Queria Estar Lendo 17/01/2015
Resenha: Feita de Fumaça e Osso
Já faz tanto tempo que eu li esse livro que fica até difícil falar a respeito, mas peguei ele em mãos para relembrar um pouco da história e já comecei a chorar arco-íris. Porque se tem um livro que me conquistou logo na primeira página da história, onde não havia nem história, só um trecho com 'era uma vez', foi Feita de Fumaça e Osso.
"Era uma vez, um anjo e um demônio que se apaixonaram... A história não acabou nada bem."
Comprei esse livro lá em 2012. Admito que o motivo principal da compra foi a capa, porque quem olha pra essa capa maravilhosa e não tem vontade de descobrir do que se trata a história? Pois é. SANTA COMPRA A MINHA, BATMAN!
Não, eu não vou tentar resumir a história. Eu quero falar sobre a escrita da Laini, sobre como ela delineia a personalidade dos personagens de tal maneira que você se sente próximo dele, quero falar sobre como a Karou é uma das minhas protagonistas favoritas de todos os tempos e como o Akiva é um amado sofredor e como eu amo a Zuzana e o namorado dela e ASBFASBIASBGUASOBASUOB tô calma.
"Você já se perguntou alguma vez se os monstros fazem as guerras ou se as guerras é que fazem os monstros?"
O mundo das quimeras e dos anjos criado pela Laini é rico em detalhes, em história e quase em veracidade, porque depois de ler eu realmente comecei a acreditar que havia algum cara com cabeça de carneiro vendendo desejos numa loja perdida por ai. E o nome desse mercador é Brimstone e ele é um queridíssimo, assim como a Issa, a quimera meio humana meio cobra, que ajudou Brimstone a criar Karou. O porque da Karou, uma humana bastante comum (com exceção dos cabelos azuis que desejou com um dos ossos dados por Brims), ter sido criada por eles, no entanto, você precisa ler para descobrir.
Do lado oposto às quimeras, conhecemos os anjos. Eles são guerreiros frios, imbatíveis, nascidos e criados para o combate. Akiva é um dos membros do exército serafim, composto por filhos e filhas ilegítimos do Imperador. É famoso por ser o "Beast's Bane" (de repente me esqueci como ficou na tradução, sóri), conhecido pelo grande número de quimeras que já exterminou. As duas raças estão em constante guerra, e aquela queridíssima quote ali de cinema, sobre um anjo e um demônio que se apaixonaram, diz respeito a ela.
"Era uma vez um anjo que, caído, morria no nevoeiro. E um demônio se ajoelhou ao lado dele e sorriu."
Toda a relação entre os personagens é trabalhada magnificamente. O jeito como a Laini entrelaça as ligações, os detalhes, as amizades e os convívios familiares, é tudo tão lindo! A Karou e as quimeras, sua família, a convivência dela com a Zuzana, sua melhor amiga humana - bônus pra cena em que a Karou reencontra o ex-namorado dela numa das aulas de pintura, logo no começo do livro, e faz uma pegadinha pra se vingar dele. KAROU MY HERO!
A Karou e toda a sua pose sarcástica, sua atitude, sua incrível habilidade de enfrentar tudo que precisa por aqueles que ama, fazer todo o necessário para ajudar aqueles que precisam. Eu amo TANTO ela, gente! E o fato de ela ter cabelo azul é só um super bônus pra ganhar mais amor.
"Ela foi inocente um dia, uma garotinha no covil de um demônio brincando com penas espalhadas pelo chão. Mas a inocência acabou, e ela não sabia o que fazer. Esta era sua vida: magia e vergonha e segredos e dentes e um vazio profundo e perturbador, onde alguma coisa certamente estava faltando."
O Akiva, por outro lado, é todo contido, sério e um pouco rabugento. Uma vez que você conheça os anjos e, consequentemente, o passado do Akiva, no entanto, todos os trejeitos dele fazem sentido. MY POOR BABY SOFREDOR, VEM AQUI, LET ME LOVE YA!
"Aleph era a primeira letra de um alfabeto ancestral humano, e a primeira letra da palavra hebraica verdade, era o começo. Enquanto observava Karou se levantar, radiante com sua cascata de cabelo lápis-lazuli, um vestido cor de tangerina, um colar de contas prateadas no pescoço e um olhar de alegria e alívio e... amor... em seu lindo rosto, Akiva sabia que ela era seu aleph, sua verdade e seu começo. Sua alma."
E o romance entre ele e a Karou! Entre trancos e barrancos os dois vão se aproximando, numa relação bastante inusitada - porque né, a humana criada por quimeras amando o anjo que é inimigo da sua família? Clichê que deu MUITO certo por causa de um detalhe bastante spoiler para quem não leu. Só digo uma coisa: Madrigal. Guarde este nome E AME ESTE NOME!
“Desejos são falsos. Esperança é verdadeira. A esperança faz a sua própria magia."
Por fim, mas não menos importante, leia esse livro pela escrita da Laini. Pela maneira poética e única com que ela encanta você ao contar essa história. Eu nunca, repito, NUNCA tinha lido uma narrativa tão linda quanto a dessa mulher. Amo Tahereh Mafi, amo Rainbow Rowell, amo Leigh Bardugo, mas se me pedir para escolher uma autora para ler pelo resto da vida, eu vou gritar Laini Taylor pra sempre!
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