Deathless

Deathless Catherynne M. Valente




Resenhas - Deathless


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Julia Ledra 01/11/2023

Eu amo esse livro!
Imagina se o Saci Pererê, a Mula Sem Cabeça e o Boto-Cor-de-Rosa fizessem parte dos eventos da Independência do Brasil.
Esse livro é mais ou menos isso, só que ele pega personagens do folclore eslavo e coloca eles na Rússia durante a Revolução Russa e a Segunda Guerra Mundial.
Ou seja, é uma fantasia no estilo contos de fada, porém com temas mais pesados de guerra, fome e morte.
E tudo isso com uma escrita extremamente poética, delicada e inspiradora. Não é a toa que eu já tenha lido esse livro 8 vezes e ame ele cada vez mais.
Não recomendo ele para todo mundo, ele é meio esquisito em algumas partes, mas ainda assim adoro ele hahah
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Karoline 16/07/2021

Definitivamente, o livro mais estranho pelo qual já me aventurei nesses anos todos como leitora. Uma narrativa que desafia qualquer tentativa de definir o seu gênero, uma vez que tem elementos do maravilhoso, do fantástico, do romance histórico e da ficção realista.

Deathless conta a história de Marya Morevna, que por saber que os maridos de suas três irmãs mais velhas, na verdade, foram primeiro pássaros para depois serem homens, está fadada a conhecer um mundo à parte — e mágico — na Rússia do século XX. Seu destino também é o de ser a esposa de Koschei, o Czar da Vida, este que está numa guerra eterna com Viy, o Czar da Morte.

Valente se utiliza do folclore, de mitos, lendas e da história russa para compor a jornada de Marya, e esse, com certeza, foi um dos aspectos que mais gostei do livro, já que acho a cultura da Rússia algo fascinante.

Indiscutivelmente, um outro elemento forte aqui, é a escrita da autora. Repleta de metáforas e construções linguísticas que remetem aos contos de fadas, a linguagem me fez sentir que eu estava em um lugar fora da minha realidade, toda vez que eu parava para ler. É tudo muito excêntrico, enigmático e extraordinário.

Por outro lado, as descrições sobre as sequelas das guerras, pelas quais passou a Rússia no século passado, são extremamente cruas, secas e terríveis, apesar de, mesmo assim, ainda manterem um certo lirismo que funciona como um contraste muito interessante dentro da narrativa.

A relação de Marya com Koschei me lembrou muito outro relacionamento bastante problemático da literatura: Heathcliff e Catherine, de "O morro dos ventos uivantes". Apesar do incômodo, achei muito interessante acompanhar o quão complexo pode ser o vínculo entre duas pessoas, e o quanto de poder uma pode ter sobre a outra.

Um outro ponto que preciso comentar é toda a desconstrução das noções de Vida e Morte, na qual a primeira pode ser tida como um castigo e a segunda, como uma benção. Gostei demais dessa perspectiva invertida sobre estes conceitos já tão explorados na arte em geral, e que fez do livro ser ainda mais original.
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