Renato420 21/08/2017
Não é muito minha praia, mas...
Alguns tipos de escrita eu leio com certo receio. São os gêneros que não me empolgam ou não compõem o meu gosto. O receio é que seja uma perda de tempo, de desistir logo nas primeiras páginas ou de repente ler comparando com alguma outra do mesmo estilo que tenha me satisfeito.
Com “Malditas – as casas têm atmosfera” o sentimento não foi diferente. No final, cheguei à conclusão que fiquei satisfeito. O livro é a reunião de sete contos, todos eles escritos por mulheres, organizado por uma delas, a Celly Borges. É o segundo volume da coleção Funesto, publicado em 2016 pela Editora Estronho. Possui 115 páginas.
Todas as historias se passam em casas. Casas novas, antigas, reformadas. Compradas ou recebidas como herança. Bem localizadas ou afastadas. Situadas em cidades grandes ou pequenas. Cada uma delas esconde seus mistérios, seus segredos. Seus novos moradores irão experimentar o medo, o pânico, o terror, e até mesmo a morte.
Antigos habitantes destas casas possuem suas raízes ali fincadas, e apesar de muitos anos se passarem, e alguns casos muitas décadas, eles se recusam a sair. Cada novo morador é considerado invasor, intruso. É visto como alguém que está ocupando um espaço que não lhe pertence e precisa ser púnico por isso. Alguns serão “convidados” a passarem de dimensão e juntarem-se.
Os contos são, de modo geral, bem escritos. Cada uma das autoras conseguiu captar a proposta para a composição da obra. As historias conseguem envolver o leitor e despertar a sua curiosidade em saber o desfecho. Um deles, contudo, me pareceu confuso. A autora parece ter se perdido do meio para o fim, e eu fiquei sem entender.
Não tenha receio de ler, caso voce more só ou tenha medo de ficar em casa sozinho. Os personagens não irão sair das páginas para te fazer companhia; eles já possuem onde ficar.
Mas talvez voce descubra que não está tão só quanto pensa.