A alma encantadora das ruas

A alma encantadora das ruas João do Rio




Resenhas - A Alma Encantadora das Ruas


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Mr. Jonas 03/02/2018

A Alma Encantadora das Ruas
No início do século XX, o Rio de Janeiro pretendia respirar modernidade. Grandes transformações urbanas aconteciam na cidade na época e foram registradas por seu maior cronista: João do Rio, pseudônimo do jornalista Paulo Barreto.
A Alma Encantadora das Ruas é seu terceiro livro e seguramente o mais importante. Aqui, o autor faz um inventário único sobre o que se vê nas ruas da cidade. Vemos o Rio de Janeiro daquela época pelos olhos sensíveis de um observador capaz de perceber as contradições da modernidade, presentes principalmente na diversidade de tipos humanos e na desigualdade social.
A obra é dividida em cinco partes, sendo que a primeira e a última são conferências proferidas em 1905. As demais partes se desdobram em vários textos. “A rua” detalha o espaço público ocupado por diferentes tipos de pessoas; “O que se vê nas ruas” é uma descrição minuciosa e fascinante de várias profissões que ocupam as ruas e também de festas populares;“Três aspectos da miséria” descreve as terríveis condições de vida dos operários e a mendicância, inclusive infantil; “Onde às vezes termina a rua” contém relatos dos presos da Casa de Detenção e, por fim; “A musa das Ruas”, uma espécie de celebração da pujança das ruas, com sua fascinante diversidade.
O texto impressiona pela sua unidade, pois é uma reunião de várias reportagens, crônicas e duas conferências, que, no entanto, formam uma unidade coerente, um panorama sem retoques do Rio de Janeiro da época.
França 17/11/2018minha estante
Ótima resenha! Organiza mais a leitura




Ana Paula Paim 02/02/2018

Os anos iniciais do século XX na então capital da República do Brasil registram momentos de grande efervescência, marcados por profundas mudanças no cenário político, social e econômico da cidade do Rio de Janeiro. É neste cenário que Paulo Barreto (1881-1921) despontou para a vida jornalística e literária. Entretanto, para alcançar um público maior e mais diversificado fez uso de vários pseudônimos, granjeando notoriedade sob o pseudônimo de João do Rio. O João da então capital do país, em busca das notícias que estampariam as edições dos jornais percorria a cidade, desde sua parte central até os locais mais longínquos, no subúrbio, registrando o que se via pelas novas avenidas, ruas, becos e vielas. Assim, a cidade e os seus personagens, com seus vícios e mazelas e seus louvores e glórias, foram eleitos como temas de sua vasta e diversificada obra.
Inspirava-se nas pessoas, desde os moradores de rua até a elite que enchia os grandes e requintados salões. Inspirava-se nas atitudes humanas, na capacidade de agir conforme fins determinados e no discernimento e aceitação de valores. Sua obra, apesar de representar um registro da realidade, ganhou status de literatura através do seu toque pessoal, com a inclusão de elementos, imagens e tonalidades artísticas.
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r.morel 05/04/2017

Gastando sola de sapato pelo Rio
Produtivos passeios os do flâneur João do Rio - um dos trinta e três pseudônimos de Paulo Barreto - pelas ruas do Rio de Janeiro, capital da República. Observador, nada escapa do seu olhar curioso. Observador, relata com poesia e graça os lugares e as pessoas, a vida e as vidas do povo.

Caminhou entre os chineses viciados em ópio (o crack dos pobres do período); pelos presídios (conversando com detentos e detentas); sentiu a dureza do trabalho dos estivadores do porto; correu dos “urubus” (os agenciadores das funerárias); correu e fugiu, mas, foram eles que não escaparam de João do Rio.

“A alma encantadora das ruas” (primeira publicação em 1910) reúne ensaios/conferências no prólogo (“A Rua”) e no epílogo (“A Musa das Ruas”) e uma mistura de crônicas e reportagens, registros do visto e escutado sem a chatice objetiva, isenta, imparcial, insossa e usual que lemos nos jornais do globo ou pelas folhas de São Paulo.

Antes da turma da revista The New Yorker; antes de Truman Capote e Tom Wolfe; antes do almofadinha Gay Talese (os capítulos sobre a cidade de Nova Iorque no livro “Fama e Anonimato” são irmãos camaradas dos textos de João do Rio, porém, mundialmente invejados como diamantes de 75 quilates jamais lidos); antes do aclamado New Journalism e bem antes do Gonzo Jornalismo louco de Hunter S. Thompson, o dândi João do Rio gastava incontáveis solas dos seus sapatos ingleses atrás de acontecimentos e eventos únicos.

João do Rio sabia contar histórias. Não foi o pioneiro, como a introdução (de Raúl Antelo) explica ao citar alguns franceses que faziam algo semelhante ao conhecer os tipos de Paris em seus boulevards. Não é cópia, contudo. Mentes criadoras funcionam de maneiras inesperadas. Os franceses tiveram a chance deles e aproveitaram. João do Rio, sem patriotismo exacerbado (Brasil!), posiciona-se no topo. Seu olhar era capaz de encontrar os detalhes sutis da vida e do comportamento.

O vocabulário requintado e barroco do ensaio “A Rua”, que custa a engrenar, cede o palco para a viagem de prazer das 25 crônicas divididas em 3 blocos: “O que se vê nas ruas”; “Três aspectos da miséria” e “Onde às vezes termina a rua”. São textos curtos, pois, originalmente eram direcionados para o público dos jornais. Certas crônicas, que possuem um amor e carinho maior do autor, são fortes e excelentes visões da rotina, e, hoje, tornaram-se preciosos documentos históricos.

É curioso notar como, passados 100 anos, as pessoas e as suas vontades permanecem parecidas. Em “As mariposas de luxo”, o melhor texto do livro, o narrador acompanha um grupo de moças com seus 20 anos que retornam do trabalho. Moças pobres maravilhadas com os produtos das vitrines; as joias e as roupas e as flores… A crônica data de 23 de março de 1907. É espantoso! Como essa vida de antigamente, que dizem ter cheiro de mofo, é igual a excitante vida contemporânea excluindo um reles detalhe aqui, ali, alhures (impressionante e inspirador).

A crônica “Os cordões” merece um destaque: João do Rio infiltra-se, cauteloso, nos cordões de lança-perfume dos antigos carnavais (logo ele, um flâneur que aprecia multidões desde que o ajuntamento de pessoas sobre pessoas não esteja sobre ele; imaginem o João do Rio na Banda de Ipanema ou no Cordão do Bola Preta: infartaria fácil, fácil). Lá, como cá, as multidões eram arrastadas pelos batuques e marchinhas, curtição total, carnaval é carnaval, sempre foi e a ideia é a loucura desenfreada em busca de bebida, em busca de mulher, em busca de homem, em busca de entorpecentes, em busca de prazer - brincar o carnaval: quem escuta pensa em crianças fantasiadas e confetes pelo chão… mas sabemos que não funciona idealmente como em um mundo mágico de Pierrôs, Colombinas e Arlequins.

Existem numerosos livros sobre cidades e as pessoas e as suas vidas. O Rio de Janeiro de João do Rio, que é o nosso Rio, é dos mais desejados, vistos, anotados e comentados por curiosos gringos estrangeiros e descobridores nacionais bisbilhoteiros. Estão certos e com a razão. É uma boa cidade e caminhar por suas ruas sempre traz algo interessante.

site: [Outras Breves Análises Literárias em popcultpulp.com]
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David Ariru 10/11/2016

Jornalismo ou literatura?
O estilo de escrita do texto e a abordagem dos temas nos faz pensar se esta obra é apenas jornalismo ou arte.

O modo da escrita é o característico do início do século passado, cheio de palavras rebuscadas, bastante descritivo e com muitas referências aos clássicos. E isso, juntamente com o estranhamento do contexto histórico, torna algumas partes do livro difíceis de serem assimiladas e até enfadonhas. Entretanto, tudo isso é vencido pelo prazer de conhecer a história não contada do Rio, deixar um pouco de lado a elite para saber o que o povo realmente fazia e pensava. A história que, apesar de ser geralmente ignorada, é, quem sabe, a que mais influência e ajuda na formação de um povo; a história do próprio povo, deixando de um pouco de lado o costume de decorar os grandes feitos para saber o que pensa a massa a respeito deles.

E como era o povo do Rio de Janeiro naquele tempo? É triste o que lemos, porém, em vários aspectos, é também entusiasmante saber que no seio de tanta desigualdade existiam seres interessantíssimos. Talvez, se um jornalista se propusesse a fazer o mesmo que fez João e ir até o fundo da atual escória, o resultado poderia ser bem similar ao desta obra ou mesmo pior.
Outra pergunta vem à mente. Quem lia jornais nesse tempo? Ou melhor, quem era o público ao qual se dirigiam essas crônicas? Aparentemente um com alto nível cultural, mas...não sei.
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santanalimal 01/08/2014

Cotidiano e sociedade
As crônicas-jornalísticas de João do Rio são um registro de tipos humanos e hábitos do Rio no início do século XX.
Mais que um relato cotidiano, mais que uma observação de rotina, a obra tem uma abordagem sociológica muito presente, porém sem ser analítica.
Os escritos nos levam a tirar toda a capa de nostalgia de que no passado a moralidade e os hábitos eram melhores.
Vemos pelo que o autor escreveu, que há cem anos, a cidade já era pura miséria, crime e drogas e, ao mesmo tempo, encanto, poesia e arte.
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Bia F. 15/11/2013

Tive que ler para a escola...
... e mesmo assim abandonei porque é muito chato. A forma do autor de conduzir a narrativa é muito cansativa.
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Arsenio Meira 06/08/2013

As ruas nunca mais foram as mesmas depois de João do Rio


Antes de Gay Talese ou Truman Capote, longe de Nova York ou do Kansas, um gordinho cheio de manha, chamado Paulo Barreto misturou jornalismo e criação literária em textos publicados por jornais e revistas do Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX.

Ele assinava seus escritos como João do Rio e, com esse pseudônimo, ficou conhecido como um dos inventores da crônica como gênero literário.

Ao término da leitura, percebi a grande diferença entre os criadores do New Journalism norte-americano e o processo de criação de João do Rio.

Talvez minha percepção e meu raciocínio sejam simplórios, mas arriscaria dizer que a turma de Talese, Capote e Tom Wolfe adicionou vários elementos de técnicas literárias à construção de reportagens.

João do Rio, por outro lado, introduziu elementos de reportagem em páginas que eram cativas de escritores, poetas e políticos dos mais variados.

O pessoal do New Journalism inseriu os sentimentos, pensamentos e caracterização de personagens, linguagem poética e descrição subjetiva de cenas ou acontecimentos num ambiente em que as notícias ou artigos dos jornais e da maioria das revistas buscavam princípios como subjetividade, neutralidade, distanciamento. Emoção zero, portanto.

João do Rio fez o caminho inverso. Num contexto em que jornais eram usados como panfletos de grupos políticos ou plataformas de grandes escritores ou medíocres beletristas, ele foi às ruas tomar um banho de vida real. Banho de imersão, é bom dizer.

Ele testemunhou, acompanhou e conferiu de perto as transformações da cidade do século XIX, antiga capital do Império, que se transformava em capital da República, metrópole do século XX.

Respeito opiniões contrárias, mas não considero "A alma encantadora das ruas" um livro homogêneo. O primeiro texto, por exemplo, intitulado simplesmente “A rua” é uma espécie de apresentação ou cartão de visitas do autor.

As razões de ser do livro estão todas ali, numa prosa impregnada dos cacoetes da linguagem que hoje não facilitam a leitura dos leitores mais desatentos.

O melhor do livro, porém, é o que vem logo depois. As crônicas e artigos resultantes da observação da cultura e da organização do trabalho no Rio de Janeiro são imperdíveis, e foi o repórter João do Rio que escreveu obras históricas como “Os trabalhadores da estiva” ou OS seis textos produzidos logo depois de uma série de visitas ao presídio, provavelmente o Frei Caneca.

Uma característica marcante de João do Rio é sua capacidade de contemplar a vida e exaltar com estilo e humanidade a existência (sofrida) de pessoas completamente ignoradas pela literatura e pelo jornalismo da época. Ele foi um outsider - posto que na época em que viveu, impossível enquadrá-lo como literato de chás e bolos - e enxergou, entendeu e escreveu (sem hesitação) sobre todos os que viviam à margem.

Estivadores e prostitutas só saíam da invisibilidade completa em caso de crimes ou tragédias, mas João do Rio ignorou essa regra não escrita e revelou delicadamente as angústias de mulheres cumprindo pena ou o apego de assassinos e golpistas à monarquia recém extinta.

É bom fazer um alerta: as imagens elaboradas pelo autor para definir algumas situações eram rebuscadíssimas, bem ao estilo do século anterior. Um exemplo? “Essas venenosas parasitas do amor torpe num campo perdido do jardim do crime”. Ele está se referindo a mulheres presas por crimes passionais.

Elegante, boêmio e homossexual, João do Rio era figura fácil no Rio de Janeiro entre 1900 e 1921, quando morreu do coração dentro de um bonde. Traduziu a cidade e seu povo com tanto talento e clareza, que seu velório e enterro foram acompanhados por uma multidão de gente simples, que se identificava e muito com aquilo que escrevia.
Daniel 06/08/2013minha estante
Eu achei este livro surpreendente. Além do valor histórico e de ser muito interessante - é como ver um retrato do começo do século XX no Rio de Janeiro, ele consegue ser ao mesmo tempo cru e poético.


Arsenio Meira 06/08/2013minha estante
Também, Daniel. E felizmente, João do Rio foi descoberto pelas novas gerações, pois a depender do incentivo à leitura nos colégios, quando travamos contato mais firmemente com escritores brasileiros, lembro de nunca ter ouvido falar no nome dele. O que é, evidentemente, uma injustiça. Abraços




sonia 25/07/2013

Um desfile de misérias morais, mais do que pobreza.
O autor descreve, de maneira original e criativa, todos os detalhes da vida nas ruas - a começar pelos miseráveis moradores de rua.
O estilo é único.
O assunto, no entanto, é muito triste e deprimente.
Já li demais sobre miséria, já vi miséria demais pra consiguir rir desta situação.
E certamente me senti muito mal ao reconhecer cada tipo, cada malandragem, cada situação, prefiro viver uma outra realidade.
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Coruja 08/08/2011

Ganhei esse livro de presente no ano passado, no mesmo pacote em que veio O Queijo e os Vermes. Não toquei nele, por pura falta de tempo, até sair a lista de temas do Desafio Literário 2011 e eu saí caçando pelas minhas prateleiras o que eu tinha que ainda não lera e que cabia dentro das categorias para poder organizar minha cronologia de leituras do ano.

Não conhecia João do Rio até então – pseudônimo, aliás, do jornalista Paulo Barreto. Seu livro é na verdade uma coletânea de crônicas publicadas pela primeira década do século XX e que tratam de cenas cotidianas da vida dos estivadores, das operárias, dos marinheiros, tatuadores, mascates, chineses entregues ao vício do ópio, escritores de tabuleta: o povo miúdo que faz uma cidade funcionar.

Acredito que um dos motivos da Régis ter me dado este livro foi porque visitei o Rio de Janeiro pela primeira vez no ano passo e voltei completamente apaixonada pela cidade – tanto que voltarei pra lá mês que vem, para passar meu aniversário na Bienal do Livro (hohoho...). Nas crônicas de A Alma Encantadora das Ruas, a cidade exerce um papel central, sendo mais que o ambiente em que ocorrem as histórias, para se tornar personagem e protagonista.

Cada uma das crônicas tem seu brilho próprio e o estilo do autor me lembrou muito o de Machado de Assis - considerando que amo de paixão as crônicas do Machado, esse é um dos maiores elogios que posso fazer ao João do Rio. A principal diferença é que enquanto o Bruxo do Cosme Velho usa mais do sarcasmo e circula pelas ruas do Rio de janeiro dando manuais de etiqueta em bondes (adoro, adoro, adoro!), João do Rio enxerga mais da vida cotidiana, tornando o hábito algo singular, único.

É um relato fascinante de uma outra época, de uma cidade que pulsa e encanta com vida própria. E, ao mesmo tempo, são relatos que continuam atuais em sua visão de mundo e sociedade.



Luisa 04/01/2011

"A rua continua, matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros" pg29

"A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas" pg30

"Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem" pg 31

"É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência, Nada como o inútil para ser artístico" pg32

"A alma da rua só é inteiramente sensível a horas tardias" pg 37

"Em São Luís do Maranhão há uma rua sonâmbula muito menos cacete que a ópera célebre do mesmo nome. Essa rua é a rua de Santa Ana, a lady Macbeth da topografia. Deu-se lá um crime horrível. Às dez horas, a rua cai em estado sonambúlico e é só gritos, clamores: sangue! sangue!" pg 39
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jkdornelles 25/08/2010

João do Rio realiza, em A Alma Encantadora das Ruas, um retrato aproximado do Rio de Janeiro "Belle Epoque" (do começo do século passado).

Em pequenas cronicas, quase reportagens, entramos em contato com os contrastes de um país pós-colonial se desenvolvendo, que buscava ainda seu cosmopolitismo em modas parisienses, mas deparava a todo instante com manifestações tradicionais de caráter popular, que não estariam antenados no requintado centro europeu. Sua qualidade reside em tentar justamente mostrar o que há de particular e relevante na então Capital brasileira, seja comentando sobre artistas populares ou sobre uma noite de Natal na Copacabana ainda incipiente.

Seu trabalho de pesquisa para as cronicas é relevante, e disto nos dá provas o tempo inteiro, comparando com certa indiferença blasé sua coleção de folhetos de Orações, enumerando as espécies de tatuagens que haviam por lá, etc. Além disto, há grandes momentos ensaísticos, como o capitulo inicial em que faz uma Ode à Rua, o grande meio de convergencia da comunicação humana, de suas dores e alegrias.

Acho que o principal defeito no entanto, é o autor não se decidir entre a reportagens/cronica jornalistica, e a ambientação artificiosa (mas não necessariamente ficcional, como nos mostram um Tom Wolfe ou Capote) de sua literatura. Por exemplo, ele nunca descreve direito os amigos que lhe acompanham. E no entanto, estão lá travando diálogos ou lhe indicando informações precisas e necessárias.

A falta de um horizonte maior para uma visão romanceada do RJ pré-Samba (o livro é de 1908, ano da primeira música gravada sob rótulo de Samba, "Pelo Telefone") não tira seus méritos, e há grandes momentos ao longo livro. Pra quem quer saber um pouco mais sobre o cotidiano na Capital da Primeira República, é uma leitura obrigatória.
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Laragts 23/04/2010

Flanando de maneira inteligente...
É interessante enxergar as ruas pelos olhos do autor, pois ele nos mostra um mundo que está ao nosso redor e que nem sequer notamos que ele existe. Prostituição, exploração do trabalho infantil, trabalhos indignos e improvisados são alguns dos temas tratados nas crônicas de João Do Rio (um dos tantos pseudônimos do autor) e tudo isso gira em torno das ruas.
Para ele, e assim também devia ser para nós, as ruas tem sentimentos, vida e morte. Elas são seres que crescem e que nos deixam saudades e por isso flanar por ai observando cada canto e cada esquina devia ser mais comum para nós, e a partir desta leitura, com certeza, isso se tornará.
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Lilia Carvalho 18/03/2009

Um livro que fala de costumes, das pessoas na rua e do cotidiano da rua.

Muito legal a forma como o autor se coloca, a leitura é um pouco cansativa, mas vale a pena!
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KamillaBarcelos 07/02/2009

Comecei a ler este livro por causa mais uma vez do vestibular. Consegui ler só o início porque achei muito chato, muitas descrições.
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