spoiler visualizarBruna 19/02/2018
Resumo
A criação de vínculos na atualidade é um dos gatilhos para a formação da patologia. Os tipos de vínculo atuais aumentam o desamparo do borderline: não há meios para construir sua subjetividade na interação com o outro. Não são adaptados à situações de competição e consumo.
O estado limítrofe tem mais relação com a angustia de separação e o ideal de ego, do que com o complexo de édipo e a angústia de castração. Ele procura o encontro com o outro como sujeito. Existe muita dificuldade em enxergar o outro como sujeito, ao invés disso, "se utiliza" dos que estão ao redor como objetos anaclíticos. Tem um padrão difuso de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, da sua auto-imagem (falta de integração do conceito de self e do conceito de outros significativos), dos seus afetos e há uma acentuada impulsividade. Narcisismo acentuado que se mostra na dificuldade em perceber o outro. A capacidade de teste de realidade é mantida. Ele não experimentou um holding adequado. Não conseguiu tornar-se sujeito independente da participação da subjetividade do outro. Não consegue ver a totalidade do objeto. O depressão, tédio e o vazio são sintomas muito comuns por conta do dilema de identidade e a percepção de uma existencia sem sentido. Pode construir um amálgama entre a violência e a libido situando-se num eventual masoquismo moral. Em razão de sua fragilidade, não se apropria de sua agressividade e ela se torna latente e não é dirigida para fins claros.
Sente-se invadido pelo desejo do outro ( do que ele tem que ser), já que a sua subjetividade ainda não está constituida.
Em termos de classificação psiquiátrica, a nomenclatura borderline abrange os seguintes diagnósticos: esquizotimia, esquizoidia, personalidade hebefrênica, pré-psicóse, psicóses marginais, paranóia sensitiva, certas personalidades perversas, personalidade psicopática, psicopata, personalidade "como-se", falso self, neurose de caráter, etc.
A clinica deste paciente tem que ser no sentido de le ir testando destruir o objeto e verificar mais tarde que toda a agressividade não o destruiu. É aí que ele passa a ver o outro como sujeito. Em situações de crise, se deve acalmá-lo primeiro. Em momentos mais agressivos, explosões e impulsividade, na verdade sente o medo do abandono, precisa de limites para se sentir seguro. O exagero sexual pode ser forma de encontrar os limites do seu self. Considerar incondicionalmente a dor e a vontade de morrer. A possibilidade que o terapeuta dá para se construir uma intersubjetividade é essencial. Ele procura o real e tenta fugir da existência fútil.