Resenhas - O Castelo

Pudinnm 15/04/2024

O agrimensor, K., não chega no castelo, mas isso não é um spoiler é um fato que me trouxe raiva e aborrecimento com o desdém da história. Pode parecer triste e realmente é deprimente, perceber que o tão sonhado castelo foi transformado numa vida monótona e que o personagem sucumbiu a mediocridade? Mas alguns livros servem como chaves para o nosso próprio castelo. No final gostei do aborrecimento de acompanhar essa jornada

DemAtrios0 09/04/2024

O Castelo é um show de humor e nós somos a grande piada.
Ler "O Castelo" é como entrar num labirinto de palavras, cheio de enigmas e caminhos tortuosos, entrevemos os perigos da empreitada, porém persistimos. Chega o momento no qual percebemos que não é propriamente sobre encontrar a saída e zerar o game, é muito mais sobre sentir o gosto inebriante do absurdo, se deleitar com o humor travesso e irônico de Kakazin, em suma, se deixar levar pela experiência estética arrebatadora.

Quando nos damos conta, estamos gargalhando em nossa própria desorientação, experimentado essa aventura literária com o gozo de uma satisfação hilariante. Há um charme irresistível durante a leitura que paira como uma nuvem densa e soturna, mas que é sedutora e poderosa o suficiente para fazer a jornada valer a pena.

Atentem-se! Orações subordinadas se amontoam em parágrafos intermináveis numa linguagem objetivamente dura, oportunamente confusa, intencionalmente fria, e assustadoramente protocolar. Pesquisem, se puder, o significado do nome das personagens. Leiam em seu próprio tempo e tenha em mente que às vezes é confuso, ininteligível e exaustivo mesmo.

A famigerada burocracia existe na obra, mas tão somente mais uma das infinitas camadas, um meio de exprimir o espanto, o desespero e a angústia de estar em um mundo que engole seus sonhos, rouba seus afetos, e enterra a cada dia a esperança de uma redenção. A vida nos humilha sempre que pode, a arte nos salva sempre que deve. Um salve para Kafka, um salve a todos nós, reles mortais, que assim como K, buscamos respostas num mundo que deseja adestrar nossas almas.

Cá 07/04/2024

Não é à toa que a Literatura de Kafka é considerada Ficção Absurdista, sem uma leitura atenta é fácil se perder.
K. é um agrimensor que foi contratado para prestar serviços num determinado vilarejo, porém não consegue desempenhar sua função e nem entender o que realmente tem que fazer lá porque seu acesso ao Castelo é bloqueado por todos, parece um complô.
Além de um “romance” repentino com uma moradora e do relacionamento com uma família excluída peça sociedade local, ele passa o livro nessa busca por respostas.

Flavia 08/03/2024

?
Não gostei de ler.
Sei que uma das características do Kafka é falar da burocracia da vida, mas o livro é chato demais.
Logos diálogos que não acrescentam nada, uma história de quase 400 páginas em que nada aconteceu ?
Quase parei no meio e , com certeza, não leria ou recomendaria

Natali.sophie 21/02/2024

Eu amo esse livro, geralmente eu odeio livros parados , mas esse eh diferente, tem uma escrita que te prende as 500 paginas passaram depressa e mesmo q o livro não tenha um final eu amo ele

Parkinho 19/02/2024

Vale a leitura. Embora Cansativo.
?Certamente sou ignorante, a verdade permanece de qualquer forma e isso é muito triste para mim, mas existe também a vantagem de que o ignorante ousa mais e por esse motivo quero com prazer, carregar mais um pouco a ignorância e suas más consequências ? enquanto as energias para tanto forem suficientes.?

Kafka é genial e aborda as coisas numa maestria excepcionalmente intrigante. Te prende, te convence, mas infelizmente o livro nao tem fim (o que eu achei perfeito pra narrativa).

K. procura entender o Castelo. Ao contrário da maioria dos aldeões que aceitam o Castelo como ele é, sem se preocupar muito em entendê-lo.
Ele se dispõe em uma busca incessante por algo que ele não tem acesso. Se prender as

burocracias e desvendar aquilo que é praticamente inalcançável; te coloca em um labirinto sem fim e cansativo. Da mesma forma que K. se encontrou perdido e desorientado, nesse lugar de confusão e inconformidade com sua realidade, assim ficamos juntamente com ele nessa leitura maçante. É de fato uma experiência literária.

Para K., o único consolo é seguir o caminho mapeando as ignorâncias.

É um livro cansativo que vale a leitura e dependendo do momento de vida que voce se encontra, sua interpretação pode ser diferente. A moral se molda de acordo com a cosmovisão do leitor.

Leandro.Argentini 17/02/2024

Apesar do enredo ser muito bom, eu não consegui me prender tanto à leitura. Achei K. chato e importuno demais. Raras vezes antipatizei com um personagem principal.

Lisboa Richthofen 11/02/2024

Kafka foi um exímio leitor da sociedade.
O ponto central da obra kafkiana é a impotência do indivíduo; seja ela em relação às arbitrariedades da lei, à burocracia estatal ou aos relacionamentos familiares -- O Processo, O Castelo e A Metamorfose/Carta ao Pai, respectivamente. O Processo e O Castelo, por exemplo, seguem esse conceito de forma bastante similar. São obras análogas, que se desenvolvem por vias diferentes.
Os protagonistas -- K. e K. -- partilham de uma mesma mazela, mas enquanto Josef K. busca reivindicar seus direitos de uma forma mais passiva, o agrimensor K. subverte o conceito dos habitantes da aldeia muito mais ativamente, recusando permanecer alheio às decisões absurdas do castelo e as confrontando já nas primeiras páginas. Entretanto, o que ambos os personagens mais têm em comum é, sem dúvidas, o fato de que esse brio que demonstram vai se extinguindo ao decorrer da narrativa; Josef. K se deixando engolir pelo processo, e K. se deixando engolir pelo castelo.

De acordo com Max Brodd, o final d'O Castelo guardava um destino irônico para K., que receberia um retorno a respeito de suas investidas somente em seu leito de morte. E assim como em O Processo, esse K. jamais pôde vencer a burocracia exercida pelos poderes maiores.


O livro é sem dúvidas uma experiência que só o Kafka poderia prover. É arrastado tal qual O Processo, é quebrado e as vezes pouco coeso, mas é a suma daquilo que ele buscou transmitir em sua obra. O Castelo é estridentemente Kafkiano.

Meu top fica assim:
1. A Metamorse
2. O Processo
3. O Castelo

Ricardo 04/02/2024

O Castelo", obra-prima de Franz Kafka, desafia o leitor com longos parágrafos e diálogos intricados.
A narrativa é um verdadeiro labirinto, onde me vi percorrendo corredores que pareciam não levar a lugar algum. A dificuldade de leitura, entretanto, revela a genialidade do autor em transmitir a sensação de alienação e burocracia surreal.
Posso dizer que foi uma experiência literária intrigante, mas que exige paciência para desvendar seus mistérios, se fosse pra recomeçar, não sei se o faria.

Marcos774 01/02/2024

Uma experiência kafkiana
Esse livro é uma agonia do começo ao fim. É denso, com diálogos que muitas vezes parecem monólogos, e as decorrências na história muitas vezes beiram ao ridículo. Contudo, é interessantíssimo ver como foi proposital do autor.

A princípio, a chegada desse livro nas mãos dos leitores já é de muita sorte, visto que Kafka, em leito de morte, havia mandado Max Brod - um fiel amigo - queimar diversos de seus textos, inclusive os escritos de O Castelo. Ainda assim, não pode-se dizer que não houve perdas, já que o livro acaba sem explicações, em um diálogo incompleto.

O Castelo é, assim, a experiência completa de uma situação kafkiana - sim, esse termo existe -, que designa a tentativa humana de justificar a sua própria existência, em uma busca incessante por significado. Mas e se essa busca por significado se desse justamente em mundo que não lhe pertence? É justamente o que ocorre com K., o protagonista alucinado do enredo.

De uma aldeia distante, K. chega em um vilarejo para ser contratado como um "agrimensor" - profissional que gerencia espaços geográficos -, mas, para sua surpresa, a sua chamada foi um engano, o "Castelo" não precisa de seus serviços e, principalmente, ele não é desejado lá. Para corrigir tal problema, K. precisaria contatar um conde, Klamm, que lhe é desconhecido e, ao que nos parece até o final da história, ninguém nunca realmente o viu ou sabe se existe.

O desenvolvimento da história é monótono, e mal distingue-se a situação inicial de K. com a sua "final", mas a sensação de desespero que Kafka queria transmitir foi feita com excelente sucesso - o aparelho burocrático e os personagens sem vida fazem parecer que aquele local é, na verdade, toda uma peça teatral sem sentido, que só serve para atormentar a vida do protagonista e a do leitor.

Se porventura Kafka tivesse justificado a obra apenas como um subproduto da imaginação de K., ou um sonho mesmo, eu facilmente aceitaria.

Leg.day.enthusiast 20/01/2024

O castelo (omitido pelo medo)
Simplesmente achei incrível a maneira que o personagem K. é largado na aldeia como nós somos largados na vida adulta e procuramos sentido como ele procurou e não encontrou vivemos amores platônicos ou românticos tbm nos decepcionamos e tudo isso pode acabar em uma frase solta (se é que me entende)

Celso Filho 17/01/2024

“Existe esperança, esperança infinita – mas não para nós”
“O Castelo” (1926), livro publicado postumamente, é uma narrativa sem força motriz. Essa “não trama” nos apresenta K., um agrimensor convocado para trabalhar em um aldeia com um castelo, cujas funções nunca vai chegar a realizar. Mais que tudo que o autor escreveu, essa obra leva as últimas consequências a sensação de impotência frente ao mundo. A forma aberta que história é apresentada faz com que possa ser tudo, inclusive nada, como uma célula pluripotetente cuja diferenciação celular nunca chegaremos a ver. Marco de um clássico, de fato.

Se existe a verdade sobre o castelo, que para mim se homogeniza com a famosa busca da "Verdade" (seja ela alétheia, veritas ou emunah), ela é inalcançável para nós. Para Borges, a verdade pura e simples é que Kafka não finalizou suas obras por serem intermináveis. Não existe solução para os dilemas. Não me deixa satisfeito. Mas Ela não existe em nossa função.

Afinal, K. somos nós. E o pior? Não vamos chegar nesse tal castelo por escolha. Já estamos nele.

Rafael.Nagao 07/01/2024

O maior livro do Kafka que eu li, mas não o melhor?
Nesse livro temos um protagonista denominado K. que possui um convite de se tornar um agrimensor numa vila que possui um Castelo, porém por diversas burocracias e pessoas que parecem desgostosas com sua presença ele não consegue falar com a autoridade Klam e efetivar seu papel.
As vezes ficamos tão perdidos que nem o personagem e no final não temos todas as respostas.
Gostei do livro, mas seu ar confuso e até prolixo me cansou um pouco durante a leitura.

Recomendo para aqueles que gostam das obras do autor.

arslais 05/01/2024

Ler Kafka é como assistir um filme de terror! Uma das histórias mais loucas que já li. O protagonista é convocado pelo castelo pra ser agrimensor. No entanto, não exerce a profissão em nenhum momento do livro? Acho importante falar que é um livro incompleto. Ele termina no meio de uma frase.

Mateus 31/12/2023

Uma das obras que atesta o tamanho de Kafka
Um drama intrincado de um agrimensor num novo local, com um castelo inacessível e com personagens mais misteriosos ainda.

Vemos nosso protagonista numa busca para ascender ao castelo que só o afunda cada vez mais e quando temos uma provável oportunidade de o personagem ascender o livro infelizmente é interrompido.

Ficarei com várias dúvidas por muito tempo e até o motivo que o castelo importa tanto.