Nasa 11/08/2018
A Coroa de Espinhos - Hank Luce, # 1-Leituras de Junho
Relíquias sagradas sempre despertaram minha curiosidade, acho que é meu lado “historiadora” reclamando espaço, as relíquias são a conexão com o passado, com eventos históricos, religiosos, são a prova de que algo realmente ocorreu. Sou católica de nascimento, mas hoje em dia me considero uma pessoa espiritualizada, que aprendeu a ver além dos limites, que as religiões as vezes nos impõem. Gosto de manter minha mente aberta para absorver e saber julgar o que é certo ou errado. Livre Arbítrio, esse poder tão poderoso dado a nós por Deus.
O livro a coroa de espinhos me fez pensar profundamente sobre as dores de Jesus, o seu sofrimento. O santo Sudário, os cravos, a tabuleta, a coroa, a lança. Todos esses objetos são relíquias ligadas a crucificação e tem para aqueles que acreditam em Jesus Cristo grande valor emocional. São os objetos que lhe infligiram dor sofrimento, vergonha. Que ele depurou absolvendo a todos os presentes a sua crucificação, dizendo ao pai que eles não sabiam o que faziam. A corrupção e os pecados dos poderosos também chocam e envergonham a fé a religião que representam, o livro não as esconde, pelo contrário as mostra como algo, que pode ser extirpado para que a verdadeira fé apareça. Afinal, foi por isso que Jesus morreu, para limpar nossos pecados e manter a fé viva.
A narrativa é inteligente e rápida, e nos apresenta ao Nick Renna, católico desiludido, com alguns traumas pesados vindos da guerra, que para cumprir o último desejo de uma agora amiga freira, antes seu grande amor. Ele aceitou a tarefa da buscar pela coroa de espinhos. Claro, trata-se de fantasia. Mas uma fantasia muito bem elaborada e com provas interessantes do caminho que a relíquia fez ao longo dos séculos.
O que me deixou um pouco frustrada, foi que o autor não traçou a história vindo do ponto da crucificação. Mas isso não tirou meu interesse, pois o livro tem bons momentos. Visto que a relíquia em si tem poderes, e é algo muito perigoso para os impuros.
Sério, ela precisava existir para depurar muitas religiões. A busca pela relíquia, os detalhes históricos, a viagem por vários países movimenta a trama e nos faz pensar em o quanto o poder religioso é perigoso em mãos erradas.
Gostei bastante do final do livro. Fiquei tão curiosa que busquei saber de que árvore a coroa poderia ter sido feita, de acordo com a vegetação do local. E para alguns botânicos a planta usada teria sido a conhecida como Espinheiro-de-Cristo Sírio - Rhamnus Spinachristi. Seus galhos podiam envergar com facilidade formando uma coroa.
As relíquias estão sempre aparecendo em livros, filmes e documentários, vale citar aqui o filme Constantine, que mostra a “Lança do Destino”, ou os vários documentários que mostram e tratam da autenticidade do Santo Sudário, ou o filme, O Manto Sagrado de 1953, com Richard Burton e Victor Mature.
Minha nota para o livro? Quatro Beijos mordidos!
site: http://www.nazarethfonseca.com.br/2018/08/13/a-coroa-de-espinhos-hank-luce-1-leituras-de-junho/