A Bandeira Vermelha

A Bandeira Vermelha David Priestland




Resenhas - A bandeira Vermelha


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Ricardo Silas 09/06/2014

A Bandeira Vermelha:
Considero a leitura deste livro um importante avanço para o aprendizado detalhado acerca da complexa e extensa história do comunismo. O autor consegue esmiuçar todo o contexto, saltando de um evento histórico a outro, com ligeiras retrospectivas em alguns capítulos posteriores, para situar o leitor durante o processo que esteja em análise.

Acontece, entretanto, que a divisão dos tópicos de cada capítulo do livro são divididos de maneira bastante confusa. Tenho certeza que seria melhor se os sub-capítulos fossem intitulados, em vez de apenas terem a separação em algarismos romanos, sem títulos mais específicos. Isso, ao meu ver, dificulta a localização de páginas para consequentes consultas. Não obstante isso, devo dizer que, embora a história seja longo, ela está acessível a todos que desejem adquirir este livro.

Há algumas sugestões válidas que eu posso dar aos leitores, para que estes tenham um aproveitamento mais opulento extraído do livro.
Para começar, o autor enceta a história trazendo os ápices que marcaram a Revolução Francesa e o século XIX, período no qual Karl Marx erigiu seu intenso legado ideológico. Logo, isto implica em conhecimentos prévios em grau superior ao ensino fundamental, ou médio. Não é exagero da minha parte. Associar a incipiência dos traços rústicos que serviram de base para elucubrações de pensadores da época, pode gerar um pouco de confusão se não houver um preparo prévio consideravelmente bem situados.

Um aspecto positivo que identifiquei no transcorrer da leitura, foi as alusões do autor a obras que, imanentes à sua respectiva geração, sem violar a cronologia história, serviram de alegorias aos integrantes de vários países europeus. Encontraremos algumas menções à Vladmir Nabokóv, Orwell, Delacroix, Picasso, e outros que soaram desconhecidos a mim. Em minha sincera opinião, isso algumas vezes rompe com a monotonia com q o leitor sucede ao longo das páginas.

Partindo para a carga histórica do livro, a Revolução Russa de 1917, tanto quanto o início e declínio governo czarista de Nicolau II, rechaçado pelos revolucionários bolcheviques, recebe um destaque elevado durante os estudos. Entender o marxismo-leninismo, bem como o trotskismo é essencial para dar contraste às nuances do governo de Josef Stálin, a partir de 1928, pois essas vertentes implicam num crasso desvinculamento ideológico entre o autoritarismo/totalitarismo e paternalismo de Stálin ante o marxismo científico (Lenin foi o embrião que forneceu substrato ao regime stalinista). Além disso, as dissidências de Stálin e Trótsky são historicamente relevantes para justificar o assassinato praticado pela polícia secreta, a mando do "czar vermelho", contra Trotsky em 1940, quando este se encontrava refugiado no México.

Gradativamente, seguindo à risca a cronologia de cada fase histórica atravessada pelos regimes comunistas, o autor exibe a construção dos países que aderiram o modelo político da URSS pós-revolução russa, com enfoque mais abrangente voltado fixado na China, de Mao, Cuba suas nuances com a URSS e emancipação dos EUA, e inclusive o governo de Raegan e os interesses político-econômicos do mesmo, na intensa querela com Mikail Gorbachev, sucessor de Nikita Kruschev, líderes soviéticos e herdeiros do regime stalinista aterrador.

Apreendi muito bem boa safra de conhecimento graças a este livro. Pude fazer algumas pausas para empreender pesquisas que facilitassem a minha receptação às informações, e encerrei a leitura satisfeito, embora algumas elementos tenham sido deixados para trás. Afinal, seria extremamente difícil captar tanta coisa em uma única leitura.

Espero que vocês apreciem o livro e mergulhem neste arsenal histórico enriquecedor. Deixo a todos a minha recomendação.
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