Oliveira 24/07/2014
Blog | Literatura: Um Mundo Para Poucos
A resenha ficou enorme, pois fui bem sincera e ainda estou confusa sobre o livro. Por isso dispus a minha reflexão em tópicos.
O trabalho da Editora Intrínseca foi ótimo como sempre, houve apenas alguns pequenos e ligeiros problemas de concordância e excesso de palavras em alguns momentos, nada muito grave que prejudicasse a leitura em qualquer momento.
Agora, não sei se o problema foi do tradutor ou da autora, porém a narrativa não foi grande coisa. Ela me prendeu nos cinco primeiros capítulos, depois ficou vazia e sem sentimento. Quase como se todos os personagens fossem recipientes e não seres vivos. E olhem que a autora até que sabe narrar uma cena sentimental. O problema real foi à escolha de palavras.
Sabe, eu penso que quando se tem uma ideia original, você tem o direito de explorá-la como quiser. Só que Laini Taylor pareceu, ao menos para mim, abusar um pouco nesse ponto. A ideia foi tão nova aos meus olhos, que fiquei confusa sessenta e cindo por cento do livro.
Com isso, menciono a falta de organização com que a autora dispôs a história. Normalmente, quando se é outro mundo ou universo, os escritores sempre criam um prólogo, contando a história de como aquele universo alternativo foi criado ou coisa parecida. Porém, Taylor nem chega perto. As lendas do mundo de Eretz, o paralelo em questão, cujo nome só sabemos no meio do livro, se minha memória não me falha. E quando se trata da troca de personagens, houve deslizes, e digo isso porque em alguns momentos, a autora ou editora usa isso (***) para dividir Akiva e Karou, e em outros momentos, simplesmente faz a transmissão de pensamentos, o que quebra o "encanto" que eu custava tanto para criar.
No quesito personagem, como já mencionei acima, gostei realmente de Karou no começo, porém depois de certos acontecimentos. Tanto é que depois que a autora usa a criatividade e algo acontece com ela, sendo substituída por Madrigal como personagem principal, (Akiva é sempre o coadjuvante), ela se torna esquecível, em vista que só me lembrei dela quando Madrigal diz em dado momento: "Eu queria ter o cabelo azul...", ai pensei, "A Karou tem cabelo azul..." igual uma pateta lembrando que ela existia.
E Akiva. OH MEU DEUS!!! Alguém tem que fazer algo em relação a ele. Fiquei confusa com sua personalidade e as descrições que são feitas dele. Forte guerreiro. Ahã tá. Foi derrotado facilmente. Sabe controlar as emoções. Bebê chorão impulsivo. Sinceramente, não houve progresso, e se houvesse eu com certeza notaria já que a autora nos fornece uma perspectiva de Akiva em diferentes épocas. Para mim ele tem três estágios de emoções: Raiva, amor e frustração. Ponto.
Foi em grande parte frustrante, e demorei um bocado para terminar o livro, por adiar o dia em que ia ter de parar e escrever desse jeito. Por muito pouco não dou um dois como julgamento, porém considerei e digo uma coisa.
Se você está cheio daqueles clichês, leia o livro e esvazie a cabeça. Esqueça o mundo. Dessa maneira você vai gostar. De outra forma, nem olhe duas vezes.