* 08/08/2013Hilario! Você tem senso de humor? Esta precisando rir tanto até sua barriga começar a doer e você acabar babando porque não consegue fechar a boca e respirar ao mesmo tempo? Então "A espetacular vida da morte" é o livro certo para você. Totalmente despretensioso e escarchado ele veio com a finalidade de fazer o leitor rolar no chão de tanto rir. Enquanto eu lia não conseguia parar de pensar nos filmes "Loucademia de policia", "Pantera cor de rosa" e "Todo mundo em pânico", embora o livro seja bem melhor que os filmes. Eu tenho um sério problema com a série do "Todo mundo em Pânico" , pode até ser engraçado, mas não é o tipo de humor que me agrade então eu tenho certa aversão dos filmes, apenas quis fazer uma comparação para que você entenda o tipo de humor que irá encontrar na obra de MJ Macedo. Uma palhaçada total!
A "morte" é um tema polêmico entre os vivos. Nós sabemos que um dia ela vai chegar, alguns aceitam numa boa, outros morrem de medo, mas a maioria apenas resolve não pensar nisso até estar frente a frente com ela, que sempre foi retratada como uma entidade poderosa e inexorável. Sendo assim havia um leque muito grande para que o autor MJ Macedo trabalhasse sua temática, em vez disso ele fez piada. Não espere deste livro uma lição de vida, uma moral ou pensamentos filosóficos sobre a vida e a morte, espere piadas sujas, situações cômicas que beira o ridículo, fatos inacreditáveis e uma morte que as vezes usa patins cor de rosa para trabalhar. Um livro completamente inusitado e extremamente non-sense.
Horácio era um famoso jornalista da revista "Nua e crua", até publicar uma matéria onde a filha de seu editor esta praticamente nua em uma festinha particular setada no colo de alguém. Se fosse apenas isso talvez o editor o tivesse perdoado, mas na minha opinião, sua demissão teve outros motivos, como ter explodido o carro dele três vezes, o jogado de um penhasco, ter dormido com sua mulher em uma festa em sua casa e ter acabado com seu encanamento tudo ao mesmo tempo e em questão de cinco minutos, fora os outros muitos "acidentes" ao decorrer dos anos. O que é mais incrível é que Horácio não sabia de nada disso, tudo aconteceu de forma extremamente inocente. Pqp eu não queria, DE VERDADE ser esse editor. O cara apanha, sofre, é queimado, socado, empurrado escada abaixo o livro inteiro. Situações cômicas que beiram o ridículo, e é isso que as torna tão engraçadas.
Enfim, Horácio foi demitido e acabou vendendo cachorro quente em um carro com orelhas para ganhar a vida e foi assim que ele conheceu sua chance de voltar a ser um grande jornalista. Durante um grave acidente ele acaba por conhecer a Morte. Isso, ela mesma, de manto negro com capuz e foice. Que acaba por pedir um dogão duplo com cheddar e molho especial. Pouco depois de parar de tremer feito menininha ele recebe um convite da dita cuja, enquanto esta limpa a boca com o guardanapo: Uma oferta para ser seu biografo. Ou seja, escrever a biografia da Morte.
A Srta. Morte o recebe em uma luxuosa casa, que obviamente não é dela, que reclama do baixo salário e condições precárias de trabalho sempre que pode, mas sim de um trabalhinho que ela fez pela manha, que esta esturricado e duro em sua cama no andar de cima. Embora a situação pareça estranha MJ Macedo escreve com uma fluidez incriável, que faz com que o leitor esqueça que são situações impossíveis e comece a imaginar as cenas retratadas. Então a morte começa a contar histórias da sua vida. Nada de como nasceu ou se foi uma mortezinha feliz na infância, apenas histórias como as que contamos aos amigos em um churrasco, na verdade ela nos conta todas as trapalhadas que fez em vários de seus trabalhos.
A trama é realmente inovadora, juro, eu nunca havia rido tanto com um livro. Até aqui ficou bem esclarecido o quanto eu recomendo que vocês conheçam a vida da morte, certo? A leitura é rápida e extremamente fluida. Mas a blogueira adverte: Não leia este livro no ônibus, nem no metro, ou melhor, não leia em locais públicos, muito menos enquanto toma refrigerante. Experiência própria. Do dava eu rindo feito uma hiena em pleno metrozão lotado espirrando refrigerante pelo nariz de tanto dar risada. A narrativa acontece em primeira pessoa. Horácio é o narrado sempre que esta presente. Mas a cada capítulo temos uma nova aventura da morte, durante as aventuras a narrado é a própria. Vocês não podem perder a dos patins cor-de-rosa, foi a que mais gostei. Vale muito a pena.
Quanto os personagens não tem como classifica-los de forma séria, afinal nada neste livro é de fato sério. Horácio tem o dom de estragar, acabar, detonar, quebrar, matar tudo que toca. A arara roxa, que na verdade é um gnomo que trabalha como estagiário da morte é uma gracinha. Dei muita risada com as fadinhas guerrilheiras que não podem ver uma metralhadora e quanto a morte, bom tenho muito mais medo dela agora do que tinha antes. Nunca se sabe quando ela poderá vir atrás de mim com seus patins cor-de-rosa.
Não se preocupem de ser uma história sem pé e nem cabeça. Ela tem um começo, meio e fim. A morte quer apenas sua biografia pronta e Horácio quer voltar a ser jornalista e aposentar o salsichão (seu carro fabricado para a venda de cachorro quente). Mas no meio de tudo isso há apenas confusão e muitas risadas!
Bom já sabem, precisando: disque #f para fadinha e #g para o gorila!