Flavia 20/05/2013Divo!!Insurgente é o segundo volume da trilogia distópica de Veronica Roth lançado pela Editora Rocco aqui no Brasil que dá sequência a Divergente, contando a história de Tris Prior após sua iniciação na facção que escolheu, as consequências dessa escolha e o rumo que a guerra que foi travada está tomando, e isso tudo com uma Chicago bem futurística como pano de fundo, dividida em cinco facções que separam os cidadãos de acordo com suas virtudes.
Tris, Quatro e o restante dos sobreviventes do grupo estão a caminho de abrigo na sede da Amizade (facção que prega a compreensão, a paz e a felicidade, e que está de portas abertas para receber quem precisa de uma força) após o ataque da Erudição, mas ao descobrirem que estão submetidos a algumas condições em troca de refúgio, começam a bolar um plano a fim de saírem de lá e acabarem com a tirania de Jeanine, a líder da facção inimiga, que está atrás de uma informação super confidencial e importante que estava guardada na facção da Abnegação. Eles se unem aos sem facção, muitos deles divergentes, e decidem enfrentar o inimigo e quem mais estiver aliado a ele...
Depois da guerra que aconteceu no primeiro livro, em que Tris ficou completamente abalada por ter matado alguém, ela agora demonstra ser alguém fria e despreocupada com as consequências de seus atos.
Porém, mesmo com essa personalidade "nova", Tris não deixa que seu romance com Quatro escorra por água abaixo, por mais que eles se desentendam com mais frequência. E por todos estarem mais maduros, o romance resiste, mesmo que não seja o foco principal. Quatro (ou Tobias, seu verdadeiro nome), inclusive, nos surpreende com segredos que vêm a tona.
"Não posso falar que preciso dele. O fato é que não posso precisar dele. Na realidade, não podemos precisar um do outro, porque quem sabe quanto tempo vamos durar nesta guerra?" - pág. 166
Uma coisa que achei válido comentar é que a facção da Amizade lembra o estilo de vida dos Hippies nos anos 60 e aquele movimento "Paz e Amor". Até um "soro especial" pra manter a pessoa "leve, alta e feliz" existe alí... E confesso ter dado umas risadas com isso e com as sensações que Tris experimentou com essa "felicidade" .
O ritmo da narrativa continua frenético, empolgante, viciante, e deixa claro uma evolução por parte da autora no que diz respeito a complexidade da trama e até na escrita. Todos os detalhes são importantes e fundamentais, e vários acontecimentos, principalmente por serem narrados em primeira pessoa, deixa o leitor agoniado, com os nervos a flor da pele.
"- Insurgente. Substantivo. Uma pessoa que age em oposição à autoridade estabelecida, mas que não é necessariamente considerada agressiva." - pág. 445
Por ser um volume que se inicia de onde o primeiro parou, eu recomendo que a leitura seja feita em sequência, pois os fatos não ficam sendo repetidos para refrescar nossa memória. Por um lado, isso é ótimo, pois quanto menos enrolação, melhor, mas os esquecidos poderão ter um pouquinho de dificuldade de se situarem para pegarem o ritmo da coisa.
A capa é finíssima e traz o símbolo da Amizade. A diagramação é simples e as folhas amareladas com letras grandes colaboram pra tornar a leitura mais rápida, mesmo que o livro tenha mais de 500 páginas. A revisão também é perfeita.
Muitas questões, como mágoa, perdão e coragem pra seguir em frente são abordadas de forma bem adequada, aproveitando a fragilidade das pessoas em meio a guerra, evidenciando seus sentimentos e nos deixando mais próximos aos personagens, o que os torna mais vivos e reais.
O final fica em aberto, pois pede a continuação com urgência! E por favor, necessito o quanto antes de Allegiant!
Super recomendo e assim como Divergente, entrou pra lista das distopias favoritas!