Quando vi a capa do livro ano passado quando a Bertrand divulgou que o livro seria lançado fiquei apaixonada. Uma capa que chama atenção logo de cara, e ao ver a sinopse não tive dúvidas que leria o primeiro livro de Paula Brackston a chegar ao Brasil. Por isso foi com muita felicidade que ele foi o primeiro que escolhi através da parceria com a editora. A autora nos apresenta uma história rica, que com sua narrativa conquista o leitor com doses de mistério e uma mitologia bonita e que inova.
A sinopse era em alguns pontos, mas vamos lá. O livro começa nos tempos atuais com Elizabeth acabando de se mudar para uma charmosa casa à beira da floresta na pequena cidade Matravers. Faz algum tempo que ela não sente nada estranho no ar e por isso permite que Tegan um jovem vivaz e solitária se aproxime dela e de sua verdadeira eu. Bess acredita que pode iniciar a jovem em magia sem nenhum dano. É então que ela nos apresenta o começo de sua história com magia. Bess era uma jovem com um irmão e uma irmã pequena que vivia com os pais agricultores no ano de 1627 até que apenas ela e sua mãe sobreviveram a peste. O pequeno vilarejo de Batchcombe ficou devastado com as perdas e como uma manobra política os caçadores de bruxas e infiéis chegaram ao lugar. A mãe de Bess foi acusada e numa sequência de absurdos foi enforcada. Sozinha no mundo Bess atende ao último pedido da mãe e vai em busca de Gideon Masters, o sujeito estranho que vive no interior da floresta. Lá Bess conhece a magia e os feitiços, mas ele não pode salvá-las dos caçadores que a levam presa. Enquanto está presa Bess decide diante da situação proclamar as palavras ensinadas por Gideon e que a tornarão uma feiticeira. Assim consegue fugir do julgamento, mas ao contrário do combinado Bess não retorna. Ela foge, não quer viver presa a Gideon e a sua magia das trevas destrutiva. E assim tem sido por quase quatro séculos, períodos de calmaria e fuga sob a constante ameaça de Gideon.
A premissa é essa. Conhecemos Bess e através de sua amizade com Tegan temos um vislumbre do seu passado, alguns dos lugares que ela viveu até ser descoberta por Gideon. Contado em forma de diário a história se desenvolve entre as passagens dos dias, o que limita um pouca a visão da amizade de Bess com Tegan, mas que ainda assim consegue prender o leitor. Nos momentos chaves Bess contou a Tegan partes do seu passado. Essas partes são alternadas entre as entradas do diário. A escrita de Brackston é poética e suas descrições são precisas, as mudanças entre os períodos são acertadas, tornando cada parte da história vívida e bem delineada.
Mesmo o leitor conseguindo aos poucos imaginar o quadro final durante a leitura é impossível não se ver preso a história e aos detalhes dos elementos que a autora utiliza na construção de sua mitologia. Bess é uma protagonista forte e inteligente. A vida de solidão e estudo que ela levou transforma sua voz narrativa em algo interessante de se acompanhar. Misturando com leveza ficção histórica com fantasia o livro desenvolve um universo novo e que deixa portas abertas para uma continuação. Algo que seria bastante interessante de ser ver visto que o final do livro deixa perguntas no ar assim como a origem e as diferenças entre magos e das feiticeiras
Leitura rápida, instigante e que vai conquistar o leitor que procura algo diferente, que se encaixa suavemente entre dois gêneros aproveitando o mais rico de cada um. Os elementos e a magia de Paula Brackston lembram muito a mitologia céltica. A edição da (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/03/resenha-filha-da-feiticeira.html