Bia 18/01/2016
Ivan
Este livro é, principalmente, um grande testemunho de fé. Embora seja a história de apenas um soldado, ele representa muitos outros cristãos que desde o início do cristianismo, até os dias de hoje, sofrem perseguições por causa de sua crença. Aqui no Ocidente, em geral, temos mais liberdade de expressão, apesar dos preconceitos generalizados, porém, no Oriente o assunto é muito mais sério.
Ivan Moiseyev (apelidado de Vanya) era cristão e, aos 18 anos, foi servir ao Exército Vermelho da União Soviética. Logo no início de seu treinamento, seus colegas e superiores repararam que ele era diferente: orava, falava de Cristo e da Palavra de Deus quando lhe perguntavam. Mas para o Estado soviético, Deus era um mito e a religião uma espécie de doença que devia ser erradicada. Portanto, apesar do comportamento exemplar de Ivan, pois ele também amava seu país, ele passou a ser interrogado e intimado a abandonar a sua fé. O que nenhum de seus colegas esperava era que ele não renunciaria a seu Deus, e que por isso sofreria torturas absurdas, como ser submetido à temperaturas inferiores a zero graus e pressões altíssimas, passar fome, ser testado à exaustão. Apesar de toda a dor, e de saber que estava renunciando à sua própria vida, a sua alma se fortalecia cada vez mais no Amor de Deus, sua alegria nunca se esvaía, e Ele viu a sua fé e realizou milagres (enviou um anjo para protegê-lo e para mostrar-lhe uma parte do esplendor da vida eterna, aqueceu seu corpo nas câmaras de gelo, etc.), que mantiveram Ivan vivo para ser exemplo a seus colegas - muitos dos quais se converteram ao cristianismo - e amigos e familiares a quem ele enviava cartas em que dava os testemunhos do que vivera, dos milagres que Deus operara e das maravilhas que Ele lhe mostrara.
— Tenho prazer, como cidadão soviético, de servir à causa do socialismo da melhor maneira que puder. Mas sou cidadão de outro reino também – do Reino de Deus. Este reino nunca poderá representar uma ameaça à segurança do Estado soviético porque ele se situa no coração de cada crente, e a lei deste reino é a lei do amor. Não posso renunciar à minha cidadania neste reino, nem à minha lealdade ao Rei, que é Deus. Ele está estabelecendo seu reino em toda a parte, até mesmo na União Soviética. É um reino de perdão e amor.
(Pág. 39)
Ao mesmo tempo, os seus superiores continuaram incrédulos, mesmo diante da cura total de Ivan depois de um acidente que lhe teria tomando um braço e parte do pulmão, se Ele não tivesse orado fervorosamente para que Deus lhe curasse. Era tão grande a obsessão do Estado em mudar a mente de Ivan que suas torturas ficaram cada vez piores, até que o rapaz acabou por morrer, fato que ele já relatara à sua família que estava próximo de acontecer. O Exército alegou uma morte por afogamento acidental, mas as marcas no corpo de Ivan levantou suspeitas na família, que espalhou a sua história na região, até que ela chegou a correr o mundo todo.
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.
(Filipenses 1:21)
O final do livro traz algumas cartas que Ivan enviou à sua família. Apesar de tudo pelo que estava passando, ele os encorajava com seus testemunhos. E é exatamente esse encorajamento que a leitura de Ivan nos traz: de nos entregarmos ainda mais a Cristo, de confiar sempre nEle, pois seus planos são perfeitos e Ele nunca nos abandona, de falar de seu Amor aonde quer que formos, de pensarmos e orarmos por aqueles que vivem como Ivan, sustentados apenas pela fé que vence o medo, proibidos de carregar uma Bíblia sequer. Que sejamos gratos e que vivamos com alegria. Recomendo a qualquer pessoa, cristã ou não. Como o livro é pequeno, dá pra ler bem rápido, li praticamente em um dia, mas aproveitando cada capítulo. O que também é bem interessante é que no início de cada capítulo há um ditado ou frase comum na Rússia, que se relaciona com a respectiva parte da narrativa. Particularmente, guardei a história de Ivan no meu coração e na minha estante com muito carinho.
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