Resenhas - Os Noivos

Pereira 23/10/2022

Repetições Históricas Inerentes à Natureza Humana
O lobo muda o pelo, mas não o vício. É impressionante a capacidade da humanidade em repetir ações e pensamentos ao longo da vasta história do mundo. Dois casos emblemáticos, percebidos na leitura desse maravilhoso livro, são o modo como a Peste Negra foi tratada e o costume de abusar do poder por parte de alguns governantes.
Valendo-se do medo e do desespero da população que estava sendo assolada por uma doença cruel, rápida e mortal, todos foram colocados no mesmo balaio e, o simples desconfiar de uma pessoa com sintomas, já era motivo de jogá-la dentro de leprosário (vide o merecido acontecido com dom Rodrigo que, traído por capanga de confiança, foi retirado do seu leito e lançado, contra sua vontade, dentro de uma casa de quarentena. Uma forma um pouco menos cruel que o tratamento dado à COVID. Pois a maioria dos governantes teve a “brilhante” ideia de trancafiar sadios, doentes e suspeitos.
É lógico e patente que todas essas medidas tomadas por aspirantes a ditadores foram motivadas pela imensa vontade de provar para todo mundo que o verdadeiro poder não emana do povo. Isso é uma balela escrita em um livro que os mesmos políticos usam, mas não respeitam. Na verdade, todo poder oprime o povo e contra ele sempre será duramente utilizado. Nem sempre estão de acordo os lábios e o coração. Assim como fez o personagem dom Rodrigo durante a trama brilhantemente construída.
Portanto, quando dom Rodrigo quis se apoderar de Lucia que já estava prometida a Renzo (ambos meros camponeses), ele usou de todo seu poder para intimidar e impedir que o casamento acontecesse. Por simples capricho. Porque ele pode. Pelo mesmo motivo, age livre e descaradamente, o senhor Alexandre de Moraes (vulgo cabeça-de-🤬 #$%!& ) censurando, desmonetizando ou prendendo que ousa exercer seu direito de liberdade de expressão.
Quem fiscaliza o fiscal? Quem pode mais que o homem que se acha o todo-poderoso? A quem recorrer quando o judiciário não respeita mais as leis que ele jura defender e respeitar? Quem julga o julgador? Infelizmente essas perguntas não retóricas.

Sobrinho 02/09/2018

Reler clássicos é um prazer incomparável. Há tempos que eu queria fazer esse exercício com esse livro, foi gratificante.

Marcos Renan 24/04/2016

Leitura obrigatória.
A ideologia do romance é representada pela atitude da classe dominante contra o povo e do papel atribuído ao próprio povo. Os personagens dos povos são os humildes, que são descritos de acordo com uma configuração Católica clara: eles são portadores de uma série de valores como o trabalho duro, a honestidade, altruísmo, pureza moral e, principalmente, da fé cristã. Estes números contrastam com os corruptos poderosos e arrogantes presentes na trama.

A história contada por Alessandro Manzoni se passa na Lombardia entre 1628 e 1630, durante o domínio espanhol e durante uma das epidemias da peste negra. Os protagonistas são Renzo e Lúcia Tramaglino, dois jovens humildes que são impedidos de se casarem por um nobre rico, Dom Rodrigo, que faz uma aposta com seu primo de ter Lúcia como sua mulher.

Manzoni está convencido da incapacidade da massa para criar por seus próprios esforços um sistema social que garanta o bem-estar e justiça e explora muito bem esse tema em Renzo.

Renzo, para evitar atos de violência e rebeldia frente às diversas dificuldades, requer a presença de uma orientação iluminada da qual o Cardeal Federigo, um frade capuchinho, é o exemplo mais notável. A história daquele personagem é a história da educação de um plebeu. No início, Renzo acredita que os pobres não devem renunciar em face da opressão, mas a experiência o leva a desistir de qualquer ambição de ação e confiar-se totalmente à vontade divina.

"I promessi sposi" (A esposa prometida), Lúcia, inocente, cristã fervorosa e trabalhadora, abomina a violência e espera humildemente a ajuda do Senhor que desempenha, ao longo do romance, ação corretiva nas imperfeições de Renzo e de outros personagens.

O livro não trata da redenção dostoievskiana, na qual se dirige para o homem subterrâneo revolvido nos abismos profundos do seu espírito, onde Cristo sempre está presente, mesmo quando nem seu nome nem sua idéia são pressentidos, passando do pecado para a salvação; mas sim de homens que, habitando em um mundo com Deus, chegam à salvação pela fé.

Belmunitor 06/06/2024

Incrível
É uma leitura emocionante, cheia de histórias religiosas incríveis, com muitos fatos reais mesclados com a ficção, muito romance e muito drama. Simplesmente sensacional, conseguiu arrancar muitas lágrimas minhas.