Uma vida interrompida

Uma vida interrompida Etty Hillesum




Resenhas - UMA VIDA INTERROMPIDA


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Isotilia 08/02/2013

Um dos melhores livros sobre o Holocausto... até agora!
Eu achava que já tinha lido tudo sobre pessoas que vivenciaram o Holocausto... Eu li 'O Diário de Anne Frank' e 'Em Busca de um Sentido' do Viktor Frankel. E conheci 'Os Diários de Etty Hillesum' através do meu namorado.
Hoje eu rio da minha ingenuidade. Com uma simples procura do Google, ele vai te retornar que: "Quem procura por Etty Hillesum também procura por : Edith Stein, Simone Weil, Rutka Laskier, David Koker, Helga Deen, Hélène Berr, Charlotte Salomon, Victor Klemperer, etc. Lendo a biografia deles, eu percebi que a literatura sobre o Holocausto é extensa. E eu quero ler todos!
As situações de grande sofrimento dispertam o melhor ou o pior das pessoas. No caso de Etty Hillesum e tantos outros, o melhor foi desperto. Ela se tornou um líder espiritual para mim. Quero continuar a sua vida interrompida.
Estou lendo esse livro numa fase muito importante da minha vida. Estou saindo de um tratamento para depressão. No histórico de leitura, eu transcrevi os trechos que mais me motivaram a superar os pensamentos negativos.
Como meu pai costumava dizer quando lia um livro maravilhoso: 'Acho que todo mundo deveria ler este livro!'. Dentre os três que eu conheço sobre o tema, acho que todas as pessoas deveriam ler Etty Hillesum e Viktor Frankle.
Anne Frank é histórico, mas ele acaba fazendo um desfavor a causa do Holocausto. Hoje sabemos que os textos foram mudados e editados várias vezes para ficarem mais 'publicáveis'...Ao contrário de Hillesum e Frankel que encontraram uma força espiritual extraordinária dentro de si mesmo, Anne é apenas uma menina que sofre... Não me senti melhor com a leitura dos diários de Anne Frank como eu me sinto lendo Etty Hillesum.
juliana.fonseca 31/05/2017minha estante
Ola, adorei saber que essa leitura tem mexido com tantas vidas.... gostaria de saber se poderia me ajudar de alguma forma...meu email é Juliana_iraja@hotmail.com.... preciso muiot desses referencias citados por voce.




SLMM 19/07/2020

O Processo do Extermínio
Lindo livro, de uma mulher jovem que queria ser escritora. Já era e não sabia. Seu diário mostra como o processo de extermínio dos judeus se materializou na Holanda ocupada. Suas reflexões são de um ser um humano preocupado em entender a si mesma e a vida. Triste e belo.
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Antonio Cesar 19/10/2020

Meu primeiro contato com a autora deu-se ao final da leitura da obra do teólogo espanhol Andrés Torres Queiruga, Repensar o mal, que já ao seu final reproduz um trecho do diário de Etty relativo ao dia 12 de julho de 1942. Mesmo não conhecendo nada a respeito da autora, e envolvido pela árdua leitura do teólogo espanhol, Chorei. Reli o trecho diversas vezes e até hoje me emociona sua leitura. Fiquei naquele momento muito impressionado, de como aquelas poucas linhas tornaram cristalinas para mim a mensagem central que teólogo desenvolveu em sua obra. Chega a me dar uma tristeza saber que uma obra tão importante, tanto para saber um pouco mais sobre o tema holocausto, apesar de o diário de Etty não tratar especificamente desta questão, como para acessar a profundidade da espiritualidade da autora, ser, salvo melhor juízo, tão pouco conhecida e divulgada. E, para incentivar aos que lerem estas linhas procurem ler todo o diário de Etty, transcrevo aqui o que ela escreveu em seu diário:

Do Diário de Etty Hillesum.....
Oração da manhã de domingo.
[12 de julho de 1942]

São tempos assustadores, meu Deus. Esta noite, pela primeira vez, fiquei acordada, deitada no escuro com os olhos ardendo e muitas imagens do sofrimento humano passavam diante de mim. Uma coisa eu prometo, Deus, uma insignificância: não deixarei que minhas preocupações com o futuro pesem sobre o dia de hoje; isso, no entanto, exige certa prática. Cada dia agora já é bastante em si mesmo. Hei de ajudar-te, Deus a que não me abandones, mas não posso assegurar nada com antecedência. Mas uma coisa se torna cada vez mais clara para mim: Que tu não podes nos ajudar, mas que nós mesmos temos de te ajudar e com isso ajudamos a nós mesmos. E essa é a única coisa que podemos salvar nestes tempos e também a única coisa que importa: um pedacinho de ti dentro de nós, Deus. E talvez também possamos ajudar a exumar-te nos corações aflitos de outros. Sim, meu Deus, parece que não podes fazer muito em relação às circunstâncias, elas afinal também são parte desta vida. Também não te chamo à responsabilidade, tu poderás nos chamar a responsabilidade mais tarde. E torna-se mais claro para mim a quase cada batida de coração: que não podes nos ajudar, mas nós devemos te ajudar e que temos de proteger até o último instante a marada onde resides em nós. Há pessoas, é bem verdade, que até o último momento colocam aspiradores de pó e talheres de prata em segurança, em vez te ti, meu Deus. E há pessoas que querem pôr em segurança seus corpos, que são apenas alojamento de milhares de medos e amarguras. E dizem: “A mim eles não terão em suas garras”. E esquecem que ninguém está nas garras de ninguém quando está nos teus braços. Já começo a ficar mais calma de novo, meu Deus, graças a esta conversa contigo. No futuro próximo ainda terei muitas conversas contigo e dessa forma te impedirei de fugir de mim. Uma hora ou outra terás tempos mais minguado sem mim, meu Deus, em que não serás tão vigorosamente alimentado por minha confiança, mas acredita-me, continuarei a trabalhar para ti e te serei fiel e não te expulsarei do meu torrão.
Tenho forças suficientes para o grande sofrimento heroico, meu Deus, no entanto são mais os milhares de preocupações diárias que às vezes saltam sobre nós como parasitas implacáveis. Enfim, por enquanto coço um pouco e digo a mim mesma todos os dias: para o dia de hoje está tudo em ordem, as paredes protetoras de uma casa hospitaleira cobrem seus ombros como uma peça de roupa muito usada, familiar, há comida suficiente para hoje e sua cama com lençóis brancos e cobertas quentes está outra vez esperando para esta noite, portanto, hoje você não pode perder nem um átomo de energia com suas pequenas preocupações materiais. Use e gaste cada minuto deste dia e transforme-o num dia produtivo, mais uma pedra forte na fundação sobre a qual nossos futuros dias de privação e medo ainda possa se apoias um pouco.
O jasmim atrás de casa agora está completamente destruído pelas chuvas tempestades dos últimos dias, a floração branca flutua espalhada pelas negras poças lamacentas sobre o teto baixo da garagem. Mais em algum lugar dentro de mim o jasmim continua a florescer imperturbável, tão exuberante e delicado como sempre floresceu. E espalha seu perfume pela morada onde habitas, meu Deus. Vês como cuido bem de ti? Não te trago apenas minhas lágrimas e apreensões, trago-te nesta manhã de domingo tempestuosa e cinza até mesmo o perfume de jasmim. E te trarei todas as flores que encontrar no meu caminho, meu Deus, e realmente são muitas. Estarás tão bem quanto possível comigo. E apenas para citar agora um exemplo ao acaso: quando eu estiver trancada numa cela e uma nuvem pairar diante da pequena janela gradeada, então eu te trarei aquela nuvem, meu Deus se ao menos ainda tiver forças para isso. Não posso assegurar nada antecipadamente, mas as intenções são as melhores, isso tu percebes.
Agora vou me abandonar a este dia. Vou encontrar muitas pessoas hoje e os rumores maldosos e ameaças voltarão a me assaltar assim como soldados inimigos a uma fortaleza inexpugnável.
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Michelle.Pereira 27/07/2021

Um pássaro, com olhar de Águia
Esse foi um dos livros sobre o holocausto que já li. Etty uma jovem garota l, uma mente brilhante que sonhava em um dia ser escritora, uma jovem apaixonada, com problemas como cada um dos seres humanos.
Uma jovem judia não praticante,apaixonada por seu médico e é um amor correspondido, mas se olharmos nas interlinhas, podemos ver no decorrer do livro, uma garota depressiva se tornando uma grande "gigante", adquirindo uma grande alma, adquirindo a virtude da magnimidade.
Foi uma grande mística de seu tempo, vivendo uma liberdade que na sua época era uma utopia para o povo judeu, encontra também esse Deus auto-trancedente, um Deus que é capaz de sair de si mesmo e se rebaixar ao ser humano e adquirindo tudo isso ela tem um olhar além, um olhar contemplativo do mundo, mesmo passando por uma II guerra mundial, ela encontra o sentido para sua vida. Recomendo a todos ler o diário dela, um livro profundo que toca no mais fundo de nossa sensibilidade.

"Gostaria de ser o coração pensante de todo um campo de concentração" Etty Hillesum
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Artur.Sergio 10/02/2023

Esvair-se em Deus ou num poema
O primeiro diário no qual me debruço para uma leitura imersiva, da qual emergi enternecido. Etty Hillesum é sem sombra de dúvidas a autora mais complexa e sensível a qual já tive a oportunidade de conhecer até hoje. Contribui para tanto uma certa identificação, tanto pessoal como ocupacional, e por que não também espiritual?

No princípio, os diários aparentam uma certa finalidade terapêutica, e é encantador a forma que vai tomando no decorrer do desabrochar de Etty, os seus contornos e estilística construindo uma forma própria e só dela e seu amadurecimento a cada linha.

É quase impossível, em especial às pessoas devotas, não sentir-se sensibilizado pela conversão espiritual na qual Etty se entrega à sua fé em Deus. Tendo início a partir do momento em que bate à porta de Julius Spier ? seu mentor, melhor amigo e amante espiritual.
O que dizer dessa relação? Que as palavras de Etty o façam: "Fotos dele eu na verdade nem quero ter, talvez eu nunca mais nem sequer pronuncie seu nome, mas aquele pentinho cor-de-rosa sujo, com o qual o vi por um ano e meio pentear seus cabelos ralos, agora está na minha carteira, entre meus documentos mais importantes, e ficaria terrivelmente triste se algum dia o perder. As pessoas são mesmo seres estranhos". São certamente palavras de quem ama e muito amou alguém. Palavras de uma mulher que preferiu ficar sozinha e ser útil a todos que render-se aos desejos egoísta, mas não sem sofrer muito, pois "deixar alguém que se ama completamente livre, deixar que viva sua própria vida por inteiro, é a coisa mais difícil que existe".

A literatura, outra área indissociável da vida de Hillesum, significava o seu caminho, a sua jornada para o encontro de e em si mesma. Senti em cada parágrafo de seus diários a verve para a escrita, para as letras e, a seu lado, o desvanecer do seu "bloqueio espiritual" que lhe impedia o fluxo da vocação.

Pode-se ler estes diários sob diversas perspectivas, mas todas acabam convergindo em um e mesmo ponto: o amor. Pois "de que me adianta ter tudo, se eu não tenho Amor." E um amor, acima de tudo, com A maiúsculo.
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Tina Melo 09/03/2020

A segunda guerra mundial e o holocausto são os panos de fundo para a história que se passa em “Etty Hillesum - Uma vida Interrompida”. O livro é a transcrição e edição de nove diários e cartas de Etty Hillesum, mulher judia holandesa, escritos entre 1941 e 1943, período em que viveu sob ocupação alemã em Amsterdã e no campo de Westerbork.
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Esse livro, numa linda edição da @editora.ayine, é para ser lido escutando a playlist (vou colocar nos stories!) que minha amiga super talentosa ❤@erikaziller fez. Várias obras lançadas pela Âyiné ganharam playlists exclusivas que estão disponíveis lá no perfil do Instagram. Obrigada Erika pela contribuição com o @24por6!
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Etty é de uma família de pessoas brilhantes, porém com distúrbios psicológicos. A própria enfrenta instabilidade emocional. Grande parte do livro traz a relação dela com Julius Spier, terapeuta que desenvolveu a psicoquirologia, a quem recorreu buscando orientação e meios para ter uma vida plena. E foi isso que encontrou de certa forma.
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Os métodos terapêuticos aplicados por Spier, inclusive a escrita dos diários, desenvolveram na autora um grande conhecimento pessoal e uma conexão com o deus cristão que a ajudaram a atravessar o avanço da II Guerra Mundial, seu destino e de seu povo de forma otimista e altruísta, negando-se a odiar todo o povo alemão.
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Apesar de um tema tão pesado, é um livro muito bonito, com passagens cheias de esperança. Etty vai gradativamente perdendo direitos e tendo sua liberdade cerceada; não pode mais andar de bicicleta, de bonde, comprar os alimentos que deseja, perde amigos e conhecidos em campos de concentração e ainda assim ela volta seus pensamentos para o bem maior de todo seu povo. .Esse livro é um exemplo de resiliência e compaixão.

site: https://www.instagram.com/24por6/
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MSaverna 27/02/2021

Que livro!
Acabei neste segundo de ler ?O Diário de Etty? e estou sem ar, consternada. Tudo isso é real. Aconteceu. A 80/90 anos atrás.... como é possível meu Deus?
Mexeu com meu coração e minha alma. Nos coloca a refletir sobre sentido, valores, sentimentos...
Lindíssimo. Duro. Mas mais que tudo inspirador.
Vale cada letra lida!
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Iga1.diass 28/12/2022

Para quem busca uma obra similar ao Diário de Anne Frank...
Um diário lindo e único, escrito por uma jovem com um olhar poético sobre a vida. É muito bonito ver todo o desenvolvimento espiritual da Etty ao longo do seu diário, e como ela suportou de cabeça erguida os horrores do holocausto.

Sou muito grato por você ter aparecido na minha vida Etty, e por me permitir enxergar o mundo com os seus olhos. Obrigado por estar comigo por todos esses meses, e pode ter certeza que, apesar de ter morrido tão jovem, você conseguiu concluir o seu papel aqui na Terra. Sinto que perdi uma grande amiga, mas saiba que você está no coração de todos nos quais o seu diário conseguiu alcançar...
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lendocombeatrizz 09/08/2023

Amou a humanidade quando tinha motivos para desistir dela.
Não saberia escrever sobre a Etty sem falar de amor. Um amor genuíno, e não por si, mas por todos. Ainda que vivesse em um momento de guerra, em que todos lutavam pela sua aniquilação, Etty dizia que a vida era bela e plena de sentido;

Eu achava que sabia o que era compaixão, mas só pude ter certeza quando li esse livro. A menina que não sabia ajoelhar, aprendeu. E aprendeu não só a recorrer a Deus, mas a aceitar o seu destino e como a vida estava posta diante a ela;

O livro é um diário, o que me chamou muita atenção, já que eu amo livro que possuem esse formato. O diário acaba nos remetendo o de Anne Frank, também m0rt4 na 2ª guerra mundial;

E ainda que eu não seja a pessoa com a fé mais fervorosa do mundo, me sensibilizei demais com a relação que Etty criou com Deus; é nítida a progressão desse relacionamento. Nos arremata de uma forma única;

Em muita das páginas me perguntava se eu seria capaz de carregar essa coragem toda nas costas, mas nunca obtive resposta, talvez porque ainda não tenha encontrado o pleno sentido da vida. Mas ela encontrou e foi assim que decidiu viver e m0rr3r.
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Giulia 08/01/2024

"A vida é plena de sentido."
A temática do Holocausto sempre me chamou atenção pelo seu horror. Ao estudar sobre a Segunda Guerra na escola, tinha pesadelos terríveis, mas não conseguia deixar de ler sobre.

Assim como no diário de Anne Frank, acompanhamos Etty no seu amadurecer, no seu pensar, repensar, despensar e sentir muito tudo conforme o nazismo vai tomando conta e limitando a sua vida e a das pessoas que ama.
Em meio às atrocidades, porém, Etty repete uma mesma frase em seu diário: "A vida é plena de sentido." A filosofia existencialista jorra de sua escrita. Sua relação com Deus, também.
Em uma carta de seu amigo Jopie, ele diz: "uma amizade como a dela não se perde, ela é e continua sendo." Termino o livro com o desejo impossível de ter sido sua amiga. E não posso deixar de pensar nos tantos desejos surrupiados das vidas nos campos de concentração.

Para os próximos leitores, recomendo que não tenham dó do livro. Deixem seus marca-textos a postos.
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