Como Ser Mulher

Como Ser Mulher Caitlin Moran




Resenhas - Como ser mulher


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Annie 23/10/2012

Como ser mulher, por Ana Nonato.
Publicada em: http://seismilenios.blogspot.com.br/2012/09/resenha-como-ser-mulher-caitlin-moran.html

Enredo
Para as mulheres, há sempre os mesmos rituais: nascer, tornar-se fértil, engravidar, morrer. Ou então: entrar na puberdade, usar sutiã, depilar-se, comprar calcinhas cada vez mais minúsculas.
Como sofrem!
O intuito de Caitlin é mostrar, através de sua vasta experiência pessoal, como algumas coisas são tão injustas para as mulheres, o porquê disso e desmistificar alguns mimimis de muitas outras por aí.
Abordando assuntos leves, como o nome dos seus peitos e a experiência de beijar outra pessoa, e outros mais polêmicos, como o aborto, Caitlin faz refletir sobre tudo o que ser mulher significa hoje. Há uma receita de sucesso? Será que os valores estão se invertendo de alguma maneira?
Há trechos em que a autora narra sua história, portanto o espaço ali presente é pertinente, embora não seja o aspecto principal. Também há determinação temporal, que é coerente com os costumes de época que Caitlin retrata.
As personagens são muitas e reais, pois são pessoas que realmente passaram pela vida de Caitlin. Há, até, uma "participação especial" de Lady Gaga! O intuito disto é que a autora usa a experiência com estas pessoas para formular suas teses e opiniões sobre tal assunto.
Fator criatividade: genial! Por que não transformar algo importante como defender os direitos das mulheres em um manifesto bem-humorado? Como diria uma célebre frase: "da dor nasce o humor".
O andamento é muito tranquilo, bastante natural. Há um leve pico de tensão em assuntos mais polêmicos, já que não é elegante fazer humor com certos "problemas", mas nada que não se dissipe rapidamente. O resto fica leve por conta do humor impregnado.
Em suma, todos os assuntos abordados durante o enredo são tratados de forma especial de acordo com o que representam. Caitlin consegue transformar a dor do parto em algo muito divertido! Não é preciso concordar com ela, claro, mas é, ao menos, interessante ver algumas questões com outros olhos.

Estrutura "Artística"
A capa mostra a imagem que representou a emancipação das mulheres por muitas gerações no Brasil, mas, ao mostrar o sutiã, mostra que não são somente os assuntos mais críticos que representam ou não a "livre-expressão" feminina.
A sinopse serve bem ao seu propósito: informa o leitor de que se trata o livro e ainda consegue colocar um gancho ao final.
Por se tratar de um manifesto com humor, subentende-se que foi bastante planejado e revisado.

Estrutura Física (Materiais)
Este aspecto e a diagramação não serão avaliados, pois o exemplar recebido não era o de venda.

Análise
Enredo (x3): 4,25
Espaço (x2): 4 (muito bom);
Tempo (x2): 4 (muito bom);
Personagens (x2): 5 (ótimas);
Criatividade (x1): 5 (ótima);
Andamento do enredo (x2): 4 (muito bom);
Início, meio e fim (x3): 4 (muito bom);

Estrutura Artística (x1): 4
Capa (x1): 4 (muito boa);
Sinopse (x2): 4 (muito boa);
Enredo (x3): 4 (muito bom);


Nota final: [3*(4,25) + (4)*1]/4= 4,19 (MUITO BOM)

Gostei da obra?
Com certeza! Concordo com a autora quando ela diz que toda mulher deveria ser feminista. Infelizmente, a palavra foi colocada como inverso do machismo, mas são coisas completamente diferentes. Ser feminista é defender os seus direitos, porém sem ferir o dos homens (como é a ideia que o "machismo" traz). Estava bastante zangada, pois não achava nenhum livro que me fizesse vibrar. Li Como Ser Mulher e dei tantas risadas que isto me fez muito bem. Não concordo com tudo o que a autora disse, mas gostei de ler uma opinião diferente da minha.
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Queria Estar Lendo 09/01/2018

Resenha: Como ser mulher
Como ser Mulher é um livro que narra a trajetória de vida da mulher moderna através de ensaios que usam a vida da autora, Caitlin Moran, como ponto de partida para discussões sobre sexualidade feminina, casamento, aborto, filhos, moda, feminismo, mercado de trabalho, etc. O livro foi cedido para resenha em parceria com a editora Companhia das Letras e traz um olhar "não acadêmico" sobre o feminismo moderno.

Com ensaios que buscam em sua vida particular um ponto de partida para as suas discussões, Caitlin Moran tenta montar um manual para "como ser mulher" nos dias do hoje, começando lá no seu 13º aniversário e seguindo até os dias recentes. São cerca de 16 ensaios nos quais ela expõe seus pensamentos, como uma ativista feminista que não foi formada na academia - embora hoje participe de discussões por lá - com o intuito de mostrar o "olhar da mulher comum" a respeito do assunto, de uma forma mais fácil e compreensível para quem, até então, teve pouco ou nenhum acesso as pautas feministas.

E eu preciso dizer que a premissa e a ideia do livro me conquistou muito rapidamente quando ouvi falar dele. Porque se tem uma coisa que pode acontecer quando a gente está tentando entender o que é o feminismo, é encontrar ele em um formato muito "formal", muito acadêmico, que não conversa tão bem com quem tem pouca instrução ou pouca familiarização com o movimento. Sem contar que eu estava apaixonada pela Caitlin desde Do que é Feita Uma Garota.

Mas quando eu comecei o livro, me senti um pouco inquieta e um tanto quanto incomodada pela orientação do feminismo da Caitlin, que tem uma inclinação mais liberal (e em algumas passagens, radical) do que o meu - eu tendo a ficar com o interseccional mesmo.

Então, ao ler essa resenha, você precisa levar isso em conta: se você se identifica mais com feminismo liberal, é uma leitura que, eu acredito, você vai conseguir se identificar e aproveitar muito mais do que eu.

Além de algumas opiniões que não batem com as minhas em ensaios como Sou Feminista!, Sou Gorda! e Entro na Moda!, por conta de desencontro de ideias mesmo, Como Ser Mulher tem também alguns ensaios que se contradizem - como a opinião dela sobre pornografia, no ensaio Começo a Sangrar! contra a opinião sobre os clubes de strip no ensaio Vou a Um Clube de Striptease!, já que o primeiro toma uma abordagem liberal sobre o assunto e o segundo uma mais radical.

Também teve aqueles ensaios que eu achei completamente desnecessários. Descubro o Machismo! foi um show de horrores na minha opinião, eu literalmente escrevi no fim dele "apenas não!" Acho que não sei nem dizer que abordagem feminista ela tomou aqui, porque 99% do que ela falou não se encaixa nas correntes que eu conheço de jeito nenhum.

Teve também aqueles ensaios que não foram nem bons, nem ruins, e que eu realmente não entendi o que ela quis dizer com eles ou qual a relevância para uma coletânea como essa. Como foi o caso de Não Sei como Chamar Meus Seios - tô até agora tentando entender qual o problema com a palavra "peito" e "vagina", na boa - e Preciso de Um Sutiã! Dispensáveis, realmente.

E, ainda, Modelos de Comportamento e o que Fazer Com Eles me deixou muito perturbada, especialmente porque o título sugeria acabar com essa ideia de "modelos de comportamento a seguir" e na verdade acabou sendo só um ensaio para criticar uma mulher em prol da outra, apontar o dedo e dizer "aquela não é feminista, mas essa aqui é sim, olha que linda!". Sendo que, a época, quem as tratava como "ícones do feminismo" não eram essas mulheres e sim a mídia - quem realmente deveria ter o papel discutido aqui.

Mas nem tudo foi terrível, porque eu consegui salvar alguns ensaios - mesmo fazendo uma anotação ou outra sobre uma piada ou parágrafo desnecessário ou, ao meu ver, equivocado.

Em Começo a Sangrar!, apesar de toda a opinião sobre a pornografia com a qual eu não compactuo, ela levantou pontos muito relevantes sobre o tabu da menstruação e como muitas mulheres chegam nessa fase sem ter noção do que ela é e o que significa, sobre como esse tabu é prejudicial não só para o psicológico, mas para o bem estar físico de muitas mulheres - por achar que menstruação era algo sobre o qual não se falava, Caitlin passou três meses sangrando direto e teve desmaios constantes por conta disso, além de anemia.

Em Estou Apaixonada! ela discorre de uma forma muito lúcida sobre a pressão que as mulheres sofrem para estar em um relacionamento, como se isso fosse o auge das suas vidas e o único objetivo com o qual deveriam se preocupar, o que faz com que muitas vivam relacionamentos abusivos ou sem amor só para não ficarem sozinhas. Sem contar que quando ela falou dos relacionamentos imaginários da adolescência eu total me vi ali.

Me Caso! Foi quase um ensaio complementar a Estou Apaixonada! e, apesar de algumas várias piadas de mal gosto, ela fala sobre não deixar a pressão vencer e fazer as coisas por você mesma. Vou a um Clube de Striptease! também foi lúcido ao tratar das condições desses clubes e das mulheres que trabalham nele, um ensaio que me surpreender bastante, especialmente depois de algumas outras opiniões dela.

Por que Ter Filhos, Por que Não ter Filhos e Aborto foram 3 dos ensaios mais conscientes e maduros, ao meu ver. Embora ela ainda se apoie em algumas piadas de mal gosto, ela foi lúcida, ela não menosprezou a experiência e o desejo de outras mulheres, e falou em grande parte por si mesma. Da sua experiência própria, sem julgamento e sem amarras. Ensaios como eu gostaria que todos os outros tivessem sido.

Por fim, os últimos dois ensaios fecharam o livro me deixando com a sensação de que não era realmente isso que eu queria ter lido. Intervenção é uma grande crítica as cirurgias plásticas, mas não achei um tom de companheirismo, foi quase um manual do que você deve fazer, esquecendo que mulher deve fazer o que quiser, que o feminismo luta pelo direito de termos escolhas e fazermos elas por conta própria.

E o pós-escrito, quando ela reflete sobre todos aqueles ensaios e se agora ela já sabe o que é ser mulher, foi bem problemático. Além de deixar no ar uma opinião "vamos parar de falar de machismo e então ele vai desaparecer" ainda deu a entender que o problema do machismo é que nos poda pequenas liberdades como escolher manter ou não os pelos, usar ou não saltos e roupas apertadas, etc, ignorando que machismo mata e mutila todos os dias. Que é um problema real.

Gostaria de dizer que meu grande problema com Como Ser Mulher não foi unicamente as correntes feministas que Caitlin Moran parece adotar, mas como ela parece não ter consciência de classe e raça dentro do feminismo. Como, apesar de ter nascido e crescido muito pobre, ela parece não ter noção de que quando mais baixa a classe da mulher, mais ela sofre com o machismo. Quando mais negra a pele da mulher, quanto menos heterossexual e/ou cis é a mulher, maior é a desvantagem na qual ela se encontra.

Como ser Mulher, no fim, apresentou um feminismo bastante branco, num conceito geral, e isso foi decepcionante. Porém, não estou marcando ele como uma perda de tempo, uma vez que levantou assuntos importantes, tocou (mesmo sem querer) em discussões sobre assuntos que precisamos prestar mais atenção e também trouxe ensaios muito bacanas.

Dito tudo isso, não posso dizer que não recomendo o livro. Ele tem seus pontos positivos, em especial para quem busca uma linguagem mais fácil para mergulhar o pé pela primeira vez na piscina do feminismo. E se as suas crenças se assemelham as dela, então você vai aproveitar ainda mais. Deixo minha resenha como uma vitrine sobre o que você vai encontrar por lá e confio que você vai saber se é um bom livro para você ou não.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2018/01/resenha-como-ser-mulher.html
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Lucy 06/03/2021

Eu nunca fiz tantas marcações em livro como fiz em Como Ser Mulher. Eram tantos pontos que eu precisava marcar para não me esquecer durante essa longa jornada sobre como aprender (finalmente!) a ser uma mulher. Tantos pontos ridículos e absurdos que poderiam me fazer encher outro livro para poder comentá-los. Tentei ser sucinta, mas foi impossível. Veja por sua conta e risco.

Para começo de conversa, Caitlyn vende esse livro como um manifesto feminista bem-humorado. Conheço humor britânico, então a culpa da falta de graça não foi por minha ignorância. Eu rio de qualquer besteira, mas aqui foi impossível. Outro ponto que fez minha leitura se tornar ainda mais morosa, é o fato de que esse livro, na verdade, é pura cagação de regra, vinda de uma pessoa que usa suas experiências/opiniões pessoais como regra geral. Não há qualquer embasamento para suas conclusões, mas ela fala tudo com uma certeza admirável. É o que dizem: você não precisa ter certeza do que está dizendo para passar credibilidade, só precisa parecer ter. Ademais, passei toda a leitura me questionando como esse livro foi escrito por uma mulher de 35 anos. É impressionante como uma pessoa que, em tese, deveria ser tão madura é tão pueril e insípida quanto uma adolescente de 15 anos.

“A certa altura – machucada e exausta – você aceita que tem de se tornar mulher – que é mulher – ou morre.” Começamos o livro com essa digressão profunda, que me fez pensar que ela odeia ser mulher. Eu não sei o que é isso. Nunca odiei o fato de ser mulher e nunca vi isso de forma tão dramática. Mas tudo bem. Próximo capítulo. “Nesse cenário, parece que não há absolutamente nada de bom em ser mulher.” Ok. Definitivamente ela odeia ser mulher. Tudo porque ela começou a menstruar. Algo natural, por mais chato que seja.

Em “Não sei como chamar meus seios!”, temos: “O problema com a palavra ‘vagina’ é que parece simplesmente má sorte. Só uma masoquista ia querer ter uma[...]” Aqui começa-se um devaneio ridículo e desnecessário sobre que nome dar aos seios e a vagina. Ela o trata como assunto prioritário e afirma que “[...]o fato de descobrir como chamar nossos genitais é um rito de passagem para uma menina.” Ela também diz gostar de ver as pessoas escandalizadas ao ouvir a palavra “boceta”. Isso, definitivamente, me parece algo que uma adolescente metida a rebelde diria.

Em “Sou feminista!”, ela cita sua diva feminista em uma das diversas vezes: “Em The Female Eunuch, Germaine Greer sugere que a leitora reserve um momento para experimentar o sangue menstrual.” Para quem não sabe, Greer, em 2018, afirmou que a pena por estupro deveria ser reduzida, já que, segundo ela, a maioria dos casos não causa lesões físicas. Além de dizer que estupro é apenas sexo “preguiçoso, descuidado e insensível”. Bom, isso, junto com a asneira sobre menstruação, nos ajuda a entender o tipo de referência da autora. “Eu realmente não compreendo generalizações de massa [..]” Essa é uma das vezes que ela é bastante hipócrita.

Em “Preciso de um sutiã!”, ela fala sobre um assunto que, como a maioria, é puramente opção pessoal. Ela discute sobre o fato de as mulheres usarem fio-dental e como isso é errado. Também brinca (pelo menos, espero que seja uma piada), que se fosse eleita pelo Parlamento, seria para fazer as mulheres usarem “calçolas enormes”. Eu não sei vocês, mas ninguém nunca me obrigou a usar fio-dental. Quem usa, usa por gosto pessoal. Não por uma pressão social.

Em “Descubro o machismo!”, finalmente, encontrei um ponto que concordei: o fato de as mulheres serem julgadas por suas experiências sexuais. Infelizmente, ainda há homens que acreditam que uma mulher com muitos parceiros não é alguém confiável. É a famosa puta. Quando o contrário, raramente, é questionado. Entretanto, Caitlyn tinha que voltar ao equilíbrio natural. “Não acho que o fato de as mulheres serem vistas como inferiores seja um preconceito com base no ódio que os homens têm por nós. Quando se olha para a história, é um preconceito baseado em fatos.” Ela, simplesmente, diz que não existem grandes cantoras do rock ou em qualquer outro ramo da história, pois, não temos nada a dizer. Ela afirma que nós somos, intrinsecamente, diferentes dos homens, o que concordo. Nossas diferenças fazem a natureza funcionar em equilíbrio. Ser diferente é legal. Mas ela fala como se fossemos incapazes de fazer algo que os homens fazem. Ela ignora aspectos cruciais que nos fizeram ou ainda fazem termos diferente destaque em certas áreas. Ela precisa ser apresentada a Emily Brontë, Marie Curie, Florence Nightingale e a Cássia Eller.

Em “Estou apaixonada!”, há mais falácias sobre como TODAS as mulheres funcionam, como dizer que todas nós pensamos em relacionamento o tempo todo e que nós sempre criamos relações completas com pessoas com quem sequer falamos ou conhecemos. Eu não sei, mas talvez Caitlyn seja esquizofrênica.

“Vou a um clube de striptease!” é um dos capítulos que mais me incomodou. “Os homens não PRECISAM ver peitos e xoxotas. Eles não vão MORRER se não tiverem acesso ao clube de striptease local.” Eles realmente não precisam, mas e as mulheres que usam o dinheiro de seu serviço para se sustentar? Elas podem morrer de fome, mas você está preocupada demais fazendo pole dance e exaltando a pornografia e o burlescos. Sendo uma pessoa a favor da liberdade do indivíduo, acho absurdo e hipócrita ver feministas dizendo o que alguém deve ou não fazer para ganhar dinheiro. Me lembra o caso onde feministas estridentes, como ela, reclamaram da objetificação de mulheres na F1. As grid girls, que ganhavam uma fortuna por esse emprego, se opuseram, dizendo que faziam porque gostavam e que essas mulheres estavam acabando com o emprego delas. O famoso seu corpo, NOSSAS regras.
Em “Eu me caso!”, mais uma vez, ela fala de sua experiência como regra e trata casamento como uma obrigação. Ninguém é obrigado a gastar 21 mil libras em um casamento. Ninguém é mais, sequer, obrigado a mudar de nome. Além disso, ela resume a cerimônia a um gasto desnecessário e alto do casamento. Ela só fala da questão material e ignora o objetivo principal, que é fazer algo memorável e feliz. Até eu, que nunca quis me casar, sei disso.

“Entro na moda!” é a prova do quão influenciável (e burra) é essa mulher. Após ler em revistas de moda que toda mulher que se preze usa saltos, ela passa 13 anos comprando saltos para perceber que não consegue usá-los. Aliás, dizer que nós não precisamos de salto para sermos femininas é tão... anos 1940. “Mas continuo me afundando em revistas femininas que fazem com que eu me sinta mal de verdade em relação às minhas conquistas.” Se martiriza porque quer. “As revistas de moda nunca vão dizer: ‘Não compre se você não tiver dinheiro’ [...]” Não vou te agradecer por me dizer o óbvio.

“Modelos de comportamento e o que fazer com eles” fala como Lady Gaga é o maior ícone feminista do século. Eu adoro o trabalho dela, mas... não. Também fala do quão maléficas são as revistas de fofoca. Ora, se não gosta, não consuma. Só existe esse tipo de coisa por ter quem consuma. Você, que fica julgando as celulites da Britney na praia, fomenta esse tipo de notícia. Não julgue por ela ainda existir. Ela também fala como, só agora, mulheres têm tido espaço na mídia, através do pop. Hoje temos Lady gaga seminua, temos Florence Welch (“uma ruiva!”) e La Roux (“uma lesbica!”). Para começar, La Roux é uma banda. E segundo, a vocalista mesmo não gosta de ser rotulada, pois isso só causa segregação. E ela está certa! Só ouve a música e ignora a sexualidade alheia.

Nos capítulos envolvendo ter ou não filhos, ela afirma que mudou e melhorou como pessoa após a gravidez. Diz o quanto é feliz pela decisão, tanto que, mesmo após o primeiro parto difícil, ela engravidou de novo. Depois, diz que ser mãe não é grande coisa, e que você consegue a mesma experiência lendo livros. Ok...

Por último (ufa!), em “Aborto”, concordo, em partes, com seus pontos. “São essas crianças infelizes e não desejadas que crescem e se tornam adultos raivosos, que causam a maior parte das desgraças da humanidade.” Isso me faz ser a favor do aborto. Meu foco principal é a vida que essa criança pode ter nascendo em um ambiente desestruturado e sem amor. Porém, não trate o aborto de maneira leviana. Uma coisa é abortar pela contracepção ter falhado. Outra coisa é sair transando sem camisinha e depois gritar que é seu direito se livrar desse “problema”. Antes de incentivar o aborto, deve-se falar que não se pode ser imprudente sexualmente. Coisa que tem sido cada vez mais frequente atualmente. E isso, ela não faz. Até porque, seu aborto foi por falta de responsabilidade.

Não preciso dizer que detestei esse livro, mas apenas me forcei a terminá-lo. Foi uma viagem longa, verborrágica e improdutiva.
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Paty.Oliveiraa 13/09/2012

Como ser mulher
Quando o livro chegou aqui em casa pensei que seria um livro com coisas superficiais como a maioria dos livros se tratando de mulheres. Porém quando ela começou a basear o livro na vida pessoal dela,comecei a me identificar. A primeira mestruação,que ela pensava ser opcional. Sobre sexo. Sobre aborto. Sobre como a midia obriga as mulheres serem algo que não são. De fazerem cirurgias pra tudo. Enfim. Foi um bom livro. Ela devia falar mais e mais.
Ela fala sobre lady gaga,fato que acho que os fãs deviam ler o livro também. Enfim,foi um bom livro.
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Dárlia Ruth 13/04/2020

Narrado em 1° pessoa , o livro 'Como Ser Mulher' aparentemente relata diversos acontecimentos e situações reais da vida da escritora, enquanto mulher.
Como Jornalista, a autora também acaba citando as histórias de outras mulheres, principalmente americanas e do meio artístico, que serviram de referência e inspiração pra ela em alguns momentos. Por ser repleto dessas referências, e isso pode ser considerado um ponto negativo, o livro faz com que, quem desconhece essas mulheres fique sem entender partes importantes das histórias em que elas são citadas.
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Nath @biscoito.esperto 04/05/2017

Um perspectiva de como ser mulher, entre bilhões.
Como Ser Mulher é um livro medianamente famoso, que ganhou certa notoriedade após ser incluído pela Emma Watson no clube do livro dela, Our Shared Shelf. Nossa eterna Hermione sempre inclui livros de temática feminista no seu clube do livro, e eu fiquei muito surpresa ao ver tantas resenhas negativas aqui no skoob sobre esta obra. Será que as brasileiras não se identificam com o feminismo lá de fora? Durante minha leitura eu entendi por que muitas brasileiras poderiam não gostar do livro.

O livro é um mix de autobiografia com ensaios sobre feminismo. A autora, a jornalista britânica Caitlin Moran, conta várias anedotas de sua vida particular, desde sua infância até a vida adulta. Cada capítulo é focado em falar em um assunto que tange a vida das mulheres (cis): ela fala sobre menstruação, gravidez, padrões de beleza, aborto, enfim, vários assuntos que, queiramos ou não, fazem parte das nossas vidas e são tidos como tabus, apesar de serem totalmente naturais.

Eu entendo por que muita gente não se conectou com o livro: a autora fala de sua experiência de mulher branca e cis, que raramente se aplica à vida de mulheres trans e negras/asiáticas/indígenas no Brasil. A autora também foca muito em sua heteronormatividade, e as leitoras LGBT+ possivelmente não se identificariam com grande parte do livro, no qual ela fala de sexo (entre homens e mulheres), maternidade, gravidez indesejada e métodos contraceptivos. Entendo a falta de conexão que muitas leitoras podem sentir, e que eu mesma senti em alguns momentos, mas acho que, se o livro é narrado pela perspectiva de vida e das experiências de uma autora branca, cis, hetero e afins, é disso que ela obviamente vai saber falar com propriedade. Não acho que ela saberia falar sobre como é ser uma mulher trans, ou negra, ou lésbica, ou todas as anteriores. Não é o lugar dela de fala.

Dito isso, eu quero ressaltar que realmente gostei do livro. A autora é extremamente divertida, não tem medo de falar mal de outras mulheres (se homens falam mal de outros homens, por que mulheres não podem fazer o mesmo?), fala honestamente sobre suas escolhas de cuidados corporais (porque as mulheres tem que gastar tanto tempo em dinheiro com depilação, quando pelos são algo completamente normal?), fala sobre o aborto que realizou (por que é tão preocupante que mulheres conheçam suas condições emocionais e financeiras e saibam que não querem ter um filho, interrompendo uma gravidez?), e fala até mesmo de relacionamentos abusivos... e relacionamentos no geral (por que é esperado que mulheres se casem e tenham filhos, mas homens não? Com quem as mulheres devem se casar e ter filhos, então???).

O mais importante desse livro, na minha opinião, é que a autora não é nem um pouco politicamente correta. Isso mesmo. Vejo muita gente que não sabe nada sobre o feminismo dizer que hoje tudo tem que ser politicamente correto, ou as feminazis e a ditatura gay vão reclamar. A autora é polêmica, toca em assuntos que são frágeis mesmo dentro da comunidade feminista, e o livro se beneficiou muito disso. Ela jamais fala de um assunto de forma ofensiva, mas não apoia aquilo que acha errado simplesmetnte para manter as aparências.

Não vou dizer que concordo com absolutamente tudo o que a autora falou em seu livro, mas respeito sua honestidade e almejo ter tanta claridade nas minhas crenças quanto ela.

Recomendo este livros para as mulheres que já são feministas esclarecidas. Recomendo este livro para as mulheres que não conhecem absolutamente nada sobre o feminismo. Recomendo este livro para homens que desejem ler um relato honesto de como é ser mulher, tendo em mente que nem todas as mulheres são assim.

Por último, este livro de forma alguma é um manual, pelo simples fato de que não há jeito certo, ou jeito único, de ser mulher.


site: www.nathlambert.blogspot.com
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Flavinha 30/06/2020

O livro trás alguns pontos importantes para conhecermos. Achei apenas a quantidade de referências grande demais e muitas vezes desnecessária. Muitos pontos se estendendo de forma que cansava a leitura.
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Renata (@renatac.arruda) 08/08/2015

Uma introdução ao feminismo pop
Escrito em 2010, a proposta dela era tirar a poeira acadêmica e discutir o feminismo de uma forma mais acessível, mais pop, tentando alcançar a mulher não familiarizada com o assunto, a consumidora de revistas femininas que, segundo ela, é quem realmente precisa dele.

Por esse ponto de vista, o livro cumpre o que promete, com Caitlin usando fatos da sua vida para discutir questões femininas como sexo, casamento, aborto, parto, maternidade, velhice, carreira, prostituição, moda, transtornos alimentares, corpo, etc., e o machismo presente em todas elas. O primeiro problema do livro: como ela usa a si mesma como referência, essa "mulher" do título é a mulher branca, cis, héterossexual, ocidental, cristã de classe média (embora ela venha de uma família pobre). O discurso de Caitlin é liberal e usa muito do senso comum sobre a situação feminina em geral, chegando a afirmar que o que o feminismo quer é igualdade (certo) mas colocando o homem como a referência - "queremos ser um dos caras mas com cabelo mais brilhante", ela brinca (o que não é bem assim). Talvez por isso a editora tenha mudado o subtítulo de "Um divertido manifesto feminista" para "feminino", o que faz muito mais sentido. De lá pra cá, muita coisa já foi discutida e vem sendo desconstruída no próprio feminismo, e muito já vem se avançando na própria cultura pop em que ela se insere (inclusive Lady Gaga, quem ela louva como ícone já está meio esquecida). Apesar disso, o livro ainda é válido como introdução para as meninas mais novas ou aquelas que ainda têm preconceitos com a palavra "feminista". Além de ser muito divertido!

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Thais.Carvalho 25/07/2021

Achei a leitura um pouco cansativa, mas o tema é bastante relevante. A autora fala sobre suas histórias pessoas para abordar o feminismo.
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Brenda 28/04/2022

Chato e previsível
Esperei demais de um livro que promete falar mais sobre feminismo mas só repetiu mais do mesmo. Fraco demais.
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Mayara 30/01/2014

Se fosse pra resumir em uma palavra, seria: DIVERTIDO
Pra início de conversa, se você for como eu, que não só lê, mas discute, brinca, questiona o livro, então recomendo não ler COMO SER MULHER em meio a outras pessoas. Eles certamente vão taxar você de louco ou louca. O motivo é simples. O LIVRO É HILÁRIO. É impossível não gargalhar alto e escandalosamente lendo esse livro. Eu não estou falando de nenhum risinho preso, não. Estou falando de gargalhadas. Altas e descontroladas.

A maneira como Caitlin Moran aborda assuntos que não são só femininos não, homens também deveriam ler esse livro, todo mundo deveria, é bem humorada e clara. Ela nos explica por exemplo, coisas cotidianas como escolha de calcinha, sutiãs, depilação. E dai você me pergunta, o que é que isso tem haver com o "universo masculino":tem tudo haver. Quer entender as mulheres? Quer saber de verdade o que nos preocupa e porque agimos como agimos? LEIA ESSE LIVRO. Nada de O que as mulheres querem e sabe-se lá que outro título de auto-ajuda que promete fazer homens entenderem mulheres. Leia esse livro aqui, o COMO SER MULHER, da capa rosinha. ESSE MESMO.

Eu aprendi muita coisa em COMO SER MULHER. Aprendi o porque exigem das mulheres hoje em dia depilação completa. E vocês não vão acreditar na imensa bobagem que é o motivo central pra essa guerra contra os pelos. É ridículo. Aprendi sobre a indústria pornográfia e o porque de ela ser tão prejudicial a imagem da mulher. Não que pornô seja ruim. Porno mal feito é ruim. Porno onde só o homem sente prazer é ruim.

E em meio a tantos assuntos banais da vida feminina, como qual sutiã comprar, como chamar seus peitos, o que vestir e quando vestir, o porque nunca temos roupas. Caitlin Moran trata de assuntos cheios de polêmica, como sexo, gordofobia, feminismo, aborto. Ela fala sobre cada um desses assuntos utilizando situações da sua vida, compartilhando conosco tudo o que ela é. E o que ela é? Se eu for resumir Caitlin Moran em uma palavra, ela seria DIVERTIDA.

Leia mais no meu blog:

site: http://misswildfoxx.blogspot.com.br/2014/01/caitlin-moran-como-ser-mulher.html
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Aline Maia 28/03/2021

Interessante
A leitura me cansou em alguns momentos por ter bastante referência as vezes em um mesmo parágrafo. Trouxe humor e descontração, mas em alguns momentos achei demais.
Gostaria de ter lido na adolescência.
Vale a leitura, é engraçado, leve e com mensagens muito importantes de serem ouvidas.
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