Ingrid 06/08/2020
A autora vai trazer a história de Maria de Magdala, conhecida, posteriormente, como Maria Madalena. seu nome original relaciona-se com sua cidade natal, eis que não era comum sobrenomes. Pouco se sabe sobre ela, com bem esclarece a autora, salvo que teria sido salva por Jesus, que retirou os seus demônios; e que por isso teria o seguido. Mas, antes de chegar nesse ponto, a autora dá para Maria uma família, conta sobre sua infância, e também sobre sua filha; e como foi angustiante para Maria ser possuída. Todos os detalhes são fictícios, mas foram essenciais para entender a mulher que abandonou sua família para seguir Jesus, fato que por si só era gravíssimo para uma mulher daquela época, o que dirá conviver com outros homens, e ainda ter uma família nômade. A leitura é fluída, há uma delicadeza da autora em mostrar uma Maria Madalena humana, tanto que facilmente é possível acreditar que tudo ali narrado é real. De tudo que poderia narrar, muitos já conhecidos por todos, o mais marcante para mim mim nesse livro é perceber que Jesus era visionário, se não o quiser considerá-lo messias. Era um feminista, entendia que as mulheres deveriam ter voz e vontade na sociedade, e era, talvez, por isso que ele teve entre seus discípulos muitas mulheres. É possível ver isso quando Jesus pergunta a Maria quem ela era e quais seus desejos. E, ainda, acreditava que as pessoas mudavam, e não tinha preconceito com o passado delas. Como se vê, logicamente toda a narrativa sobre Maria entrelaça-se com a vida de Jesus, tanto que em alguns momentos a percepção é que estamos lendo sobre a história dele. Mas nada menos é esperado, muito de Maria relaciona-se com o seu encontro com Jesus. Minha impressão é que toda a força de Maria nasce, e, principalmente, se intensifica quando ela encontra Jesus, que é um homem livre de preconceitos, e ela pode ter a liberdade que sempre sonhou. Uma leitura que vale a pena!