Miso Soup

Miso Soup Ryu Murakami




Resenhas - Miso Soup


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Gustavo616 21/02/2021

Passeio Macabro
Estive pesquisando alguns autores e livros japoneses para conhecer, e acabei me deparando com Miso Soup. Pra ser sincero, o que mais me chamou atenção nesse livro foi o valor baixo, porém o conteúdo se mostrou muito melhor que o esperado, e isso foi uma surpresa.

Aqui conhecemos o jovem Kenji, ele trabalha como guia de turismo sexual em Tóquio. Ele seguia vivendo sua vida tranquilamente até ser contratado por Frank, um turista vindo dos Estados Unidos. Durante a primeira de três noites juntos, Kenji percebe coisas estranhas vindo de Frank, e com isso ele acaba relacionando o turista à um terrível assassinato que aconteceu na região há poucos dias.

A obra é dividida em três partes, e enquanto lia a primeira, achei que não ficaria tão surpreso assim com a leitura, porém as partes dois e três acabam lhe prendendo bastante à leitura, sendo difícil deixar o livro de lado.

Pequeno, rápido e surpreendente.
B.norte 25/02/2021minha estante
Amo literatura japonesa ? esse já está na minha lista de leituras futuras!


Gustavo616 25/02/2021minha estante
Super recomendo, livro muito bom mesmo!




Victor Dantas 24/02/2021

Contato com os submundos do Japão. #41
Quando eu estava organizando minhas metas literárias para o ano de 2021, decidi ler livros contemporâneos fora do eixo EUA-UK e dá visibilidade para escritores africanos, asiáticos e latino-americanos, sendo assim, criei uma lista com 7 livros para cada continente para eu ler durante o ano.

Durante a montagem da lista dos livros asiáticos, encontrei no site da amazona uma obra de um autor asiático com um título bem peculiar, e ainda com um preço de feijão haha (10 reais). Logo, realizei a compra, e eis que finalizei a leitura dele hoje (24/02/21).

Estou falando de "Miso Soup" (1997), de Ryu Murakami.

A obra em questão se trata de um thriller, e se passa em Tóquio durante a virada do século XX para o século XXI, mais precisamente, em dezembro do ano de 1999.

O nosso protagonista é o Kenji. O Kenji é um jovem de 20 anos e trabalha como guia de turismo sexual nas noites da capital japonesa recebendo turistas de vários países do mundo.

Faltando 2 dias para a virada de ano novo, Kenji têm seus serviços solicitados por um turista norte-americano, o Frank. O Frank é um empresário que estava viajando à negócios no país, e decidiu então aproveitar a véspera e o feriado de ano novo nas noites eletrizantes de Tóquio. Uma das metrópoles que nunca dorme.

Kenji aceita acompanhar o Frank durante as duas últimas noites do ano. Na primeira noite, Kenji leva o Frank à alguns bares de strip tease, dark room e durante a noite, fica observando o comportamento do Frank, e logo a personalidade do Frank passa a lhe causar um desconforto, desconfiança e curiosidade.

Essa desconfiança aumenta quando no dia seguinte, ao acordar, Kenji vê uma reportagem na TV de um assassinato de um mendigo. O mendigo dormia na área externa de um clube de beisebol, clube esse qual o Kenji levou o Frank na noite anterior, e onde ele observou o Frank falar do mendigo de um jeito estranho.

Junto a esse fato, Kenji relembra outro caso de assassinato que foi noticiado no dia em que ele se encontrara com o Frank pela primeira vez. O assassinato fora de uma estudante japonesa de 16 anos, que foi estuprada e esquartejada.

A partir desses dois acontecimentos, Kenji passa desconfiar ainda mais do Frank, à medida que mais situações estranhas vão acontecendo.

Nas próximas 36 horas Kenji terá a oportunidade de confrontar o Frank, a respeito da sua real identidade e motivo de ele ter contratando os serviços do Kenji.

Pela primeira vez Kenji reconhece os perigos de sua profissão e está prestes a vivenciá-los...

Com uma narrativa ágil, pontual e em primeira pessoa, Ryu Murakami constrói uma trama que instiga o leitor a seguir com a leitura sem interrupções.

O livro é dividido em 3 partes: na primeira parte temos a apresentação das personagens; na segunda parte temos o conflito central e o plot twist e na terceira parte temos o desfecho da trama.

As duas primeiras partes são excepcionais, no entanto, na terceira parte, a história cai e muito. O autor exagera em digressões, monólogos, além disso, as justificativas para as ações que foram executadas pelo o antagonista da trama não são convincentes, pelo contrário, chega a ser fantasiosas. Parece que o autor quis fazer um antagonista extraordinário, e o resultado não foi tão bom.

Outrossim, o final é aberto, o que me frustrou ainda mais. Apesar de gostar de finais abertos, em thrillers quando não é bem executado a trama perde seu valor. Sendo assim, tais aspectos fizeram eu retirar 2 estrelas.

Contudo, um ponto positivo, é que obra está inserida em um contexto social bem interessante que levanta discussões.

Estamos diante de um Japão que está vivenciando a influência do imperialismo norte-americano na virada do século; uma Tóquio que está inserida na dinâmica da globalização, e que presencia os efeitos negativos desse fenômeno: violência, periferização, exclusão social; as repercussões da epidemia da Aids no Japão; a indústria do sexo ocidental se expandido na sociedade japonesa.

"Você não acha que vocês perderam a guerra há muito tempo e já não têm necessidade de imitar os americanos?" (p.33).

"Há muitas coisas no Japão que, vistos pelos olhos dos estrangeiros, não parecem normais, e maioria delas eu não saberia explicar" (p.49).

Por fim, vamos visitando por meio do texto do Ryu Murakami, os submundos do Japão.

Se você, assim como eu, quer sair um pouco do eixo EUA-UK ou se tem curiosidade de ler algo da literatura asiática, deixo aqui minha recomendação: "Miso Soup".
Jhess 24/02/2021minha estante
Amei a resenha, muito bem elaborada e aborda diversos aspectos. Apesar dos pontos negativos sua resenha faz com que o livro se torne atrativo. Gostei dessa ideia de sair da bolha e explorar outros continentes.


Victor Dantas 24/02/2021minha estante
Obrigado Jhess :)


Samuel (Barba) 24/02/2021minha estante
Gostei da ideia de sair do mainstream.
Parabéns pela resenha. ?


Victor Dantas 24/02/2021minha estante
Obrigado Samuel!


Hügø 25/02/2021minha estante
Excepcional!!!


B.norte 25/02/2021minha estante
Muito resenha ta muito legal. Fico cada vez mais feliz de ver pessoas lendo literatura japonesa ?
Esse livro está na minha prateleira e nunca li... quem sabe um dia (pois, preciso fazer a leitura dele ?)
Se precisar de mais autores japoneses, pode perguntar tenho um monte de recomendações!
Literatura Japonesa! Minha paixão! ???


B.norte 25/02/2021minha estante
Sua resenha está muito legal. Fico cada vez mais feliz de ver pessoas lendo literatura japonesa ?
Esse livro está na minha prateleira e nunca li... quem sabe um dia (pois, preciso fazer a leitura dele ?)
Se precisar de mais autores japoneses, pode perguntar tenho um monte de recomendações!
Literatura Japonesa! Minha paixão! ???


Victor Dantas 25/02/2021minha estante
Oi Lorena! Que legal saber que você é uma fã de literatura japonesa!
Podemos trocar indicações ?
Não conheço muito do Japão, mas conheço um pouco da Rússia ?? (e ambos são relativamente vizinhos haha).


B.norte 26/02/2021minha estante
Verdade, o único livro que li sobre algo relacionado a Rússia foi "Contos Russos - Tomo I" que por sinal gostei muito! Vou me organizar para comprar o II ?




Nifrido 04/07/2021

Vaporwave com terror
Gostei muito da ambientação do livro, de como o leitor (pelo menos no meu caso) acaba se sentindo um turista pelas ruas cheias de neon em Tóquio. A parte gore também me surpreendeu bastante. E esse livro só não levou 5 estrelas por conta do seu final, que eu acabei não gostando tanto de como as coisas foram explicadas.
O motivo do título do livro ser Miso Soup também é bem interessante.

A vontade que eu sinto ao ler um livro desses, é de escutar Plastic Love e outras músicas do gênero.
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Caio 09/02/2010

Verduras e um cisne
Esse livro me surpreendeu do começo ao fim. Quando eu o vi na estante da livraria, peguei achando que seria um livro leve e engraçado. Afinal, "Dentro do misoshiru" não é um título muito comum, não é?
Mas quando fui avançando na leitura (trôpega, diga-se de passagem, pois foi o primeiro livro que eu li inteiro e em japonês), fui percebendo que o que eu tinha em mãos era de tudo, menos comédia. Ah, também não é leve. Mas não me arrependo em nada.
Por mais que eu o tivesse comprado com a intenção de rir, o que eu só consegui fazer, pouco, nas primeiras páginas, a história me prendeu de um jeito impressionante. Você lê e vai formando as imagens na sua cabeça. Então, o autor te dá uma informação nova, e te faz questionar tudo aquilo que você pensou antes. E mais pra frente, novamente, novas informações vêm. Isso sem te tirar a curiosidade em saber o que virá pela frente. O livro não é previsível, e prende até a última frase.
E é só no fim do livro que dá pra entender o título. E é só entendendo o título do livro que o título desta resenha pode ser entendido.
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Hugo.Castro 28/01/2022

MUITO BOM!!
Kenji é um jovem japonês, vinte anos, que ganha a vida trabalhando como guia de turismo sexual para estrangeiros (Gaijins). Ele atua principalmente levando os turistas nos mais diversos estabelecimentos de prazer situados na região de Kaboki-cho - Shinjunku (Tóquio). A história transcorre no intervalo entre o Natal e ano novo. Neste mesmo período, em que Kenji recebe um novo cliente vindo dos Estados Unidos, um crime brutal contra uma jovem nativa choca a comunidade japonesa.

Esse foi meu primeiro contato com a literatura japonesa e estou muito feliz. Gente, que livro BOM! A história já começa intrigante/instigante e, conforme se desenrola, voce realmente sente medo. Me peguei apreensivo e com medo enquanto a trama se desdobrava. Minha intenção inicial era ler devagarinho no decorrer de uma semana, mas acabei fechando em um único dia. O livro desliza fácil fácil, igual Psicose. O final me decepcionou um pouco, achei que faltou algo para uma conclusão satisfatória. Mesmo assim valeu muito a experiência. É um thriller de primeira que não possui apenas o terror(Gore)/suspense mas há também na obra diálogos com reflexões e críticas à cultura e o modo de vida no Japão.
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Everaldo Rodrigues - Estante Etérea 03/05/2022

Resenha: "Miso Soup", de Ryu Murakami.
Kenji é um jovem guia turístico do sexo, supostamente especialista em diversão noturna no Japão. Ele é contratado por Frank, um norte-americano de quem logo passa a desconfiar, uma vez que sua chegada coincide com uma série de assassinatos cruéis na cidade.

A melhor coisa em "Miso Soup" é o quanto ele te conduz às cegas em uma trama que tem tudo para ser um thriller clichê de serial killer, mas no fundo se revela um mergulho nas inseguranças e preconceitos japoneses em relação a eles próprios e ao resto do mundo, especialmente os Estados Unidos. Kenji reflete uma geração que não sabe como se comportar diante daqueles que fazem parte de um país que mudou tão profundamente a história do Japão, cavando feridas nucleares e influenciando sua cultura. Do outro lado, temos em Frank a imagem do turista que sempre vê na sociedade que visita uma espécie de prato que deve lhe servir, reforçando a exploração e cutucando as cicatrizes de uma cultura que tenta se sustentar diante de tantas mudanças, diante da tecnologização, do distanciamento emocional.

Mas, como eu disse, nada nesse livro é previsível, e Ryu Murakami soube trabalhar os contornos da indiferença e do niilismo que fazem desse livro uma antítese da leitura conduzida a adrenalina e surpresas constantes, servindo-se desses clichês e trabalhando com o característico estilo contemplativo oriental para transformar "Miso Soup" num desafio a nossas expectativas. Fosse escrito por um ocidental, esse livro seria completamente diferente e, provavelmente, não tão bom.

"Miso Soup" é um livro inteligente, despretensioso e muito bem escrito. Sem tentar ludibriar o leitor, entrega uma experiência de desconexão e questionamentos sobre uma sociedade consumista que avança na direção da completa falta de identificação. Recomendadíssimo!

site: https://www.instagram.com/p/CdGLOXmrqCm/
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Simone de Cássia 27/07/2020

Consegui uma façanha: ler dois livros despropositados e sem noção ao mesmo tempo. Parece que escolhi a dedo (podre!). Começa estranho, vai desenvolvendo um caminho que a gente não sabe onde vai dar, aumenta a estranheza, desemboca em assassinatos absurdos com consequências surreais, apresenta justificativa do tipo "tá, vc quer mesmo que eu acredite nisso???" e termina de um jeito idiota (é, quer de verdade que eu acredite nessa baboseira!!) às vezes fico pensando onde eu estou com a cabeça quando pego uns trem assim pra ler...
Riva 27/07/2020minha estante
O mais engraçado é você não ter abandonado o livro!


Simone de Cássia 27/07/2020minha estante
Pensei sim, claro que pensei...mas o trem era tão surreal que eu queria ver como o autor ia resolver a questão! E resolveu coerentemente com todo o resto: de uma imbecilidade dolorosa!!


Riva 27/07/2020minha estante
?Tendi?!!!!!


Tereza 28/07/2020minha estante
Kkkkkk pior que me interessei pelo assunto! Gosto de tudo sobre o Japão, rs!


Simone de Cássia 29/07/2020minha estante
Tereza, quer que te mande?


Tereza 29/07/2020minha estante
Uai, vc ainda tem ele? Pensei que tivesse trocado, já ia comprar, kkkkkk. Se não for mandar para ninguém agora, quero sim! :)




Marselle Urman 02/10/2023

Respire.
Meu segundo Murakami, e já havia me esquecido da intensidade da experiência.

Ótimo que tenha sido assim.

É uma cotovelada bem na boca do estômago.

O início do livro é tão sufocante. Se constrói uma tensão, degrau a degrau, o leitor prende a respiração, expectante. Lembro claramente de querer parar, de não querer saber o que viria a seguir...como se isso fosse possível.

E o que vem é horrendo, e é um alívio, e poucas pessoas conseguiriam fazer aquilo ser um alívio. E tão gráfico, tão imagético, tão fácil imaginar Tarantino rodando uma cena em um karaoke tradicional japonês, cheio de câmeras lentas.

Kenji e Frank se orbitam mutuamente. Mais um fortuito ou infeliz encontro, avalassador para ambos.

São Paulo, 2/10/23
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Rafa 28/07/2021

Aos vinte anos, Kenji trabalha como guia de turismo sexual em Tóquio. Conhece os melhores bares de encontro, peep shows e clubes de sadomasoquismo de Kabuki-cho, bairro de boemia e prostituição da capital japonesa. Ao ser contratado por Frank, um estranho executivo norte-americano, começa a suspeitar que o cliente o enganou, que nada do que lhe disse sobre identidade, profissão e passado era verdade. Ao mesmo tempo, acompanha as notícias de dois assassinatos violentos ocorridos na cidade. O medo e a dúvida se instalam em sua mente. Será que o americano, que se comporta de maneira cada vez mais suspeita, está envolvido nos crimes?

Odeio falar isso, mas sempre prezo pela sinceridade e pela verdade: Não gostei de nada nesse livro!! As melhores coisas são que é um livro curto e quando acaba!! Não deu pra mim não.....

site: https://www.instagram.com/p/CPrI1tpLs63/?utm_source=ig_web_copy_link
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Camila Gimenez 03/01/2022

Sopa de misô
Abri o livro achando que era uma crítica social, acabei no meio de uma crítica social com um quê de suspense policial. Não sei definir o que senti exatamente ao ler o livro, até a segunda parte houve um crescendo de expectativas que não foi 100% atingida com o final, mas não que isso desmereça o livro como um todo. Foi possível refletir sobre alguns problemas sociais, como a prostituição e a marginalidade e como isso se relaciona com a solidão; e também senti certa agonia e apreensão no clímax da história.

"Em Kabuki-cho não trabalham apenas pessoas deprimidas, mas quase todas têm a experiência de um passado e uma realidade de sofrimentos particulares."

"A solidão exigida para "aceitar" fatos e situações é diferente da solidão experimentada quando se espera, de forma tolerante e paciente, tudo se resolver."

"A malevolência nasce de emoções negativas como solidão, tristeza ou raiva, do nosso vazio interior, como se algo importante nos tivesse sido arrancando à força ou como se nosso corpo fosse cortado à faca."
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Ivandro Menezes 12/12/2020

Aqui se mata um ?
?Creio que nada do que aquele cara diz é verdade, exceto no que se refere ao ódio.?

Keinji, vinte anos, oferece seus préstimos como guia de turismo sexual para estrangeiros em Kabuki-cho, tipo uma zona da luz vermelha em Tóquio, e, em 29 de dezembro de 1996, ele se encontra com Frank, um típico turista americano. Até aí tudo normal, não fosse a crescente desconfiança de que o cliente trata-se de um assassino.

Kenji vai nos guiando por suas suspeitas e revelando pouco a pouco seu desconforto com aquele universo erótico, seu temor pela própria vida e da namora Jun, uma estudante de dezesseis que abandonou o serviço de acompanhante remunerada. Frank vai sendo revelado como um intrigante, com suas reações e feições contrastantes, quer na sua insensibilidade ao frio ou no horror que provoca ao ficar excitado.

Os contratantes permeiam toda a relação entre os personagens, aprofundando-se nos diálogos recheados de non sense um modo peculiar de normalizar os absurdos, fortalecendo a desconexão entre o erótico e o vulgar, conectando-o à solidão e a incapacidade crescente de se relacionar. Keinji revela, aqui e acolá, que colegiais se prostituem não pelo dinheiro, mas para aplacar a solidão e que a solidão dos homens dispensa até mesmo a necessidade de que as mulheres sejam belas para que se tornem atraentes.

?Esses exemplos de lixo humano não diferiam tanto de mim. Eu era idêntico a eles. Por isso os compreendia e eles me irritavam.?

Carregado de um olhar ora xenófobo, ora moralista, o jovem guia de turismo sexual também se revela desconectado e pouco condescendente com a Tóquio que escolheu para ganhar a vida. Esse encontros de vazios expande ainda mais o abismo entre um e outro, entre eu e o outro, sendo desanimador e exigindo de uns o apego ao efêmero e fútil, a outro o ver-se superior, a outro a busca da morte e da violência. Em todo gesto em direção ao outro, quer de carinho quer de agressão, esconde-se a busca para não estar só. A solidão aflige e justifica a decadência, a nobreza, a violência e o horror. Ao fim e ao cabo, bom mesmo é não está sozinho.
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Diego Almeida @diegoalmeida999 20/04/2021

Desconcertante e surpreendente
Desconcertante, intenso e muito interessante a forma como a narrativa se desenrola, com um enredo que o tempo todo deixa aquela sensação kafkiana na mente. Confesso que comecei a ler sem expectativa nenhuma mas terminei o livro querendo ler muito mais do autor.
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Antoniolee 23/01/2012

Bom livro, mas não pelo motivo que você imagina
Como a maioria dos brasileiros, tive contato com a obra de Ryu Murakami após procurar por títulos do Haruki Murakami.

De forma sucinta, Miso Soup não é especial pelo thriller, se você procura o livro apenas pelo gênero, o livro não é lá grande coisa, apenas ok. Por outro lado, eu recomendo o títulos para quem tem interesse no Japão contemporâneo e sabe que o país está longe de ser o mar de rosas que o senso comum imagina.

Um país que passou as últimas décadas correndo de modo cego atrás do enriquecimento e do desenvolvimento material e se apartou demais das suas tradições, valores e perdeu pouco a pouco a humanidade. O Japão de hoje é um país culturalmente doente e afetado. Os japoneses, muito ricos, é verdade, mas infelizes e furiosos.

É esse o lado do Japão retratado em Miso Soup. Uma atmosfera de crise existencial tremenda, com jovens ocidentalizados tentando aplacar seu vazio interior com sexo e consumo. Nesse sentido, a literatura do Ryu se assemelha bastante à produção do Haruki, afinal, ambos denunciam o dilema espiritual das gerações japoneses que vieram com o estouro da bolha econômica no começo dos anos 90. Entediados, solitários e pressionados e niilistas.

Se você está minimamente antenado na situação moral da nação japonesa, recomendo o livro. Se não, vá por sua conta e risco.
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