Esdras 04/10/2016Ladrão de AlmasDurante mais um dos monótonos plantões no hospital em que trabalha, o Dr Luke está prestes a ter uma noite bem agitada e recebe então uma paciente algemada, com roupas sujas de sangue e aparentemente ferida. Mas só aparentemente. Isso não é misterioso? Em meio a troca de algumas palavras, ele descobre que ela se chama Lanny. E ai ela vai tentar convencê-lo a deixá-la fugir porque ela teve que matar alguém. Sim, E ele vai ajudar. Vai fugir com ela. Não vai hesitar muito em deixar os problemas pessoais que já tem para trás. E assim, num estalar de dedos essa mulher estranha vai se abrir com esse homem que ela nunca viu na vida. Essa conexão entre esses dois, para mim, foi forçada demais, não colou. Mas, enfim.
Eu tive uma variante de opiniões durante essa leitura. A trama principal, o presente, foi só aquilo, do começo ao fim. As extenções, que foram os capitulos em que a Lanny contou sua historia ao Luke, tiveram partes boas e ruins. A autora vai dar um pulinho no passado e dar uma volta imensa pra narrar desde o vilarejo em que Lanny morava ate o dia em que foi presa e levada ao hospital. Quase todos os meus primeiros contatos com os personagens foram meio frustrantes. Uns permaneceram assim até o fim. Luke é completamente sem sal. Lanny é uma protagonista praticamente sem potencial, sempre submissa a algum homem ou a alguma situação, com determinação quase zero. Isso foi muito chato de se ler.
Gostei do cenário da primeira parte da narrativa. Cidade pequena com todas aquelas tretas e aqueles personagens simples e caracteristicos. Mas ai me vem o Jonathan, o garanhão. E ai a Lanny se apaixona por ele mesmo quando tem inumeros exemplos, bem na sua cara, de que ele não vale nada e que jamais corresponderia tal paixão/amor. Pelamor! Como esperar que a personagem cresça? É engraçado o quanto ele é venerado por sua beleza singular e isso fica mais engraçado quando, mais pra frente, vamos descobrindo que, o destino que o espera é somente o de uma 'bela carcaça' que será usada.
A segunda parte melhorou bastante, com o surgimento do personagem Adair. Não vou defender nenhuma de suas praticas bizarras e doentias(muita coisa pareceu muito forçada). Apenas destacar que ele foi o melhor personagem, com uma personalidade mais forte e definida e porque ele tá mais pra vilão, né? E também porque aí que entrou a parte sobrenatural do livro, mesmo que numa dose bem pequena. Foi muito menos do que eu esperava. Nada muito trabalhado. Mas a gente sabe que vai achar algo se olhar por trás das cortinas. É a parte mais complexa da história e é a que menos dá pra comentar porque é a que explica muita questões que ficam pairando na história toda.
Bom, é nesse lenga lenga e nas delongas que a gente percebe que isso aqui, então, não se trata de nenhuma 'historia-de-amor-que-pode-durar-uma-eternidade'. È mais algo que soa como obssessão. Como se cada personagem tivesse a necessidade de se ligar a alguém por obrigação, como um contrato de sangue, ou simplesmente pra usar os artifícios 'magicos' que a autora quis colocar aqui.haha. E o amor, que por ventura, um ou outro venha a sentir vai se perdendo no tempo e nas decisões erradas e nas orgias...
Mas se teve uma coisa que eu gostei mesmo foi o final. Sim. Aquele 'cortar de laços'. Aquela sensação de tirar um fardo das costas dos personagens. Um fardo que, na minha cabeça, nunca teve uma razão ou um sentido maior. Então é isso.
Me sinto um pouco perdido ainda nessa avaliação. Sabe quando você gosta, mas fica tentando listar os defeitos?rs. Isso é estranho.
3,5 estrelas dá pro gasto.