A Alma Encantadora das Ruas

A Alma Encantadora das Ruas João do Rio




Resenhas - A Alma Encantadora das Ruas


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Arsenio Meira 06/08/2013

As ruas nunca mais foram as mesmas depois de João do Rio


Antes de Gay Talese ou Truman Capote, longe de Nova York ou do Kansas, um gordinho cheio de manha, chamado Paulo Barreto misturou jornalismo e criação literária em textos publicados por jornais e revistas do Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX.

Ele assinava seus escritos como João do Rio e, com esse pseudônimo, ficou conhecido como um dos inventores da crônica como gênero literário.

Ao término da leitura, percebi a grande diferença entre os criadores do New Journalism norte-americano e o processo de criação de João do Rio.

Talvez minha percepção e meu raciocínio sejam simplórios, mas arriscaria dizer que a turma de Talese, Capote e Tom Wolfe adicionou vários elementos de técnicas literárias à construção de reportagens.

João do Rio, por outro lado, introduziu elementos de reportagem em páginas que eram cativas de escritores, poetas e políticos dos mais variados.

O pessoal do New Journalism inseriu os sentimentos, pensamentos e caracterização de personagens, linguagem poética e descrição subjetiva de cenas ou acontecimentos num ambiente em que as notícias ou artigos dos jornais e da maioria das revistas buscavam princípios como subjetividade, neutralidade, distanciamento. Emoção zero, portanto.

João do Rio fez o caminho inverso. Num contexto em que jornais eram usados como panfletos de grupos políticos ou plataformas de grandes escritores ou medíocres beletristas, ele foi às ruas tomar um banho de vida real. Banho de imersão, é bom dizer.

Ele testemunhou, acompanhou e conferiu de perto as transformações da cidade do século XIX, antiga capital do Império, que se transformava em capital da República, metrópole do século XX.

Respeito opiniões contrárias, mas não considero "A alma encantadora das ruas" um livro homogêneo. O primeiro texto, por exemplo, intitulado simplesmente “A rua” é uma espécie de apresentação ou cartão de visitas do autor.

As razões de ser do livro estão todas ali, numa prosa impregnada dos cacoetes da linguagem que hoje não facilitam a leitura dos leitores mais desatentos.

O melhor do livro, porém, é o que vem logo depois. As crônicas e artigos resultantes da observação da cultura e da organização do trabalho no Rio de Janeiro são imperdíveis, e foi o repórter João do Rio que escreveu obras históricas como “Os trabalhadores da estiva” ou OS seis textos produzidos logo depois de uma série de visitas ao presídio, provavelmente o Frei Caneca.

Uma característica marcante de João do Rio é sua capacidade de contemplar a vida e exaltar com estilo e humanidade a existência (sofrida) de pessoas completamente ignoradas pela literatura e pelo jornalismo da época. Ele foi um outsider - posto que na época em que viveu, impossível enquadrá-lo como literato de chás e bolos - e enxergou, entendeu e escreveu (sem hesitação) sobre todos os que viviam à margem.

Estivadores e prostitutas só saíam da invisibilidade completa em caso de crimes ou tragédias, mas João do Rio ignorou essa regra não escrita e revelou delicadamente as angústias de mulheres cumprindo pena ou o apego de assassinos e golpistas à monarquia recém extinta.

É bom fazer um alerta: as imagens elaboradas pelo autor para definir algumas situações eram rebuscadíssimas, bem ao estilo do século anterior. Um exemplo? “Essas venenosas parasitas do amor torpe num campo perdido do jardim do crime”. Ele está se referindo a mulheres presas por crimes passionais.

Elegante, boêmio e homossexual, João do Rio era figura fácil no Rio de Janeiro entre 1900 e 1921, quando morreu do coração dentro de um bonde. Traduziu a cidade e seu povo com tanto talento e clareza, que seu velório e enterro foram acompanhados por uma multidão de gente simples, que se identificava e muito com aquilo que escrevia.
Daniel 06/08/2013minha estante
Eu achei este livro surpreendente. Além do valor histórico e de ser muito interessante - é como ver um retrato do começo do século XX no Rio de Janeiro, ele consegue ser ao mesmo tempo cru e poético.


Arsenio Meira 06/08/2013minha estante
Também, Daniel. E felizmente, João do Rio foi descoberto pelas novas gerações, pois a depender do incentivo à leitura nos colégios, quando travamos contato mais firmemente com escritores brasileiros, lembro de nunca ter ouvido falar no nome dele. O que é, evidentemente, uma injustiça. Abraços




Jorge Luiz da Silva 29/11/2023

O retrato falado da glória e da miséria
Trinta crônicas jornalistas selecionadas a dedo. O escritor João do Rio apresenta o retrato falado da glória e da miséria do Brasil republicano.
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May 03/01/2022

Desautomatização e flânerie pelo Rio
Muito interessante para conhecer o Rio de Janeiro dos tempos da transição entre a monarquia e a república. João do Rio foi um pioneiro na escrita das crônicas, na observação dos tipos, das sociabilidades e da miséria. Gostei muito da leitura. Não é tão fluida e é bem impactante, pois calamidades são descritas. Todavia, permite a desautomatização, pois a partir do flânerie pelo Rio a cidade e as ruas são vistas sob outra ótica.
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Rodrigo 30/07/2022

A rua como protagonista
Através de crônicas o autor consegue nos encantar com as maravilhas, os segredos, os encantos, as mazelas e delícias das ruas, com seus personagens secundários e que sabem viver, com magia, todas as facetas que a rua nos oferece.
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Henrique Fendrich 02/02/2023

Ao contrário de outros livros de João do Rio, em A alma encantadora das ruas há mais variação quanto à estrutura de suas crônicas, a começar pelo enorme texto que abre o livro, espécie de ensaio sobre a rua, mas cansativo, sem dúvida uma das principais razões para o alto índice de abandono de leitura do livro (8% no Skoob).

Tal ensaio, pela extensão, não se adéqua ao espaço jornalístico tradicional. Os demais textos são menores, mas, ainda assim, maiores do que as atuais crônicas. É que o espaço que João do Rio tinha nos jornais não era tanto o de cronista, mas o de repórter. E o que ele faz ao longo do livro é justamente uma crônica-reportagem, pois ele sai para a rua a fim de buscar as histórias e os ambientes com os quais irá preencher o espaço informativo que o jornal lhe oferece.

Às vezes, o resultado que encontra em suas explorações na rua é eminentemente humorístico: o material que reuniu nas crônicas “Orações” e “Tabuletas” é de fazer rir, a ponto de parecer até que ele, antecipando o nosso Stanislaw, organizava uma espécie de “festival de besteiras que assolam as ruas”. Por mais engraçado que sejam os exemplos e as conclusões a que João do Rio chega, porém, é interessante perceber que eles são argumentos desfavoráveis à rua.

João canta a rua no ensaio inicial, mas o conjunto das crônicas permite concluir que ele não é exatamente simpático ao que encontra nela – e, honestamente, há casos em que ele parece ser até hostil a ela, como ao desqualificar o tipo de literatura produzida na rua e o tipo de pessoa que lê esse material (há termos como “homens primitivos” e “gentalha”, por exemplo). A rua atrai e seduz o cronista, mas não necessariamente encanta ou deleita os seus sentidos.

É verdade que ele retrata muitas cenas e ambientes onde não poderia mesmo haver um sinal de deslumbramento. Que encanto poderia haver, por exemplo, entre os comedores de ópio, ou entre os miseráveis que abarrotam as hospedarias de má-fama? Grande parte daquilo que João do Rio registra em suas crônicas é composta de uma realidade dura, por vezes suficiente para desumanizar as suas vítimas, e o autor tem o mérito de chamar nossa atenção para isso.

Mas não significa que ele, necessariamente, simpatize com essas pessoas. A crônica de João do Rio é, também, a reportagem do jornal, não o texto descompromissado escrito em um rodapé da página, mas um material informativo de destaque, associado ao espírito noticioso, por mais que nele se sobressaiam os talentos literários do seu autor. Como um repórter, João do Rio é o “outro”, aquele que observa, registra, retrata, narra – mas não se confunde com seu objeto.

Algumas dessas reportagens são tão interessantes que mereciam ser reunidas em um livro próprio, como aquelas que escreveu sobre a vida dos presos. Mesmo nessas, porém, percebe-se o distanciamento do cronista em relação ao que retrata. É ele quem é capaz de apontar erros de ortografia em cartas de presos, ou de sugerir que algumas pessoas apresentam uma “visão superior do mundo” e que por isso estariam deslocadas no meio da “cloaca do crime”.

Essa sequência de crônicas sobre a prisão, se bem que apresente um painel que vale a pena conhecer, conta, aqui e ali, com alguns trechos que, no mínimo, envelheceram muito mal, com destaque para a insinuação, em “Crimes de amor”, de que as próprias mulheres vitimadas por maridos ciumentos seriam as “destruidoras” da vida dos homens. Pode-se alegar que essa era uma opinião da época, mas Lima Barreto já era muito mais simpático à causa das mulheres.

Também chama atenção, em sua crônica sobre pessoas em situação de rua, que praticamente não há, para ele, mendigos honestos, e mesmo os que eventualmente o sejam não deixam de ser, também, meros exploradores da própria miséria. De vez em quando, ele fala também em “massa ignorante” e chega a criticar os “versos falhos” das cançonetas populares, em opiniões que sugerem ser ele não apenas o “outro”, mas, na sua própria perspectiva, alguém “melhor”.

Mesmo assim, é claro, o autor pinta quadros interessantes e necessários, alguns bem tristes, como o dos velhos cocheiros, o das mariposas de luxo, o dos trabalhadores de estiva, nos quais, aí sim, sente-se que de alguma maneira ele se identifica ou se solidariza com as pessoas que retrata. Há ainda crônicas sobre pequenas profissões, sobre músicos ambulantes, sobre as pinturas das ruas, e nem sempre o estilo do autor permitiu que elas fossem de fácil leitura.
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Nay 26/08/2023

Parnasiano?
O livro tem rimas ricas e bonitas, mas me lembra muito os textos Parnasianos. Apesar de mostrar um lado da sociedade, o autor fala de forma complexa, dificultando o entendimento da leitura. Eu particularmente não gostei do livro devido ao tema, pois muitos contos focam em divagações do autor, mas há quem goste (apesar de não ter encontrado alguém com essa opinião ainda, risos).
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Lua 20/05/2022

Leitura valida para conhecer o Rio de Janeiro do início do século passado, mas a narrativa é meio arrastanda.
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Mari M. 17/09/2023

Méh
Se esse livro tivesse 150 páginas seria ótimo. Achei meio presunçoso pois todo mundo sabe que a primeira geração modernista era tudo menos das ruas. A observação é legal, porém se tornou muito repetitivo e eu só torcia para que acabasse. Tentou ser histórico, mas acabou sendo pedante e cansativo a meu ver. Me pareceu tanto, mas tanto, os poemas parnasianos. Não sei, fiquei com isso na cabeça o livro todinho. Faltou ritmo, falava da mesma coisa repetidas vezes, embora houveram sim momentos bem legais como o do cárcere, mas ficou bem mediano ao meu ver.
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JosA225 31/12/2023

A Alma Encantadora das Ruas
João do Rio nos apresenta crônicas tiradas do dia a dia da cidade do Rio de Janeiro. Esse cronista tem a habilidade de registrar cenas corriqueiras que transformam-se em estórias deliciosas.
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beatriz 31/03/2023

Uma declaração de amor às ruas do Rio
Esse livro foi uma das leituras obrigatórias para o vestibular que eu vou fazer e eu o amei muito mais do que pensei que amaria! A escrita do João do Rio é linda, rebuscada e poética. Amo como o autor transformou as ruas em um personagem, em uma musa (sua musa). Esse livro mostra todo o glamour da Belle Époque no Rio de Janeiro, mas também mostra os lados sombrios daquela época: a pobreza, a exploração do trabalhador, os impactos do consumo do ópio, entre outros. É muito doido, algumas passagens do livro parecem ter sido escritas nos dias de hoje!! Achei muito interessante ver o Rio através dos olhos do autor e vou com certeza ler as outras obras dele. Esse livro me surpreendeu muito!!
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Coruja 08/08/2011

Ganhei esse livro de presente no ano passado, no mesmo pacote em que veio O Queijo e os Vermes. Não toquei nele, por pura falta de tempo, até sair a lista de temas do Desafio Literário 2011 e eu saí caçando pelas minhas prateleiras o que eu tinha que ainda não lera e que cabia dentro das categorias para poder organizar minha cronologia de leituras do ano.

Não conhecia João do Rio até então – pseudônimo, aliás, do jornalista Paulo Barreto. Seu livro é na verdade uma coletânea de crônicas publicadas pela primeira década do século XX e que tratam de cenas cotidianas da vida dos estivadores, das operárias, dos marinheiros, tatuadores, mascates, chineses entregues ao vício do ópio, escritores de tabuleta: o povo miúdo que faz uma cidade funcionar.

Acredito que um dos motivos da Régis ter me dado este livro foi porque visitei o Rio de Janeiro pela primeira vez no ano passo e voltei completamente apaixonada pela cidade – tanto que voltarei pra lá mês que vem, para passar meu aniversário na Bienal do Livro (hohoho...). Nas crônicas de A Alma Encantadora das Ruas, a cidade exerce um papel central, sendo mais que o ambiente em que ocorrem as histórias, para se tornar personagem e protagonista.

Cada uma das crônicas tem seu brilho próprio e o estilo do autor me lembrou muito o de Machado de Assis - considerando que amo de paixão as crônicas do Machado, esse é um dos maiores elogios que posso fazer ao João do Rio. A principal diferença é que enquanto o Bruxo do Cosme Velho usa mais do sarcasmo e circula pelas ruas do Rio de janeiro dando manuais de etiqueta em bondes (adoro, adoro, adoro!), João do Rio enxerga mais da vida cotidiana, tornando o hábito algo singular, único.

É um relato fascinante de uma outra época, de uma cidade que pulsa e encanta com vida própria. E, ao mesmo tempo, são relatos que continuam atuais em sua visão de mundo e sociedade.



paolla.torrilhas 10/09/2023

Maçante
Tem crônicas realmente muito boas e interessantes, principalmente as reflexões do autor sobre pobreza e a relação explorador -> explorado.

queria ter apreciado mais, mas a escritaa dele é bem maçante e a pontuação é toda confusa kkkkk

funcionou melhor quando li em voz alta, aí sim eu entendi e engrenei.

enfim, leia por conta e risco haha
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Solange Sólon Borges 10/10/2021

O Rio de Janeiro na virada do século: costumes, cultura, arquitetura
O jornalismo literário, no Brasil, obrigatoriamente, conta com o nome de João do Rio, flâneur que desvendou o Rio em um momento que grandes obras eram construídas, revitalizando a arquitetura, mas em cada esquina havia um vadio, um malandro, uma miséria exposta da sociedade carioca. João passa por todos os tipos, relatando o que vê, como jornalista, e aprofundando as sensações, como um literato. Ele retratou as moçoilas casadoiras, as trabalhadoras que sonhavam com uma vida melhor, os gatunos, a vida no interior dos cortiços, as pequenas profissões existentes, a vida em torno do cais, no interior das prisões - por que se ama? por que se mata? João do Rio queria entender os tipos humanos. Mas também traz curiosidades: como os estabelecimentos com nomes tortuosos ou placas mal escritas: "Colxoaria de primeira Colxães contra purgas e precevejos", um hotel chamado Livre Câmbio ou a Casa do Pinto. Há retratos muito humanos, os imigrantes chineses, os chins', perdidos no vício do ópio; as mulheres mendigas, artistas na arte do fingimento, os pivetes praticantes de pequenos golpes. Quem visita hoje o Rio vê uma outra cidade diversa do subterrâneo que João do Rio expõe. Admiro o escritor que no seu tempo abraçou dois difíceis ofícios - ser jornalista e escritor. Além do mais, era mulato e homossexual assumido, posição corajosa em um século de tanto racismo e homofobia [persistente até hoje]. É ler a aprender com João do Rio o que vai nas veias da Cidade Maravilhosa.
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Gabriel 08/10/2022

Este livro basicamente pode ser dividido em duas partes. A primeira, que inicia e encerra as crônicas aqui reunidas, pode ser caracterizada como uma ode. No capítulo de abertura, uma ode às ruas; no capítulo de encerramento, uma ode à musa das ruas -- a inspiração que acomete até aos mais miseráveis.

A segunda -- e essa é mais pungente -- compõe-se de matérias jornalísticas e pequenas entrevistas a respeito dos invisíveis das ruas e dos relegados da sociedade: trabalhadores desprestigiados, imigrantes chineses mergulhados no vício das drogas, mendigos, presidiários e toda essa casta que compunha a sociedade carioca do início do século 20, mas que é completamente ignorada pelo imaginário saudosista que idealiza o passado.

Apesar do conteúdo visivelmente diverso que separa o primeiro e o último capítulo de todas as matérias jornalísticas entremeadas, há o estilo da deliciosa prosa do autor que unifica toda obra, lembrando ao leitor a todo instante que o texto que está diante dele é de um primor inigualável.

Nas crônicas cujo objeto é o esquecido e ignorado das ruas -- seja nas profissões precárias, seja na gatunagem ou na mendicância -- João do Rio escancara a realidade como ela é, deixando dúvidas a respeito do que se quer dizer com o elogioso adjetivo emprestado ao título do livro.

Entretanto, no fim das contas, percebe-se que aí também reside o mistério por trás do encanto das ruas: em todas essas vidas miseráveis que vicejavam no chão da urbe carioca havia a fagulha da divindade. Não há alma inteiramente sórdida que não carregue consigo a criatividade capaz de colorir -- ou de enegrecer -- o mundo.
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barbara.luna.56 19/06/2022

O livro é um retrato do Rio no início do século XX focando naquilo que, para mim, é o mais interessante: a cultura das ruas. João do Rio me parece mais um etnógrafo das coisas cotidianas do que propriamente um jornalista. E de suas observações obtemos verdadeiras preciosidades: carnaval, presídios, tatuadores, prostitutas, uso de drogas. Tudo descrito com uma riqueza de detalhes e com uma certa acidez no olhar que faz com que o leitor seja transportado no tempo. Um documento indispensável para quem gosta de história e cultura brasileira.
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