Desi Gusson 26/01/2014
Notícia de Última Hora: Mais ação e menos romance também funciona!
-Nunca lhe perguntei sobre esse nome de guerra. Por que Day?
-Porque cada dia significa novas 24 horas. Cada dia quer dizer que tudo é possível de novo. Você pode aproveitar cada instante, pode morrer num instante, e tudo se resume a um dia após o outro. ele olha para a porta aberta do vagão da ferrovia, onde faixas escuras de água cobrem o mundo. E aí você tenta caminhar sob a luz.
Quando aparece um livro novo na mesma onda literária que estou (pois é, ainda sou alucicrazy pelas distopias) é meio que automático que meu cérebro me obrigue a querer lê-lo. A situação é tão perturbadora que às vezes nem da sinopse eu lembro direito, só do fato de que quero lê-lo e não vou deixar ninguém em paz até concluir esse objetivo. Mas é totalmente impossível esquecer uma sinopse que promete uma espécie de duelo entre os dois protagonistas!
Logo de cara me deparei com três aspectos que, na ordem citada, poderiam melar a minha leitura. O 1º é a narrativa de Lu. Ela é seca, crua e estoica, o que até combina com o clima do livro (sério, poesia seria uma perda de tempo ali), mas que por vezes tirou o ritmo das coisas. O 2º ponto é o pouco desenvolvimento dos personagens secundários. Com protagonistas tão bons (já vou chegar lá) os coadjuvantes ficaram fracos ou até mesmo caricatos, como a Comandante Jameson. E, pra terminar o balde de água fria, o lugar comum que está ficando cada vez mais enfadonho: o governo nesses livros nunca é o que aparenta ser.
Ok, ok, talvez isso possa ser categorizado como um pré-requisito para as distopias, mas tudo o que é demais enjoa, né? Depois de um tempo a única pessoa que ainda se surpreende por descobrir algum plano maligno feito por seus chefes de Estado é o personagem principal, e isso porque ele é obrigado pelo autor a se surpreender. Lendo ao menos um dos clássicos distópicos você já entra para o grupo de risco dos Formuladores de Teorias da Conspiração Anônimos (FTCA. Nós.. digo, o grupo tem reuniões todos os domingos se alguém se interessar), imagine então com essa enxurrada distópica no mercado editorial? Dá pra contar numa só mão os livros recentes que fogem a essa regra e a maioria deles surpreende e conquista justamente por sua originalidade.
Então o que me fez amar Legend? O que me fez sentar num canto e ler e ler e ler até acabar e perceber que de tão absorta, sequer minhas anotações eu tinha feito?
Empatia.
Sério! Não tem como não gostar do Day, não tem como não querer ser a June! Eles são inteligentes, espertos, ágeis, CUIDAM do próprio nariz além de, é claro, serem famosos, admirados e até respeitados em suas esferas. Eu simplesmente adoro personagens assim. Sambam na cara da mediocridade.
Dá pra contar com eles, você sabe que não vão dar mole -como os protagonistas de outros livros- nem vão te deixar na mão por não fazer algo extraordinário, seja fisicamente ou na área intelectual. Com June e Day o serviço é feito, de um jeito ou e outro.
Em outras palavras, eles são o pacote completo e juntos ficam completamente irresistíveis.
Gostei muito da Lu ter feito um livro de ação com uma pitada de bom romance e não o contrário. Se o lamour tivesse mais destaque do que as cenas cinematográficas e as situações de prender a respiração, Legend ficaria meio apagadinho, sem propósito a autora conseguiu encontrar um equilíbrio perfeito na minha opinião, aquele ponto onde você precisa saber o que vai acontecer em ambos os aspectos e não só em um.
Concluindo, Legend tem seus altos e baixos, mas consegue te hipnotizar como poucos livros nessa linha e te deixar doido para saber o que acontece depois!
Quanto a Prodigy é seguro dizer que:
Eu não durmo, eu espero.
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