Lorenna 30/05/2016Não é grandes coisas... Foi um pouco frustrante. Vi muitas resenhas positivas, como sempre foi por causa disso. E o burburinho em torno do filme O Silêncio dos Inocentes também é muito grande e todos falam bem. Descobri então que se tratava de uma trilogia (e também tem um quarto livro, que saiu depois) e lá foi eu, começar do início.
A primeira decepção foi a edição que li. Li no Kindle, não tem a informação da editora. Mas os erros de tradução e revisão são horríveis (É essa da capa do Skoob). Certas frases simplesmente não fazem sentidos e alguma são tão grotescas que parecem se tratar de Google tradutor mesmo. Mas, ok, a gente releva. Só que, para mim, já muda muito a experiência, eu fico irritada lendo coisas erradas.
Partindo para a história, e agora com >SPOILER<
Will Graham é apresentado logo nas primeiras páginas como um detetive especial, com um talento e percepção acima de qualquer um dos milhares de detetives do FBI. Tá, mas qual talento? Porque, sinceramente, pra mim ele só fez figuração e, ainda por cima, cometeu o maior erro em pedir ajuda a Hannibal. Nas últimas páginas é que ele descobre como o psicopata agia, e já estava na hora de descobrir por que o livro estava acabando. E a meu ver o modo como agiu podia ter sido feito por qualquer um dos agentes que ali se encontravam, como o Crawford, por exemplo. Ele apenas seguiu as pistas de rotina e cumpriu o protocolo. Nenhum ponto para Graham, sinto muito.
O psicopata Hannibal Lecter, aclamadíssimo e comentadíssimo também é figurante nesse. Mas que bom que não foi o próprio que cometeu o erro, e sim os agentes. Eu tenho para mim que ele foi incluído ali para dar uma dica do que teríamos no próximo livro, uma introdução do personagem. E ele sim colocou medo. O agente "brilhante" Will Graham foi pedir a ajuda dele (só apareceu duas ou três vezes no consultório) e tudo que conseguiu foi que ele liberasse o seu endereço para OUTRO psicopata! Brilhante... Tive a impressão que ele apareceu para fazer as coisas desandarem e o autor tentou fazer um policial trabalhar junto com um assassino mas não funcionou da forma esperada. Hannibal na verdade não ajudou nem atrapalhou, só fez o que é da natureza dele e porque obteve uma ajuda que nem se tivesse pedido teria sido tão fácil.
Os personagens são "sem rosto". São muitos. E de nenhum eu consigo me lembrar o nome. Sei que eram de vários departamentos e que ajudaram em várias partes da solução do caso mas são poucos desenvolvidos.
O psicopata em questão: ele é bom. Mas no final começa a "bagunçar" tudo. Ele que era tão metódico e não deixava para trás sequer um fio de cabelo nas últimas páginas (corridas, por sinal), começa a deixar corpos, impressões digitais e PASMEM, até objetos pessoais. No decorrer da história ele não dá qualquer sinal de esquizofrenia, demonstrava até ser muito equilibrado e quando vai terminando ele se mostra totalmente desiquilibrado e assim, até eu conseguiria seguir a pistas e pegar quem fosse.
Agora os pontos fortes. Sim, tem.
O plot twist é bem instigante. Confesso que ele chegou num momento que eu já estava querendo dar duas estrelas porque pensei que não poderia acabar daquela forma e ja nem esperava mais nada de tão decepcionada, então teve lá seu "charme", veio no momento certo.
Molly é uma sobrevivente de Lecter e achei interessantíssimo mostrar como a é vida de alguém que sobrevive a um psicopata canibal. Poderia ter entrado mais no lado psicológico dela e como se sentia, como vivia, como dormia, etc.
E se juntar tudo o livro é bem pensado, só não funcionou direito. Estou com esperanças de que seja só um rascunho de toda a trilogia mas, definitivamente, com um pé atrás para começar O Silêncio dos Inocentes.