Renato 24/05/2020
O Bê-a-Bá das interfaces
A obra de Steve Johnson aborda os primórdios da interface e seu desenrolar em adoção e aplicação ao longo da história recente da tecnologia, principalmente no que tange aos acontecimentos do Vale do Silício nas décadas de 80 e 90. Nos primeiros "televisores" de tubo, como são apresentados no próprio filme sobre a vida de Jobs, eram muito pensados e usados para trazerem as primeiras ideias de a máquina expressar suas linguagens por meio destes.
Vimos no livro, também, o registro de Douglas Engelbart - trazendo todo o seu pensamento e legado sobre uso de periféricos para o uso efetivo de um monitor, como mouse e teclado, além da própria criação de monitores valvulados que consigam executar o feito supracitado (primórdio do primórdio) - e Vannevar Bush - no estudo intenso da utilização dos computadodres na organização mais refinada do conhecimento (com o Memex, p. ex.), a favor do intelecto humano -, por exemplo.
Tal material pode ser um misto de significados, pois expressa muito bem a história da interface e como é utilizada hoje, além de como deve ser utilizada. Pode ter quase 20 anos de existência, mas é tão atual só (e não só) pelo fato de abordar as éticas que hoje são muito ignoradas por desenvolvedores e C levels das companhias mais diversas. Consegue satisfazer tanto aos leitores ávidos por conhecimento acadêmico quanto a leitores curiosos pelo assunto. Contudo, há justas reflexões do autor que se aprofundam bastante em determinados temas e que intevitavelmente deixam a leitura um pouco mais demorada.
Essencial para quem trabalha no ramo tecnológico e no design, como é meu caso. Recomendo fortemente!