Thamiris.Treigher 24/05/2023
Suassuna maravilhoso
Ariano Suassuna tem um forma única de contar histórias, de brincar com palavras e rimas. Sua escrita é repleta de expressões nordestinas, humor de qualidade e originalidade.
"Farsa da Boa Preguiça" é uma peça teatral escrita em 1960, dividida em três atos e que faz parte da trindade das peças mais representativas da dramaturgia de Suassuna (juntamente com "O Auto da Compadecida" e "A Pena e a Lei").
A peça conta a vida do poeta popular Joaquim Simão, um escritor de folhetos de cordel e cantador de viola que, no entanto, possui duas marcas: é mulherengo e preguiçoso. Sua mulher, Nevinha, tenta de todo modo fazer o marido trabalhar, pois eles são pobres e precisam alimentar os filhos...mas são tentativas em vão. Apesar de tudo, ela não consegue largar o marido, por quem é perdidamente apaixonada.
Do lado "rico" da história, temos o casal Aderaldo e Clarabela. Aderaldo é apaixonado por dinheiro e negócios, muito egoísta e insensível com os necessitados. Ele está interessado em Nevinha, que não lhe corresponde. Clarabela é uma falsa intelectual, que está interessada em Simão e dedicada a seduzir-lhe. Ele fica balançado, não sabe se resiste ou não às investidas da mulher. Ou seja, "tretas" à vista!
Surgem então diversas situações, reviravoltas e confusões, que são narradas de forma única por Suassuna por meio da comédia, da ironia e de algumas críticas subjetivas. Ariano Suassuna é genial, é muito gostoso e engraçado ler tudo que ele escreve. É impressionante a forma como ele consegue brincar com as palavras, expressões e regionalismo.
Suassuna é sempre a garantia de uma leitura deliciosa e de qualidade! E para quem, assim como eu, é nordestina (o), tem uma sabor ainda mais especial!