história sobre um personagem. Não há conflito imediato, não há plot, não há problema que precisa ser resolvido e que guia o leitor ao longo da narrativa. O livro é um exercício de exploração, de montar o quebra-cabeça que é Patrick Bateman, para, no fim, continuarmos a não entendê-lo. Easton é extremamente eficaz em sua escrita, e mostra para nós um personagem que, de início, é tímido e inexpressivo, mostrando-se até mesmo desinteressante nas primeiras vinte páginas, preocupado com seu corpo, as roupas que os outros vestem e o tema de seu programa matinal favorito. Até então, não passa de uma história comum sobre um cara que passa a vida inteira malhando, vendo TV e ouvindo música.

Mas, ao longo da narrativa, percebemos que as coisas são um pouco mais complicadas do que isso. Patrick Bateman possui um gosto bastante peculiar de torturar e assassinar mendigos, prostitutas, animais, crianças e qualquer coisa que possua um coração que bata regular ou irregularmente. Bateman é um personagem extremamente complexo: em alguns momentos, parece fazer de seus assassinatos consecutivos apenas mais uma das etapas de seu dia (acordar / tomar banho / fazer a barba / cortar a garganta da mulher amarrada na cama / vestir meu Armani / ir para o brunch), e, em outros, faz a morte parecer um processo complicado e inexecutável, como quando é perturbado por um homem que cisma que ele é homossexual e decide que a melhor opção é apenas se esquivar das tentativas do sujeito.

A crueldade de seus atos e seus pensamentos o ponto chave da narrativa. Easton nos brinda (ou nos atormenta, dependendo do ponto de vista) com jogos sádicos de sexo e tortura, que envolvem canibalismo, utilização de animais peçonhentos, artefatos perfurantes, cortantes, quentes, frios, pontiagudos, etc etc etc. As cenas são extremamente gráficas, chegando a beirar o insuportável em alguns momentos. E o jogo que Easton faz, durante os capítulos, é incrível: em um capítulo Bateman está torturando duas prostitutas com pregos, martelos, ratazanas e furadores de gelo e, no capítulo seguinte, gasta cerca de dez ou quinze páginas para descrever a discografia do Genesis ou da Whitney Houston, ou explica como se barbear corretamente durante a manhã, sem que a pele resseque.

O livro passeia entre delírios e realidade. O personagem muitas vezes idealiza diálogos em sua cabeça e, em certos momentos, essa linha não fica muito clara para o leitor. Não sabemos se ele está realmente dizendo o que diz e ninguém está prestando atenção ou se ele apenas imagina tudo aquilo. Sua obsessão é desenhada através de seus pensamentos: detalhar quais são as marcas de roupas e acessórios que cada um utilizada, descrever todos os cosméticos de seu banheiro, contar quantas vezes esbarra com um cartaz da peça Os Miseráveis na rua ou qual o tema do dia do programa matinal The Patty Winters Show, seu programa favorito.

Patrick Bateman é, ao mesmo tempo, um analista frio de sua sociedade e um produto da mesma. Ele funciona como um reflexo dos yuppies dos anos 80, investidores de Wall Street podres de dinheiro, viciados em cocaína e restaurantes de luxo, que despejavam seu dinheiro inesgotável em roupas de marca e novidades tecnológicas. Ele é a metonímia dessa sociedade, acrescentado o fato de que é um psicopata sádico e canibal, que mata (ou pensa matar, uma vez que todas as mortes podem ser interpretadas como uma forma de delírio, se relativizarmos ao máximo o livro) com a mesma facilidade com que respira.

Um personagem extremamente conturbado e complexo, construído de forma a nos deixar com uma sensação de que ele realmente existe ou pode ter existido em algum momento, e que nos faz refletir sobre a sociedade em que vivemos e como somos mesquinhos, em menor ou maior grau.

(Leitura recomendada para quem tem estômago forte. Sério. Acho que foi o único livro, até hoje, em que fiz careta enquanto lia, tamanha a crueldade e detalhismo de algumas passagens.)
Daiane.Drewke 29/11/2011minha estante
Brilhante a sua resenha.


JCnaWeb 25/06/2015minha estante
Que resenha ! Parabéns.
Tô quase acabando o livro, o filme é um dos meus prediletos.




Priscila 02/06/2021

Insanidade pura
Que livro louco!

Esse definitivamente, não é um livro para qualquer um ler. Se você é muito sensível, não leia esse livro.

Diferente de tudo o que já li, ele me dilacerou, me chocou horrivelmente.

É um livro extremamente perturbador. Pensei em parar a leitura muitas vezes, e, só dei prosseguimento por conta da escrita do autor e por imaginar que existiria justiça para tanta atrocidade.

Amei as resenhas críticas dos melhores álbuns musicais dos anos 80, eram nesses momentos que conseguíamos um alívio de tanta obscuridade.

Leia um livro que vai te deixar extremamente desconfortável, certamente.
Mara Islanne 21/08/2021minha estante
Estou aqui na página 120 me perguntando se continuo. Morrendo de nojo e chateada por ter comprado um livro caro e me decepcionar com ele. Lendo as resenhas não sei se vale a pena prosseguir, mas nao gosto de não finalizar os livros. Tô em dúvida, mas se torna mais bizarro a cada página.


Priscila 22/08/2021minha estante
Entendo.
Continua, eu acho o final conveniente.




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AliJu 15/02/2024minha estante
Se for o livro do filme de mesmo nome, faz sentido não ser tão bom, porque ele é bem chato também kkkkk


dekuincel 15/02/2024minha estante
no filme pelo menos a gente pode admirar o christian bale




Mari 01/04/2016

Por quê uma estrela? Vamos lá. Livro cultuado, badalado, filme idem (que não vi), paralelos com o estilo Chuck Palahniuk (de quem gosto). O quê deu errado? Pra mim, nada deu certo. Arrastei-me pelas páginas intermináveis. Estive a ponto de largar no mínimo três vezes. Gente, que agonia das descrições de roupas. Comidas. Não consegui sentir empatia alguma por personagem nenhum. Pra mim, foi niilismo pelo niilismo. Minha opinião, apenas.
Arlete 02/10/2016minha estante
Olá vc tem esse livro?


Mari 02/10/2016minha estante
Olá, Arlete. Tenho, em formato digital.




@fabio_entre.livros 25/01/2016

Dostoiévski hardcore: A violência complexa
"A justiça está morta. Medo, recriminação, inocência, simpatia, culpa, desperdício, fracasso, dor eram coisas, emoções que ninguém sentia realmente. A reflexão não tem utilidade, o mundo não tem significado. O mal é a única coisa permanente."


Um livro bárbaro... em todas as acepções da palavra. Um romance perverso, chocante, mas, surpreendentemente complexo do ponto de vista psicológico, revelando uma densidade narrativa assombrosa.
Se, de um lado temos a violência explícita, crua e, por vezes, intragável, que inclui tortura, mutilação (inclusive sexual), canibalismo e assassinatos com requintes de crueldade – o que justifica a polêmica que acompanhou o lançamento do livro –, temos também, para equilibrar a balança e contextualizar essa violência, um retrato vivo e implacável dos anos 80 e, particularmente, do cenário social ao qual pertenceram os yuppies daquele período: uma geração marcada pelo consumismo, pela futilidade, pelo egoísmo e, claro, pela violência.
Patrick Bateman não é apenas o narrador-personagem do livro, mas um ícone, um símbolo do mal palpável, realista, resultado do vazio que acompanhou sua vida adaptada à comodidade. Sua psicose não se manifesta por motivos bizarros ou mirabolantes, e ele também não tem dupla personalidade; na verdade ele praticamente não possui consciência: após cometer suas atrocidades, ele simplesmente se concentra em questões mais pertinentes ao seu bem-estar: vai aos restaurantes da moda, às lojas de grife ou tece longos discursos sobre música, moda e estética.
A excessiva preocupação com o corpo e com a aparência, bem como o consequente jogo de aparências social, a despeito da corrupção moral do indivíduo, fez-me lembrar da perspectiva wildiana (tão bem exposta em “O retrato de Dorian Gray”), mas, sobretudo foi a densidade psicológica do romance de Ellis que me fez recordar com frequência de um outro autor: Dostoiévski. Na capa da edição de bolso da L&PM há uma citação que menciona o fato de o livro ter “ares de Dostoiévski” e eu preciso concordar. Há uma conexão notável entre a complexidade vertiginosa do autor russo (sobretudo em “Crime e castigo”) e “O psicopata americano”. Embora Bateman não sofra com a crise moral e os dilemas de consciência de Raskólnikov, suas mentes são vasculhadas de formas semelhantes por seus respectivos autores. Quando, por exemplo, Bateman sofre de um surto psicótico próximo ao final do livro, percorrendo as ruas de Nova Iorque totalmente desnorteado foi inevitável lembrar do protagonista de “Crime e castigo” a percorrer sua cidade sob terrível pressão psicológica. Entretanto, bem antes disso, de forma fragmentada, ao longo do livro de Ellis, já se nota a habilidade do autor em explorar os recônditos da mente de Bateman, e como ela é articulada, degradando-se continuamente e tornando necessário que ele recorra ao consumismo para manter um autocontrole em sociedade. Ainda que seja extremamente violento, é um livro cuja violência possui contexto e profundidade, uma complexidade interior que remete, sem exageros, à grandeza dostoievskiana.
Mari 01/04/2016minha estante
Fábio, que interessante sua resenha. Parabéns!
Consigo enxergar tudo o que você colocou aí nas páginas do livro. Mas é incrível, a minha relação com ele foi péssima. Talvez simplesmente não seja um livro pra mim... senti uma leitura extremamente penosa por esse universo niilista do Patrick.
Mas, enfim. Bom demais ver perspectivas como a sua.


@fabio_entre.livros 08/08/2016minha estante
Obrigado, Mariana! Somente agora pude ver seu comentário e tenho de concordar que alguns livros realmente não são para todos os leitores. Falando assim, até soa presunçoso, mas o que quero dizer é que certas obras não se encaixam nas nossas perspectivas, ainda que sejam aclamadas por uma parcela significativa de leitores (eu, por exemplo, não tolero Tolkien!). De toda forma, são as diferenças que fazem do mundo da literatura um espaço tão variado, porque ninguém vive de mesmice!




Andrea 13/10/2015

Psicopata Americano
[...] "Estou afrouxando a gravata que ainda trago ao pescoço com minha mão encharcada de sangue, com a respiração pesada. Esta é a minha realidade. Tudo fora disto é como um filme qualquer a que uma vez assisti" [...] p 502.

Patrick Bateman é o americano perfeito: jovem, bonito, rico, bem relacionado e dentro dos padrões de gosto estético e cultural do final dos anos 90, seu único defeito, a única coisa que destoa de todo o seu visual, é que ele é um psicopata.
O cara vive em uma Nova Iorque recheada de futilidades, ninguém se preocupa com nada além de roupas, acessórios, grifes famosas, restaurantes caros e roupas, sério, gente, cada capítulo tem pelo menos metade consumida pela descrição do vestuário das personagens em cena! Fato que colabora com o sarcasmo da narrativa,pois Patrick está sempre dizendo a seus "amigos" e a diversas pessoas aleatórias que ele É UM PSICOPATA e ninguém lhe dá atenção, afinal eles tem coisas muito mais importantes para se interessar, como por exemplo, os novos ternos da Armani, o novo restaurante que abriu na cidade etc, o que o deixa Bateman, como todo bom narcisista, frustrado e muito, muito irritado.
Ao longo das duzentas primeiras páginas, conhecemos todas as melhores marcas de roupas e cosméticos masculinos da época! O que não nos prepara para o que está por vir...

Bateman... Bate - man, Bate... Bates? Será que é alguma coincidência?

Não, tirando o fato de que Patrick não gosta de se vestir de mulher e é totalmente homofóbico, ele lembra muito o carismático Norman Bates, até porque ninguém desconfia dele. Quando as cenas "carregadas" começam, elas nos deixam desnorteados, a narrativa é muito gráfica, objetiva, nua e crua, você não consegue se desvencilhar das impressões que ela deixa, no entanto, calma, após um capítulo cheio de morte, tortura espanhola e pedacinhos de carne humana na panela, tem sempre um capítulo leve que nos traz a resenha da carreira de algum músico ou banda famosa dos anos 90, isso evidencia o quão insignificantes são essas mortes para Bateman, o quão sem importância são as pessoas em si, até mesmo ele.
Uma coisa que precisa ser observada é a desconfiança que esse narrador nos causa: o livro é narrado pelo próprio Patrick, logo tudo o que sabemos sobre ele vem de suas próprias palavras, em vários momentos nos deparamos com pessoas que ele disse que "matou", mas na verdade se mostram bem vivas e conversando com todo mundo e vivendo, enfim! E como eu disse, ele gosta de atenção, por isso você nunca tem certeza se quando Patrick assume a forma de psicopata ele está narrando algo que realmente está acontecendo ou se apenas inventou tudo isso pra chocar você, já que ele não consegue fazê-lo com seus amigos e as pessoas que estão ao redor dele.
Desse modo, é você leitor que precisa fazer uma escolha, acredita ou não no psicopata americano?

site: http://allumina.blogspot.com.br/
Camila1856 12/12/2015minha estante
Andrea, vim pesquisar sobre o livro e a primeira resenha que me deparei foi a sua. Fiquei super intrigada pela leitura, mas gostaria mesmo é de elogiar o modo cativante como você fez essa resenha. Você parece que está conversando com o leitor, meus parabéns! Já estou acessando seu blog! Não sei se você verá esse comentário, mas acho importante sempre valorizar quem consegue usar as palavras de modo tão agradável!


Andrea 13/02/2016minha estante
Muito obrigada, Camila! Eu sempre tento escrever de uma maneira que fique bem esclarecida para os leitores! Que bom que gostou!! =D




Ariadne 24/10/2020

Gente do céu, que leitura perturbadora! É tanto tédio e futilidade por metro quadrado, que as mortes são o ponto emocionante do livro. Depois de um tempo, você começa a ansiar por elas (?) já que o resto é uma leitura super lenta. Muito lenta.
warley torres 05/12/2020minha estante
A única coisa que me prendia no livro também eram as cenas de mortes, que por sinal eram de revirar o estômago




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grazisouzajb 02/02/2022minha estante
ARRASOU JAO




Paula 05/04/2022

Decepcionante
Minha maior decepção desse ano e terminei na força do ódio. Páginas e mais páginas sobre rotina de skincare e academia, capítulos sobre álbuns. Foi um sofrimento do começo ao fim.
HeitorStormcloak 08/04/2022minha estante
Ala a mina que não entendeu querendo opinarkkkkkkkkkk




Fefe 12/06/2021

Sinceramente kkkkkk? Eu só fico me perguntando quem é Bruce Taylor que teve um livro nesse nível dedicado à ele
Abner XZ 28/10/2021minha estante
grito




Davi 07/09/2015

Pretensioso ao extremo
Apesar de Bateman, o "psicopata americano" a quem o título se refere, ter se tornado um personagem icônico do imaginário estadunidense, a obra que o origina não merece a atenção que recebe. Com a pretensão de crítica do narcisismo consumista americano, o livro é recheado - do pé à cabeça - de nomes de marcas caras e cenas bizarramente mórbidas, os quais parecem apenas desculpa para disfarçar a inabilidade prosaica do autor, Bret Easton Ellis. Embora eu aprecie bastante a adaptacão cinematográfica, este livro vai pro lixo sem a menor hesitação.
Caim Ferreira 13/11/2017minha estante
Nossa, como você é burro!




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