Lary Reeden 13/07/2013Mais real?!Mesmo sendo considerado uma trilogia, o que difere essa saga das outras do mesmo gênero é que em cada livro é contada a história de um casal diferente, com vidas que se cruzam entre si. Portanto cada livro tem um fim, não sendo necessário ler todos, ou seguir uma ordem cronológica.
Dylan Ivory é uma escritora de literatura erótica romântica, que está fazendo pesquisa de campo sobre sadomasoquismo para o seu novo livro. Ela precisa ir além dos estereótipos do BDSM (Bondage, Dominação, Sadismo e Masoquismo), e Alec acha que a melhor forma de aprender é sentindo na prática. Ela fica instigada pelo desafio e monta uma contraproposta, confiante de que ele não conseguirá dobrar seu autocontrole. Se Alec não conseguir dominá-la ela terá a chance de torná-lo submisso, em pelo menos uma cena. O que eles não esperam é perder o auto controle não de seus corpos, mas de seus corações.
– Primeiro, preciso saber se você tem algum conhecimento do que significa escravidão e sadomasoquismo. Sei que andou lendo muito, reuniu informação. Mas me diga qual é a sua definição. O que ficou sintetizado na sua mente.
Ela pensou um pouco sobre tudo que lera a respeito, suas breves conversas com Jennifer, as pesquisas feitas on line.
– Bem, sei que tem a ver com escravidão e disciplina, dominação e submissão, sadismo e masoquismo.
– Agora me diga como interpretou isso, não o que achou nos livros ou na internet.
– Eu acho… A definição parece abranger uma ampla gama de comportamento sexuais e sensuais. Desejos. Fetiches. Cada um parece ter uma definição pessoal, diferente a respeito do assunto, ou seja, é algo bem individual. E nem todos praticam tudo. Algumas pessoas talvez se limitem aos aspectos mais leves, como tapas ou simples submissão. Mas mesmo assim é escravidão e sadomasoquismo, embora os praticantes não usem essas palavras quando referem a si mesmos. E na raiz está a troca de energia entre os participantes.
Luxúria é um livro escrito em terceira pessoa, mas a autora soube dar espaço a cada personagem, evoluir e contar sua versão separadamente, sem perder o ritmo.
Apesar do tema ainda considerado um tabu, ela trata tudo naturalmente com uma escrita sensual, que apesar das palavras usadas, fica com tom erótico, e não pornográfico. Um dos pontos que mais gostei no livro, é que os personagens tem uma personalidade madura, além da idade mais elevada que o costume para os atuais livros do estilo.
Alec Walker tem 36 anos e tem um nível de vida elevado, mas não do tipo multimilionário, dono da cidade. Escritor de thrillers psicológicos, ele vive em um apartamento bem mobiliado em um bairro de Seattle e curte viajar pelo mundo, conhecendo lugares exóticos ou espirituais, apaixonado por motociclismo e esportes radicais. Bem relacionado e respeitado na comunidade BDSM de Washington, dá palestras sobre como ser um bom dominador e usa o clube Pleasure Dome como cenário para seus jogos mais pesados.
Dylan Ivory, 33 anos é autora de romances de banca, também vive uma vida confortável, mas monótona. Com apenas uma amiga próxima, ela evita se abrir ou aproveitar mais da vida, com medo de que isso interfira no seu controle tão bem trabalhado por anos. Mora longe da família — ou do que restou dela. Sempre bem acompanhada sexualmente, foge de relacionamentos sérios ou qualquer outra coisa que possa interferir no controle de sua vida. Considera-se muito liberal quando o assunto é sexo, afinal seu emprego meio que exige isso. Mas nunca ousou ir tão profundamente.
Eu engoli o livro em dois dias. E não por causa das cenas de sexo, como alguns podem pensar, mas porque me envolvi com o relacionamento romântico deles, a quebra dos paradigmas que ambos impõem a si mesmos, através da entrega e do respeito mútuo. Indico pra quem deseja conhecer um pouquinho mais desse mundo tão diferente e ler um bom romance.
E um p.s. de uma leitora chata, apesar da capa ser linda, esse espartilho não tem nada a ver com a história (pronto, desabafei).
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http://livrosecitacoes.com/resenha-quinta-essencia-luxuria-eve-berlin/