Luara Cardoso 01/10/2013Entrou para a lista de favoritos!Cósmico nunca foi aquele livro que me atraiu muito. Tinha vontade de ler sim, mas estava na minha lista de
futuras leituras (aquela que a gente nunca sabe
se e
quando vai ler). Mas quando surgiu uma oportunidade, não hesitei: eu finalmente iria ler Cósmico. E sinceramente? Ainda bem que esse livro apareceu. Além de eu ter gostado demais desse livro (de um jeito que vocês vão notar explicitamente na resenha), ele acabou entrando na minha lista de
favoritos, que agora conta com seletos onze livros.
Liam é um garoto muito alto para a sua idade. Aos doze anos, todos o confundem com um adulto, afinal, ele já faz até barba. É por isso que, só de brincadeira, ele se passa por um adulto às vezes. Mas é durante uma dessas brincadeiras que ele acaba se metendo em uma tremenda confusão: ele vai para a China e, sem nem perceber, já está perdido no espaço, sem contato com a Terra e seus pais não têm nem ideia de onde ele está. É por isso que ele resolve fazer um diário falado sobre tudo o que o levou a chegar até aquele ponto e relata toda a sua aventura
cósmica.
Mãe, pai... Se vocês estão ouvindo... Lembram que eu disse que ia ao Centro de Atividades da Região dos Lagos com o colégio?
Para ser completamente sincero, não estou exatamente na região dos lagos.
Para ser completamente sincero, estou mais, tipo, no espaço. p. 9
Demorei a chegar a essa conclusão, mas aqui vai: esse é, sem dúvida alguma,
o melhor livro infanto-juvenil que já li. Já deixo essa informação básica logo de cara porque sei que, ao me rasgar de elogios em relação ao livro, vocês vão me achar super tendenciosa, do tipo:
Compre! Leia! O mais rápido possível! É claro que faço isso porque, quando fechei o livro, a única vontade que tinha era relê-lo e espalhar esse livro pelos quatro cantos do mundo. Tanto que fiz várias pessoas lerem trechos dele só para terem o gostinho do que estavam perdendo. Meus amigos e pais sofreram comigo!
Enfim, vamos falar sobre a minha leitura. Eu levei
Cósmico para uma viagem que fiz com a minha turma e, durante a volta, comecei a ler e logo me vi completamente envolvida e imersa na história, a ponto de ignorar todas aquelas pessoas
literalmente gritando ao meu redor. E, para isso acontecer, o livro tem que ser
muito bom, não é mesmo? Isso acontece porque o primeiro capítulo é
arrebatador, daqueles que te dão vontade de saber tudo o que acontece em todo o enredo de uma vez só.
Foi essa curiosidade que permeou todo o livro. Eu precisava saber o que ia acontecer em seguida e, quando descobria, sempre havia outra coisa que me deixava ainda mais curiosa e foi assim até o fim. Isso porque a narrativa do autor é fantástica. Como é em
primeira pessoa, a compreensão acerca das incertezas de Liam sobre as responsabilidades que ele tem que enfrentar que antes nem sabia que existiam é enorme e por causa disso há uma grande empatia com o personagem.
Liam é um daqueles garotos que está em fase de
compreensão. Ele está passando por um momento da vida em que nada parece ser certo para ele, nem a vida adulta, nem a de criança. É por isso que ele tem uma personalidade bem atraente, quase que indiferente, tentando transmitir uma força que ele não tem. Além disso, ele passa por vários questionamentos ao longo do livro, a maioria sobre a relação com seu pai. Essa é uma das partes mais fantásticas, aliás. A relação sentimental que é construída entre os dois, explicita ou implicitamente, é maravilhosa e sempre está em foco. Liam consegue ver com seus próprios olhos o que realmente significa ser adulto e as consequências que isso traz, positivas ou negativas.
O que me deixa levemente preocupado é que estou até curtindo o momento. Estar condenado não é bom. Mas não ter peso é sensacional. Sempre que me curvo para frente, dou um salto mortal perfeito. Quando estico meus braços, levito. Lá na Terra, minha única habilidade especial era ser melhor em matemática e mais alto que a média. Aqui em cima, tenho tantos talentos que sou praticamente um Power Ranger. p. 12
É claro que tudo isso é passado de um jeito
despretensioso, bem nas entrelinhas, uma vez que o
público alvo não pede algo mais elaborado. Alguém que for ler Cósmico e quiser uma aventura, terá uma aventura e muito bem feita. Não existe quem não queira conhecer o espaço depois de tudo o que Liam passou, uma vez que o autor coloca tudo de uma maneira que tudo realmente poderia acontecer. Quem quiser ler do ponto de vista sentimental, vai encontrar um enredo muito bem feito nas bases de um relacionamento entre pai e filho. Ou seja, esse é um daqueles livros que pode trazer
várias experiências, dependendo do leitor. E, sinceramente, não é qualquer autor que consegue trazer essa versatilidade para um livro.
Acho que acabei me estendendo demais nessa resenha, mas não posso deixar de fazer um último comentário: aquele final foi
sensacional. Fechou com chave de ouro e eu não poderia esperar menos do autor. Só o que eu digo é para que vocês deem uma chance para esse livro o quanto antes, acelerem suas leituras e tirem ele da lista daquela lista
hipotética e o
coloquem na lista de leituras para já! Vou ser sincera: vocês estão perdendo um livro (me perdoem o trocadilho)
cósmico!
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