Milla 18/12/2012Após ter lido a sinopse e algumas opiniões negativas sobre o livro Um ano inesquecível fiquei sem ânimo para a leitura e confesso que fui envolvida pela história de Ronald Anthony. Mas agora eu não sei se gostei ou não do livro. A ideia da história é muito legal, mas tem algumas coisas que foram mal exploradas, sob o meu ponto de vista.
Após um pequeno incidente em que Mickey Sienna de oitenta e poucos anos quase incendiou a casa onde morava sozinho, seus quatro filhos começaram a debater um novo futuro para o homem para que ele não corresse nenhum perigo. Sendo todos muito ocupados, Jesse Sienna, o caçula, decidiu que seu pai deveria ir morar com ele.
Mas as coisas não são tão simples e meigas quanto nos planos de Jesse, principalmente porque sempre houve uma distância entre ele e seu pai de mais de 50 anos de diferença e, por sempre ter sido o caçula, ele era mais apegado à sua falecida mãe.
Jesse namora há seis meses com Marina, mas eles têm um romance peculiar porque ambos já sofreram por amor anteriormente e decidiram manter um relacionamento sem grandes expectativas para que não houvesse decepções. Mickey não se conforma por ver o filho desperdiçando a oportunidade de viver o amor da sua vida e decide lhe contar uma história de um antigo amor que ele teve.
Fiquei pensando na grandiosidade da história de Mickey contou para Jesse. Não falo da história em si, mas falo do quanto esta história quebrou as barreiras e uniu pai e filho outrora tão distantes. E fiquei muito curiosa à medida que Mickey ia narrando por partes um grande evento da sua vida. Mas no fim... - volto logo a este aspecto. Quero primeiro falar sobre o que gostei no livro.
O autor Ronald Anthony criou um texto leve, rápido, com cenas reais - afinal, toda família passa pelo problema "o que fazer com o velhinho?" - e com um humor muito agradável. Mickey e Jesse são irônicos, sarcásticos e eu fiquei encantada com isso. Mickey é um personagem encantador, esperto e engraçado.
Confesso que até então eu não tinha implicância com a tradução de Maysa Monção, [Conselho de amiga, Tudo o que ela sempre quis] mas desta vez topei com umas frases que ficaram um pouco desconexas. Narrado em terceira e em primeira pessoa [por Jesse], o livro é descomplicado, mas eu arrastei a leitura.
E agora vêm os aspectos negativos. Jesse é um chato com essa história de manter um relacionamento "sem futuro", fica claro que o romance dele com Marina é lindo, mas ele se recusa dar a devida importância e isso me incomoda seriamente. Ele não dá valor porque não quer. E é por isso que Mickey decide contar uma história importante e "secreta" da sua vida.
Juro que estava esperando uma história fantástica e não foi bem isso que encontrei. Ao fim da história (de Mickey) fiquei pensando que não fazia muito sentido ele estar contando aquilo ao filho esperando que ele mudasse em relação ao seu comportamento. Eu enxerguei mais como uma redenção, vivendo uma memória especial ou tirando aquele segredo tão pesado de seu coração já tão cansado. Como eu já disse, foi uma história com um signo belíssimo porque uniu pai e filho, mas muito fraca para a ideia que o autor quis transmitir em Um ano inesquecível.
Portanto, acho que nem tanto nem tão pouco. Eu daria três estrelinhas à Um ano inesquecível. Mas algo mais pendente ao dois do que ao quatro.