Jéssica 16/12/2023
"A casa das sete mulheres" é um misto de histórias. Seu plano de fundo é a Guerra dos Farrapos, ocorrida entre 1835 e 1845. O General Bento Gonçalves, líder da revolução, isola em sua casa, na estância, as mulheres da família para que elas fiquem afastadas e seguras das áreas de conflito. A partir daí, o livro discorre durante os 10 anos de duração da guerra, porém seu grande foco não são os que foram lutar nela, mas aqueles que ficaram, especificamente as sete mulheres que passaram a viver no isolamento proporcionado pela estância.
A leitura é fluída, apesar de um pouco parada em determinados momentos. Algumas mulheres têm uma vida mais interessante que outras, mesmo no isolamento, porém achei todas um tanto quanto “iguais”, tanto que demorei um pouco para saber quem era quem, até a metade da leitura parecia que só mudavam de nome, rs. Além disso, apesar de serem sete mulheres isoladas, não há grandes conflitos entre elas – o que achei estranho/senti falta, afinal, são sete mulheres presas em uma casa haha.
De qualquer modo, foi uma experiência incrível acompanhar suas vidas, crescimento e desenvolvimento; ver como elas precisaram fazer com que a vida seguisse mesmo com a guerra, mesmo em meio à longa espera, ao medo da morte de um familiar, à aflição causada por esse contexto de violência, à angústia das notícias ruins que chegavam...
Este livro foi um verdadeiro achado da literatura brasileira pra mim. Comprei porque estava na promoção, mas ficou parado na minha estante por mais de um ano porque eu realmente não esperava muito dele. Mas me surpreendi e agora indico muito esta leitura.
É sobre uma guerra, mas de um ponto de vista diferente: daqueles que ficam. Vale a pena conhecer.