Fios de Prata

Fios de Prata Raphael Draccon




Resenhas - Fios de Prata


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Ricardo Santos 02/10/2015

péssimo exemplo para novos autores
Fios de prata é um tapa na cara de qualquer aspirante a escritor de entretenimento no Brasil. Pelo menos, para aqueles autores que acham que escrever bem é o começo de todo esse complicado processo de publicar um livro, de ter uma carreira. O exemplo deste romance mostra que é mais fácil ser um sucesso praticando o oposto. Nada de texto fluido, com bom ritmo, sintaxe clara e trama bem desenvolvida (e de preferência, com alguma criatividade ou elemento novo). Nada de escrever um texto decente, que não provoque vergonha alheia. Faça apenas um texto minimamente estruturado, que consiga passar pelo crivo de uma editora profissional. Crie um universo minimamente interessante com personagens e situações cheios de fantasia. E dedique a maior parte de seu tempo se promovendo, dizendo as pessoas como você é um autor tão especial. Investir no aprimoramento do texto não é o mais importante. Os livros não são um fim, mas um meio para o autor estar em evidência. Outra coisa é o autor que rala para escrever o melhor texto possível, e depois sai promovendo um livro em tudo quanto é lugar. Ele quer ser lido. Ele quer que, no final, falem mais do seu livro do que dele. Fios de Prata é um romance que teria potencial para ser algo bom, uma muito bem-vinda novidade em nosso mercado editorial, mas que falha miseravelmente por sua execução pobre e por muitas ideias batidas. E o que piora sua situação é o fato de estar bastante ligado ao universo de Sandman, de Neil Gaiman, muito superior em todos os aspectos. Fios de Prata acaba ficando ainda mais nanico.
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Higor 27/06/2015

Sobre autores que estragam histórias consagradas
Raphael Draccon é um autor nacional de renome, o que é louvável, visto que não é um artista global, nem blogueiro/vlogger com centenas de inscritos; ao invés disso, é um simples autor de literatura fantástica, que, assim como Eduardo Spohr, batalhou para chegar ao lugar em que está. Acontece que Spohr é bom; Draccon não.

“Fios de Prata” é um livro que conquista pela capa, bem similar as de George Martin e Brandon Sanderson, autores de literatura fantástica épica, e também publicados pela editora Leya. O maior problema é que, apesar querer vender "Fios de Prata" como se fosse patamar, o livro não chegar nem perto de se igualar aos citados acima.

Falta de conteúdo não é, pois a história tem potencial. O que a gente vê logo de cara é a imaturidade do autor em conseguir amarrar a história em míseras 350 páginas. E digo míseras pelo fato de que, geralmente, livros do tipo ultrapassarem facilmente 500 páginas. O começo é bom, muito bom, admito, mas então aparece à mocinha da história, e o desconforto começa.

Ariana é gaúcha, o que deveria nos dar um alívio gigantesco por enfim lermos um livro em terras tupiniquins, mas Draccon logo corta o barato, ambientando a história na França, o que é um pouco plausível. Um pouco, já que os personagens são atletas em campeonatos mundiais. O problema é que, de brasileira amável, Ariana passou a ser antipática, de dar náuseas no leitor com a mera possibilidade de ela abrir a boca mais uma vez. O autor não soube usar – e dosar – o sotaque da personagem, deixando-a insuportável a cada vez que falava “tu”, “tchê” e “bah”.

O livro começa a cair a partir daí, e deslancha quando o clímax enfim chega, o que era para ser totalmente o oposto. Pior: é assim que permanece até o final. Uma historia cheia de altos e baixos – infelizmente mais baixos – e quando chega aos momentos altos, são cenas mornas, que não chegam a encher os olhos, apenas nos fazem retorcer a boca e acabar logo a leitura para passar para o próximo livro. Isso quando não sentimos vergonha alheia de certos acontecimentos.

A história é jogada, e as informações que o autor nos dá, achando ele ser o suficiente, não são. Então ficamos perdidos com o que está acontecendo, com quem é quem na história, e o porquê de esse alguém ter tanto destaque assim, já que aparentemente não passa de um mero personagem secundário que poderia ser melhor trabalhado. Além disso, a batalha não convence; o progresso do personagem principal é de rir; e a resolução, que era para ser chocante e agradável, passa a ser apenas incômoda.

O ponto alto no livro são as cenas em que uma reação em Sonhar reflete diretamente na Terra. Tudo bem que Draccon usou e abusou da técnica, mas mesmo assim, foi interessante ver, por exemplo, o que acontece na Terra quando um deus fica enfurecido, mexendo involuntariamente com o clima, os sonhos e as perspectivas de vida de cada habitante.

Enfim, “Fios de Prata” é um livro com uma ideia genial, mas que foi executado de maneira vergonhosa, amadora. Muitos foram os comentários nas resenhas, e tenho de concordar com os que disseram: Fios de Prata seria um excelente livro se não fosse escrito por Raphael Draccon.
Junurr silva 27/06/2015minha estante
adoro tuas resenhas *-*




Karine 24/04/2015

Sombrio e misterioso, do jeitinho que eu gosto, perfeito para aquele dia de chuva.
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Matheus 07/03/2015

Criando pouquíssimo e abusando das referências, Raphael Draccon faz uma história medíocre, que nos deixa com um gosto amargo na boca pelo potencial desperdiçado.
http://antarktos.blogspot.com.br/2015/03/fios-de-prata-raphael-draccon.html
Ernani 25/07/2015minha estante
só a chamada da resenha já resume meu sentimento por esse livro




weliton.joelmir 04/02/2015

Literatura ou sonho?
Quando comecei a ler este livro, estava muito empolgado para descobrir do que se tratava, logo no prefácio me lembrei que trazia o assunto de "reconstruindo sandman", um gibi que li parcialmente.
Sinceramente, esperava mais da escrita. Com personagens que possuem uma narrativa infantil, você só lembra que é um livro adulto por que há vários palavrões, que me fez pensar: "os cariocas ou os paulistas são assim, por**?" Parece até que estou vendo os personagens do "Porta dos fundos".
A história por ser baseada em um outro conto já deixa a leitura mais difícil, muito mais pra quem não está familiarizado, mas acredito que mesmo aqueles que leram Sandman da DC ficaram meio perdidos com a história.
Cheguei á pensar: "será que sou eu que não gosto de livros do gênero fantasia? Não, pois eu gostei do livro O espadachim de carvão que esperava muito menos."
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Júlia 10/01/2015

Cortando fios de prata
Esse livro, realmente, comprei pela capa. A capa possui uma ilustração muito bonita e que me agrada muito. Não leio muito sobre as histórias antes de ler um livro, pois não gosto de spoilers de jeito nenhum. Então, pelas poucas informações da capa + a ilustração, resolvi dar uma chance ao autor.

A premissa era boa. Mas não gostei do estilo de narração, nem da montagem da história. São muito elementos misturados, sem muita conexão, apenas na tentativa de criar descrições fantásticas. Não me identifiquei e nem fui tocada por nenhum dos personagens.

Se estiver meio sem livros na fila de leitura, vale as páginas... Mas se tiver outros de fantasia na lista, coloque este ao final...

:)
Livia Mantuano 03/05/2015minha estante
Vou seguir seu conselho =)




LUA 17/12/2014

Salada Literária
Esse foi o primeiro livro que li para os desafios literários dos quais estou participando e será um dos últimos a ser resenhado. Porquê? Eu precisava deixar a história "assentar" para eu poder decidir o que realmente achei desse livro.

Diz a lenda grega que da união de Hypnos (personificação dos sonhos e Gracia Pasitea (uma das graças) nasceram três deuses menores, Phantasos, Deus do Inanimado que depois recebeu o reino de Phantasia, Phobetor Deus dos Pesadelos e Morpheus o lorde moldador, o senhor das memórias.
Dos três, Morpheus se tornou tão amado pelos humanos na figura do Sandman que, muitos nem conhecem seus outros irmãos oníricos. Em um pedaço do reino do Sonhar , habita também Madeleine, o anjo dos sonhos despertos. Descontentes com o reconhecimento de Morpheus e seu esquecimento, uma batalha épica com uma jogada arriscada está se delimitando e poderá atingir não só o território do sonhar, mas o fio de prata dos sonhadores terrestres.
Enquanto isso, no orbe terrestre conhecemos Milkael Santiago, o Allejo, uma promessa do futebol brasileiro vendido ao Paris San Germain por uma cifra exorbitante e Ariana Rochembach, (uma descendente de italianos, com sobrenome alemão!) ginasta brasileira, sulista - uma ressalva: colocar dois protagonistas esportistas foi de imensa criatividade, tirar o foco do eixo RJ -SP também, porém, o uso exagerado de Bah, Tchês e Guris por parte de Ariana deixa a fala dela irritante - uma promessa da ginástica olímpica nacional.
Certo dia, já em Paris ( preste atenção ao local) Allejo vai assistir a uma apresentação de Ariana e se vê apaixonado por aquela deusa das rondadas flip flap, e duplos twists carpados ( Raphael faz questão de explicar, cada salto, cada passada, como se você estivesse vendo a apresentação da Daiane dos Santos na Olimpiadas e pela televisão) e se apaixona. Faz de tudo para se aproximar de Ariana e conversar com ela e o tema inicial é claro, esportes. Ariana a princípio, não dá muita conversa a Allejo, o considera um "garoto" mas depois de um tempo, eles começam a sair e a namorar.
É quando Allejo faz uma das principais afirmações do livro:
"Por você eu iria ao Inferno"
O que liga Allejo ao reino do sonhar é que ele convive com inúmeros pesadelos onde estão demônios, súcubos e corpos com um estranho fio acoplados a eles, uma espécie de teia, um fio de prata. Porém pouco depois de iniciar seu namoro com Ariana, é ela quem passa a ter pesadelos em seu lugar. Esses pesadelos começam inclusive a interferir na vida desperta de Ariana, que sofre um grave acidente que a deixa presa em uma situação de onde só Allejo será capaz de resgatá-la.
Para esse resgaste Allejo terá de ser capaz de entender quem é (ou foi), qual o seu desígnio e aprender a confiar em pessoas e situações que nunca viu. Para salvar Ariana, ele terá que sonhar.

O livro todo se passa entre a Batalha do Reino do Sonhar e o mundo terrestre, as cenas são divididas pelo subtítulo com o nome do protagonista e muitas vezes as situações se passam ao mesmo tempo aqui ou lá.
Existem outros personagens, e é por meio deles que são feitas as ligações entre o mundo desperto e os sonhos. Personagens que seguirão e instruirão Allejo até sua batalha final.
Um ponto legal na leitura é que a cada ação praticada no reino do Sonhar corresponde uma ação aqui na Terra e Draccon usa fatos reais para demonstrar tais atos. Quando Lorde Phantasos se une a guerra no sonhar ao lado de Morpheus, o mundo que era derrota não era mais:
" A policia grega havia prendido um homem de 31 anos com uma aparência tão inofensiva e debilitada que outros sentiam pena ao avistar. O sujeito era um canibal que matou outro homem, esquartejou-o e comeu algumas de suas partes. Tentou beber o sangue do morto, mas dissera não ter se adaptado ao gosto da seiva. O homem morto era seu pai."

Ate aí o livro é muito interessante, porém do início da instrução de Allejo até sua batalha por Ariana, o livro se mostra como que eu chamei de salada literária, porque se no início você tem uma mitologia grega influenciando na conduta humana, na instrução de Allejo para a batalha,que é feita na Terra por um grupo de pessoas, que se reúne onde ,creio eu, se assemelha a um centro kardecista (lembra quando eu falei para lembrar que o encontro deles foi em Paris? A França é a terra natal de Alan Kardec), que o ensina a fazer uma viagem astral.
Depois disso, você encontra elementos não só mitológicos, como kardecistas, cristãos (nos últimos capítulos, passagens do Apocalipse são citados para ilustrar ações) e um pouco de cultura japonesa com Masamune. Além disso, como a batalha principal se dá no Sonhar a presença de dragões, elfos, feiticeiras e uma variedade extensa de guerreiros, lutando lado a lado com anjos e demônios, incluindo nesses o Arcanjo Gabriel na sua eterna luta com Lúcifer e as hordas do Inferno liderada por Baalzebu, Abadom e o Senhor das Moscas.
No mundo dos sonhos, quando Allejo questiona porque ele é tão importante para a luta, a explicação vem da teoria de reencarnações que no seu caso remonta ao tempos de Cristo (nessa parte, o livro me pregou um belo susto!)e a filosofia da dualidade do ser humano de Descartes e Lock.
E aí fiquei me perguntando, se esse livro seria incômodo a quem segue alguma religião, pois tratar dogmas como fantasia...ou se o livro não seria qualificado como fantasia, mas como leitura espiritual, chegando a auto-ajuda com elementos fantasiosos.

Sobre a escrita, a repetição de descrição de alguns dos personagens e o uso de pseudônimos me incomodaram um pouco Quando ele fala por exemplo, do dragão montado por Phobetor na batalha, ele repete em várias trecho que se tratava de uma forma pensamento criada pelos pesadelos humanos; já em outros trechos, ele chama Morpheus de o caçula, e Phantasos de O primogênito e daí você ficar lembrando da ordem de nascimento de cada um é complicado. Fora alguns errinhos de grafia (eu peguei acesso com um só s, que se transformou em aceso) e alguns erros de pontuação, porém, eu já li por aí que a revisão da LeYa não é boa, o que não é culpa do autor. Como esse é o primeiro livro da Editora que leio, não posso condená-los de todos, erros acontecem.

Eu falaria mais sobre o livro, mas o medo de contar mais do que já contei é imenso, e respondendo a pergunta sobre o que eu achei: A história é boa, a pesquisa foi interessante e fora alguns fatores irritantes eu gostei e recomendo, se essa misturada toda, não te enjoar.

" Tu inspiraste Rowling e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões da Terra Média. Tu inspirastes Lovecraft e em minhas terras se ficou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: Até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?"

site: www.blogmundodetinta.blogspot.com
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Andrei Arthur Fahl 05/12/2014

Deprimente
Nossa, acho que vou desistir do Raphael. Fiquei super interessado no livro pelo seu enredo, mas o livro é uma pura enrolação. Raphael parece que não sabe no que ele é bom, ou seja em batalhas e em construção do mundo. O livro era para ser fantástico, mas 100 páginas dele só se passam nesse universo fantástico criado por ele. Os sonhos que o protagonista tem são até legaiszinhos, mas como a história se desenrola no mundo real é deprimente. Umas das maiores decepções de 2014 com certeza.
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Andressa 28/08/2014

Simplesmente Divino!
Para quem gosta do gênero Fantasia, esse é um livro fantástico, de uma leveza, simplesmente incrível.
Eu me apaixonei por Axel e João em "Dragões de Éter", mas Raphael Draccon superou ainda mais em "Fios de Prata". Me emocionei com Allejo e Ariana. Esse livro é de uma doçura, de uma sutileza, é tão sensível e inspirador.
Com toda certeza se tornou um dos meus favoritos. Afinal, não é todo homem que vai, literalmente, ao inferno por amor a uma mulher, só mesmo "o sonhador mais poderoso do orbe terrestre", porque "ele fez o pedido desprovido de ambição mais ambicioso do mundo".
Fantástico. Simplesmente Divino!
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Paulo Weber 23/05/2014

Minha Resenha em video de Fios de Prata: Reconstruindo Sandman
Falei num episodio de Quero Na Minha Estante sobre Fios de Prata de Raphael Draccon.

site: https://www.youtube.com/watch?v=2VgET6uKMTA
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spoiler visualizar
Eder 14/04/2014minha estante
"Draccon deveria ter dado a ideia dele para um autor de verdade fazer o seu livro."
Adorei essa frase. Haha




Diogenes 05/02/2014

Confuso.
Temática boa, nunca tinha lido algo parecido, personagens se desenvolvem bem , porém como tudo acontece, é meio confuso. O autor descreve muito bem as cenas e tudo , não obstante mesmo assim ainda o achei confuso, ainda que seja uma boa leitura.
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Jéssica R. 16/01/2014

Fios de Prata não foi exatamente o que eu esperava. Li Dragões de Éter e me encantei com o mundo que ele criou, com os personagens e com a escrita dele, que foi uma novidade para mim. Mas, infelizmente não foi o que aconteceu desta vez.

Teve muitas coisas que achei genial (Claro! Afinal é o Draccon) como o sonhar, as planícies com varias árvores nas quais as pessoas esperavam embaixo a chance de cultivar a sua própria mudinha, nessa parte o autor cita algumas figurinhas já conhecidas como J.K Rowling e J.R.R Tolkien. Confesso que senti uma invejinha de Allejo, gostaria muito de passear entre aquelas árvores.

No início, fiquei um pouco confusa com a história sem saber onde tudo aquilo iria parar. Mas acredite, este é um ponto positivo. No final todas as partes se encaixam e você (eu) percebe que o autor conduziu a história muita bem. Apesar de ter achado alguns trechos muito longos, com muitas explicações desnecessárias e repetitivas. Como a conversa que Allejo e Lúcio Vernon tiveram no carro, achei que no decorrer da história todo aquele papo teria alguma utilidade, me enganei!

Sei que o “desaparecimento” de Ariane foi bem explicado e necessário, mas senti muita falta dela, foi uma personagem que me cativou desde o inicio. Esperei o livro todo para ver a ginasta ter um destaque ainda maior e vi :)

As cenas de ação foram muito bem escritas e emocionantes, nos fazendo lembrar da luta final do Príncipe Axel em Dragões de Éter. O final com as pessoas sendo curadas e tudo mais foi um toque especial do livro que não nos deixa esquecer de como é importante sonhar. No final de contas, Fios de Prata é na minha opinião inferior á Dragões de Èter (foi impossível não comparar), não é um livro que irei recomendar. Será que vou continuar lendo os livros do Draccon? Sim! Claro! Não vais ser um livro que irá fazê-lo cair no meu conceito.

site: http://lilianejessica.blogspot.com.br/2014/01/fios-deprata-reconstruindo-sandman.html
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neo 09/01/2014

EDITADO EM 18/11/2014. Resenha atualizada.

Li esse livro ano passado e já fiz uma resenha para meu tumblr há algum tempo, mas sinto que preciso de uma nova e mais detalhada agora. Plus, estou tão gripada que meus olhos ardem e respirar dói, e para completar coloquei aparelho ontem e no momento quero arrancar todos os meus dentes de tão nervosa que esse treco me faz ficar, com o bônus sendo que mal posso comer e isso está me levando lentamente à loucura/consideração de pensamentos assassinos. Então, sim, preciso extravasar toda a irritação que estou sentindo ou realmente acabarei matando alguém, esse alguém sendo muito provavelmente meu irmão, que vem reclamando de um bug em World of Warcraft no meu pé do ouvido desde domingo quando ele sabe muito bem que eu odeio World of Warcraft!!!!

Mas vamos ao que interessa.

Quando vi esse livro na livraria tive basicamente duas reações. A primeira foi achar a capa e o título maravilhosos. A segunda foi soltar um suspiro cansado, olhar para o céu e perguntar mentalmente, por quê?, quando percebi que o livro era do Draccon.

Sei que isso soa meio cruel e preconceituoso, mas já comprei um livro do Draccon, Dragões de Éter, e nunca consegui passar da página cem porque onomatopeias, caps lock, quebra da fourth wall e diálogos pra lá de desajeitados não são características que eu aprecio em livro algum. E a própria narrativa me pareceu infantil demais, então deixei a história, que até parecia bastante interessante, pra lá. Acho que fica fácil imaginar porque desanimei tanto ao ver que Fios de Prata era do mesmo autor de Dragões de Éter. A ideia me pareceu excelente, mas meu sexto sentido apitando loucamente não deixou que eu comprasse o livro da primeira vez que o vi.

Lá pela vigésima vez, desisti e o comprei.

Foi a última vez em que não confiei em meu sexto sentido.

(Mentira, teve O Trono de Vidro que veio depois, mas só).

Primeiro, tenho uma confissão a fazer: nunca li Sandman. Ou qualquer outra coisa do Neil Gaiman, pra falar a verdade. Pretendo o fazer um dia, mas acho que por ter colocado Gaiman e Stephen King no mesmo nível de fama/credibilidade (por motivos que eu mesma desconheço), depois de ter me decepcionado com um livro do King minha vontade de ler algo do Gaiman morreu. Sei que é uma razão estúpida, mas foi o que aconteceu. Sendo bem sincera, fico meio receosa de ler autores muito consagrados porque acabo indo com muitas expectativas e quebrando a cara, e meio que já li livros ruins demais esse ano e não preciso odiar outro livro amado por todos, muito obrigada.

(E aparentemente Sandman é HQ???? Menos chances ainda de eu ler um dia, plep).

Mas enfim, Fios de Prata começou muito bem, para surpresa minha e das minhas amigas, com quem sempre compartilho minhas opiniões sobre livros que estou lendo. As descrições eram boas e o ritmo também, e apesar dos diálogos desajeitados (de novo), eu estava disposta a perdoar defeitos menores em prol da ideia de gostar de um livro de fantasia nacional (also, se você não perdoar diálogos desajeitados não vai gostar de livro de fantasia brasileiro nenhum, porque juro que essa é a falha mais comum de todos eles). Mas minha alegrai foi curta; não demorou muito e o livro começou a desandar.

Causa número um: os personagens. São péssimos, sem mais. Ocos, sem profundidade, estereótipos puros sem a menor tentativa de originalidade ou até mesmo verossimilhança. Ariana é gaúcha, então claro que tivemos gírias gaúchas em cada frase dita pela moça, mas a "gaúchisse" dela começou e acabou aí. Ela é uma ginasta de personalidade forte, o que basicamente quer dizer que ela solta umas respostas de vez em quando, mas só. Ela acaba presa no mundo dos sonhos e nosso herói, Mikael Santiago, ou Allejo, tem como missão resgatá-la. Fazer uma pseudo-personagem feminina forte apenas para tê-la sendo salva pelo homem protagonista, hm? Por que isso não me surpreende?

O Allejo então, nem se fala. Jogador de futebol, rico, pegador, conhecedor de cultura nerd e uma boa pessoa. Tem a profundidade de uma poça no meio da estrada, e é tão ignorável quanto uma. Um Gary Stu em toda sua glória. Blah.

O resto dos personagens é tão marcante que não consigo lembrar do nome deles. Oops.

Causa número dois: o romance. Senhoras e senhores, bem vindos ao reino do insta-love, ou, para os marinheiros de primeira viagem que não costumam ler livros com muito romance, o amor instantâneo aka o melhor modo de fazer os dois pombinhos se apaixonarem sem se preocupar com coisas inúteis como desenvolvimento do relacionamento ou dos personagens. E vocês pensando que insta-love pertencia só aos "livros para garotas", hm? (O Poder da Espada, eu estou olhando para você.)

A cena que mais me marcou do relacionamento de Ariana e Allejo foi o momento em que ele se apaixonou por ela, numa cena em que ela se apresentava em alguma competição. Como se esquecer de Allejo babando nas características físicas de Ariana e se declarando apaixonado após vê-la executar um monte de saltos com nomes complicados (obviamente o autor teve que colocar os nomes deles lá, e também mencionar o quão difícil eles são)? Pra que se apaixonar após meses (ou anos) de convivência se você pode cair de amores por alguém depois de vê-los fazer um salto duplo carpado, já que se apaixonar assim custa bem menos desenvolvimento de personagem e página?

Mas pode continuar babando pela Ariana, Allejo. Eu ficarei aqui, encarando o seu relacionamento com ela (a maior causa da história existir, falando nisso), mais ou menos assim: https://p.gr-assets.com/540x540/fit/hostedimages/1416355115/11942740.gif

Mas, como eu disse, pode continuar :)

Causa número três: a escrita que, sim, começou ótima, deu alguns saltos carpados incríveis, mas terminou estatelada no chão com as pernas pra cima. Um desastre.

Sabe que Fios de Prata me lembra uma versão brasileira de A Lâmina na Alma? Não, as histórias não são nada parecidas, mas ambas as histórias compartilham uma coisa: a vontade ferrenha (lê-se desespero) de ser épica. Ou seja, usam purple prose o tempo todo.

Eu pude sentir esse livro tentando me convencer de que ele era a coisa mais épica da Terra. Ele tentou, e tentou muito. Houve longas descrições cheias de floreios, inúmeras referências à cultura pop, uma tentativa (que foi se tornando cada vez mais desesperada à medida que o livro ia se aproximando do fim) de mostrar que aquela era uma guerra que atingia a todos e influenciava a todos (e que por isso, obviamente, era tão, mas tão importante) e passagens feitas simplesmente para servir de quote, de tão forçadas e wtf que foram.

Como eu já disse, um desastre.

Causa número quatro: o final. Um final com um senhor deux ex machina, vale frisar.

Acho que o Draccon pensou que o deux ex machina soaria como um plot twist, mas esse não foi, nem de longe, o caso. Veja bem, não havia modo algum de as coisas se resolverem do jeito que elas estavam, então algo teve que surgir do nada para dar um fim à história. Basicamente um "epa não sei como concluir isso usando as coisas que foram apresentadas durante o livro, então vou ter que pegar isso aqui, algo quase sem relação alguma com tudo que aconteceu, e usar para resolver tudo. Genial!"

Mas eu ri, porque o final foi meio de desenho animado e porque eu gostei de ver alguns personagens quebrarem a cara lindamente. Mas sim, foi um deux ex machina. Ha.

Parei de ler Os Dragões de Éter porque o estilo não me agradou, mas lá cheguei a considerar a escrita do autor boa (apenas não meu tipo de escrita, saca). Fios de Prata, porém, me traumatizou demais para que eu volte sequer a considerar comprar um livro dele. Nem rola. Isso é um adeus, feliz ou infelizmente.

A única coisa boa desse livro foi o Phantasos, e não, não foi porque ele é um bom personagem. Mas tinha elfos no reino dele, so yay, call me biased, mas eu tinha que me apegar a algo bom no meio dessa bagunça. Anyway, uma estrela para Fios de Prata.

(Se eu sei que estou provavelmente destruindo minhas chances de ser publicada aqui no Brasil com essa resenha? Ô se sei, mas, obviamente, não me importo. Tsk).

site: http://lynxvlaurent.blogspot.com.br/
Letícia 17/02/2014minha estante
Já li dragoes de eter, comprei na bienal, e comprei fios de prata sem querer, quando vi que era do Draccon, meu coração apertou.
Concordo com tudo o que disse e minha amiga me ouviu reclamar todo santo dia desse livro, os ouvidos dela sangraram hauhauah


Albarus Andreos 08/01/2018minha estante
Kkkkkkk... Adorei a resenha. Espero que os dentes tenham ficado lindos. :-)


Aahmanda 15/08/2023minha estante
Concordo rs


Gabriel Duro 25/12/2023minha estante
Sei que fazem 10 anos dessa Review, mas de tempo em tempo gosto de vir aqui ver reviews desse livro. Que sofrimento foi ler isso. Pra mim além de tudo que falou (que concordo 100%) foi realmente o Deus ex machina patético e a parte das árvores dos autores que claramente ele estava se achando o máximo. Ridículo.


Aahmanda 27/01/2024minha estante
Obrigada por curtir meu comentário! Eu não lembrava dessa resenha linda e fiquei feliz de reencontrá-la. Rs




SimplesDaniel 18/11/2013

Autografo
Comprei o meu exemplar na Bienal do Livro de Salvador.
Assisti a palestra do Raphael Draccon e da Carolina Munhoz e esperei por 2 horas na fila para conseguir um autografo.
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