spoiler visualizarMary Castilho 10/02/2022
Um livro instigante e único
A obra que trata sobre o assunto da imortalidade de uma forma totalmente nova, sem envolver criaturas como vampiros e lobisomens muitas vezes vistos por tal tema, desta vez será mostrada a alquimia.
A escrita de Katsu é um convite tentador a todos os leitores, ela utiliza durante a obra diversos estilos de composição, no começo é possível estranhar tal artimanha. Porém, não deixa de ser algo tentador pela inovação.
O livro se passa na cidade fictícia de St. Andrew no Maine , entre passado do século XIX e o presente, na qual a escrita sofre as alterações. Quando é tratado sobre a atualidade, ocorre em terceira pessoa com um tipo de linguajar e para balancear, é utilizado muito o verbo conjugado no presente.
Como a obra faz viagens no tempo daquela localidade, para não nós perdermos, Katsu inicia cada capítulo com a data e o local. E o lado positivo disto é que por causa da personagem principal, a jovem e meiga Lanore, viaja o mundo e conseguimos vislumbrar cada local muito bem construído pela autora. E para fazer um complemento entre algumas partes vagas, temos pequenas histórias para contextualizar cada evento que ocorreu ao passar dos anos.
Quando voltamos ao passado, Lanore se torna a narradora e levando os acontecimentos como suas lembranças e contando para o leitor de forma sutil. Conseguimos saber como a jovem via cada acontecimento, sentimentos e pensamentos. Mesmo sendo aquele passado entediante do século XIX, como a própria personagem descreve aquela época, a narrativa é empolgante; temos histórias e relatos que se remetem ao século VI.
Como há sempre uma troca de narrador, por causa do local e data, nos sentimos próximos a cada personagem apresentado. Tanto quanto aos protagonistas bonzinhos: Lanore Mcllvrae e Luke Findley; aos coadjuvantes como Jonathan, um antigo jovem fanfarrão que procura se redimir após alguns acontecimentos; ao misterioso e um anti-herói Adair.
O enredo do livro é sobre o amor, imortalidade e questões da vida no cotidiano. Tem momentos leves e cômicos, mostrando como era a vida nas fazendas do século XIX e como cada um decide levar o amor de sua vida – no caso de Lanore é o que a faz se mover; quanto momentos muito pesado, pois em certos momentos é recheado de violência física e psicológica; em certos momentos possui um clichê romântico que logo após se quebra e vai sofrendo diversas metamorfoses, para chegar numa encruzilhada que a personagem principal deva escolher seu caminho.
Em suma, o livro é de intensidades. É uma bela combinação de pecado, perversão e redenção ao perdão. Vidas que nem deveriam se cruzar ou se conhecer, é unido por sofrerem o mesmo mal, da mesma pessoa. Enquanto outras que sempre se cruzaram e estarem marcadas para se eternizarem.
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