Carous 01/08/2017Bom, a história começa com Amber e Sapphire parando numa joalheria antes de irem para casa e então elas são testemunhas de um assalto. Ao chegar em casa, ainda estão nervosas e tentando assimilar o susto que passaram e nesse meio tempo, Em bola o plano de roubarem joias também para tirarem as irmãs da situação ruim que estão. E quando digo ruim, é tudo na vida delas: problemas na fazenda da família no Texas, problemas para se sustentarem em Nova Iorque, problema de relacionamento, problema de moradia, problema de emprego. Ufa! Fica claro que essa família precisa se benzer para afastar tanta má sorte.
Esse é o segundo livro da Carmem Reid que li, mas o primeiro não terminei. O outro, Uma cama pra três, eu desisti depois de 12 páginas porque não gostei da personalidade da personagem principal.
Já percebi que a autora adora colocar personagens assim: que andam na tênue linha entre serem corretas ou cometerem pequenos delitos e traições. O velho, mas muito bem colocado desvio de caráter.
Acho os livros dela difíceis de engrenar. Quero dizer, comprei outro no mesmo dia e enquanto o segundo consegui ler numa rapidez assustadora, este eu tinha a impressão que demorava mais. Porém, depois que todos os personagens foram apresentados, a história contada, a leitura fluiu como uma maravilha. E fiquei feliz, pois é um livro muito bom!
De cara minha favorita deste livro é a Amber, irmã mais velha das Jewel e mais responsável também. A que não gostei foi a Emerald (ou apenas Em) primeiro porque ela rouba peças de roupas das lojas, algo que ela não considera um delito tão grave porque às vezes devolve as peças e qual o grande problema de roubar de ricos para uma pobre texana? Segundo, porque é por culpa de sua cabeça de vento e obsessão em ser uma Lady Di (ou milionária mesmo) que põe as outras numa enrascada cujo fim, se elas não pensarem num plano maravilhoso, pode ser a cadeia. Lindo, não?
Sapphire foi do começo ao fim indiferente pra mim. É estranho pensar que aprecio meus amigos com as mesmas qualidades que ela, no entanto, todo esse conjunto num papel apenas me dá preguiça. Ela é muito meiga, muito boa, muito gentil, a mais frágil, a que mais entra em pânico em situações estressantes, a que precisa ser protegida e poupada e pra finalizar, é romântica ao ponto de acreditar em príncipe encantado. Alguém mais suspirou e revirou os olhos vendo como esse anjo é?
Comecei a resenha antes de terminar o livro e estava bem insegura pensando que ia quebrar a cara quanto ao comportamento da Em e teria que reescrever tudo, mas ela continuou a mesma assim como minha opinião sobre ela. Aliás, não gostei do fim da personagem porque ela não pareceu nada arrependida da confusão que arranjou para as irmãs e nossa, como essa moça foi empata do namoro da Amber com o Jack, que é o policial que investiga o caso das joias e uma luz no fim do túnel para a sem sorte e sem esperança Amber.
Ao final da leitura, cheguei até a mandar um tweet para autora parabenizando-a porque o livro é realmente muito bom.
Agora vamos aos poréns: nos Agradecimentos, Carmen Reid explica que usou livros de pesquisa para saber as expressões tipicamente texanas só que na tradução do livro para o português, esse cuidado da autora meio que se perde. Sim, algumas frases ditas pelos personagens são incomuns então o leitor até pensa “Ah, essa deve ser uma expressão texana!”, outras também são, no entanto, usamos em nosso cotidiano então passam despercebidas.
Segundo, sabe quando dizem que estadunidense olha apenas pro próprio umbigo? Achei isso das irmãs. Elas viajam para Genebra e sequer sabem a língua oficial do país e depois embarcam para Montenegro, um país que não tinham conhecimento da existência! Achei muita ignorância delas e fiquei pensando o que os alunos aprendem em Geografia. Quem não se lembra do professor falar do país Sérvia e Montenegro e depois fazer a piadinha que o país se dividiu em dois ficando Sérvia... e Montenegro? Sem contar o fato que elas escolhem o destino, mas não pesquisam sobre ele (a língua oficial de Genebra você encontra em uma pesquisa de 5 minutos no Google, alô!!!).
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Ps.: Cada capítulo traz diálogos de mulheres milionários que são engraçados e cheios de sarcasmo. Confesso que perdia um bom tempo apenas lendo e relendo os diálogos e rindo como uma boba.
Ps².: Eu não falei muito do Jack né? Ele é o personagem masculino principal e apesar de não aparecer o tempo todo, aparece nas horas exatas (e some também). A Carmen Reid falou superficialmente da vida dele íntima e eu imaginei todo o resto chegando à conclusão que esse é um cara bom de namorar. Por isso fiquei tão feliz dele ser par da Amber, vamos concordar que ela precisava de alguém legal e descomplicado na sua vida. E ele parece ter se ligado tão forte nela que apesar da gente entender os motivos dela querer ir com calma nessa relação queremos ao mesmo tempo que ela não desgrude mais dele, aceite logo ser esposa dele e vá viver feliz sem olhar pra trás.