regifreitas 04/06/2018
Sendo indicado na época do seu lançamento ao The Man Booker Prize, este é o primeiro romance do jovem autor britânico, nascido nas Ilhas Bermudas em 1976. A obra apresenta uma estrutura fragmentada, acompanhando dois momentos distintos no tempo, alternando-se no curso da narrativa. No primeiro, "flashes" de uma tarde de domingo, última dia do verão, em uma tranquila rua de Londres. Nessa parte revela-se a rotina dos moradores daquela rua, antes da ocorrência de um evento trágico, que marcaria definitivamente a memória daquelas pessoas. O segundo momento se passa três anos depois, em outro ponto da cidade, quando uma garota loura, antes moradora daquela rua, e presente ao fático dia, relembra esses acontecimentos ao se encontrar com um jovem. Esse rapaz é o irmão gêmeo de um vizinho seu daquela época. As memórias passadas da moça são entrelaçadas com uma surpreendente descoberta no tempo presente da história.
O autor descreve um dia daquelas pessoas com rara sensibilidade, descobrindo poesia nos detalhes mais insignificantes. Acontecimentos prosaicos, rotineiros, são-nos apresentados com uma excepcional capacidade de observação e empatia. Uma pena é que isso se desdobra ao longo de muitas páginas, fazendo com que o impacto inicial do texto de McGregor acabe se diluindo em cenas que vão se tornando meio repetitivas com o tempo. Fosse uma obra mais “enxuta”, poderia ser considerado um trabalho excepcional! Mesmo assim, vale muito a leitura.