jota 27/04/2019Saboroso como um autêntico vinho italiano (produzido na América, porém)Não tenho muita coisa para comentar sobre O Vinho da Juventude, do ítalo-americano John Fante (1909-1983), apenas que é um livro de contos praticamente perfeito, além do que há outras boas resenhas por aqui que merecem ser conferidas.
Das vinte histórias contadas por Fante apenas duas ou três não são lá espetaculares, mas mesmo assim são acima da média. As que tratam da infância de Jimmy Toscana, a maioria, envolvem episódios curiosos, engraçados e dramáticos ligados a sua família, escola, religião, peraltices de criança, a comunidade italiana no Colorado etc.
São histórias deliciosas, emocionantes, literatura com alto grau de envolvimento do leitor, arte, enfim. Elas têm forte conteúdo autobiográfico, lembram, como destacaram alguns críticos, certos momentos de Dublinenses, de James Joyce (penso que, entre outras, Primeira Comunhão e Coroinha são pequenas obras-primas), e mesmo que a afirmação da revista Time pareça exagerada - “talvez o melhor livro de contos de 1940” -. não se pode negar que este seja um livro excelente.
Alguns meses passados li do mesmo Fante outro livro de contos, A Grande Fome, que apreciei bastante, assim como havia apreciado três de seus conhecidos romances (Espere a Primavera, Bandini, Pergunte ao Pó e 1933 Foi Um Ano Ruim). Naquela altura ele já havia se tornado um de meus autores favoritos. Um desses que pretendo, se for possível, ler a obra completa. E, claro, sempre recomendar seus livros para outros leitores.
Lido entre 12 e 26/04/2019. Minha avaliação: 4,7.