Ana Ira! 28/02/2017
Totalmente decepcionante!
Depois de uma amiga me indicar Lugares Escondidos tão entusiasticamente, dizendo o quanto ele era lindo e profundo, além de ser um romance cristão, fiquei superansiosa para poder lê-lo.
Porém, como essa amiga morava longe e não poderia me emprestar seu exemplar, e o livro praticamente esgotados, só se encontrava pelos olhos da cara, tire que esperar um ano e meio até conseguir comprar meu exemplar num sebo! Barato ainda!
Assim que chegou, fiquei loooooooouca para ler! Mas tinha aguardado tanto, que com a correria do dia-a-dia, esperei para quando tivesse mais tempo e pudesse ler saboreando calmamente e sem interrupções.
Entretanto, qual não foi a minha surpresa, ao... não gostar do livro!
Pois é, minha gente!
Eu realmente não gostei.
Quem acompanha o Elvis Gatão, já deve ter percebido que sou cristã, e gosto muito de ler livros cristãos também. E antes que alguém se assuste, rs, deixo claro que quero sempre aprender mais sobre Deus e Seu Imenso Amor, além de aprender com Ele, a como lidar com as circunstâncias tristes e traumáticas da vida. Por isso gosto de ler livros com essa temática. É claro, como sempre digo, livros que não tragam fanatismos nem intolerâncias religiosas, apenas sobre o amor do Pai!
Então. Lugares Escondidos a meu ver, não é um livro cristão. Apesar da autora ser. Ele fala sim sobre Deus, em algumas passagens e falas de personagens. É denotado a fé e a mudança a partir dela na vida de alguns desses personagens. Só que não é um livro centrado nas mudanças e realizações que Deus pode fazer. Na verdade, ele fala sobre os segredos de alguns desses personagens principais, seus erros e acertos, e o que cada experiência da vida lhes transformou.
A princípio, conhecemos Elisa, no velório de seu sogro, Vítor Wyatt, um demônio na terra, que descobriremos mais tarde o quanto ele enlaçou vidas e ao mesmo tempo, quase as destruiu.
Elisa, fugida do pai há 10 anos, esconde todo o seu passado, com medo de não ser aceita e perder seu bem mais precioso e pelo qual o tanto lutou: uma família de verdade.
Ela tem três lindos filhos pequenos, umas doçuras, com Fernando, que morreu de tétano um ano antes do pai.
Agora, sozinha, endividada, prestes a perder os Pomares Wyatt - a fazenda em que vive -, contanto a ajuda da tia considerada louca de seu marido, Batty, Elisa precisa se sustentar, e encontrar forças para calar a angústia que há dentro de si.
A tia Batty é de longe minha personagem favorita. Considerada por todos louca, ela é na verdade, uma mulher muito inteligente e com uma história de amor muito bonita. Por um homem, e pelos livros. Trazendo segredos incríveis e muita força de vontade. Seu jeito animado geral de ser, mostra a força do amor de Deus em sua vida. Enfim, não vou revelar mais pra não trazer as surpresas que com ela traz.
O livro é narrado em duas épocas, pelas duas mulheres: Elisa, conta de seu passado e sobre o presente nos Pomares Wyatt em 1930; e tia Batty, narrando sobre seu passado e sobre as tragédias ocorridas nos Pomares em 1894.
Com as divisões de narrações por essas duas personagens, vamos entendendo toda a maldade de Vítor, que prejudicou e agrediu violentamente a mulher e os três filhos, e para com muitas outras pessoas. Mesmo depois de morto, Vítor Wyatt, ainda era temido e rejeitado pelos seus. Ninguém o amava. E ele realmente era um homem tenebroso.
Nas narrações atuais de Elisa, aparecerá um jovem estranho, ferido, vestido como mendigo, que se chama Gabriel, e após quase morrer devido a um grande ferimento na perna e ser tratado por Elisa; ele sobrevive. E lhe ajuda a cuidar da fazenda e sobreviver a todo o caos em que está. Trazendo também consigo um grande segredo que poderá mudar a vida de ambos.
Eu amei as narrações da tia Batty, pois, pudemos imaginar como o caos que Elisa vivia, começou. Ver toda o ódio e destruição que Vítor causou, principalmente nos filhos, foi de cortar o coração.
E também suspirei com os grandes amores de tia Batty.
Já a história de Elisa, tanto seu trabalho para salvar e governar a fazenda, quanto seu passado, e sua fuga do pai, achei bem chato, e imaturo. Sem grandes problemas, sem nada de novo. Motivos fúteis de sua tristeza e de sua fuga. Apesar de que, ela sofreu sim alguns traumas na infância, e até compreendo, porém, ter se tornado uma mulher tão rancorosa e triste, não vi motivos para tal.
A história é cativante, eu virei madrugada adentro lendo. No entanto, eu esperava MUITO mais. Principalmente do âmbito cristão. Que não foi explorado. O perdão, amor, amizade, paz de Deus, etc., fez MUIIIIIITAAAAA falta na vida desses personagens, mas, não teve um final tão feliz e nem em minha opinião, uma reflexão ao findar da leitura.
Eu amo ler livros que ao fechar a última página, eu tenha aprendido, crescido, vivido algo intenso. E este com certeza não foi o caso. Li sobre muita violência e sofrimento. Mas sem nenhuma justiça, e até muitas amarguras, sem cura.
Perdoem-me quem gostou, realmente eu fiquei decepcionada! rs
site: http://elvisgatao.blogspot.com.br/2017/02/resenha-lugares-escondidos-lynn-austin.html