Norwegian wood

Norwegian wood Haruki Murakami




Resenhas - Norwegian Wood


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Arthur 10/07/2023

Começou bem mas terminou pessimo
Esse livro começou como uma leitura muito agradável, tava sendo otimo acompanhar os universitarios que viviam em Tokio nos anos 60, mas quando foi passado da metade foi ficando cada vez pior. O principal ponto que me incomodou foram as personagens femininas, como elas sao extremamente sexualizadas, sem excessao, TODAS elas (pra mim o pior de tudo foi a cena do passado da Reiko, horrivel).
Alem de todos os suicidios que acontecem no final desse livro, em todos os capitulos, alguns deles sao muito banalizados, parece que foram calocados no livro aleatoriamente. Se o livro tivesse continuado com a mesma vibe do começo teria sido bom, mas conforme ia chegando no final ia ficando cada vez mais problematico.
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Mawkitas 18/03/2024

Após um início muito interessante foi uma pena que Norwegian Wood tenha se tornado um pouco mais do mesmo conforme avancei na leitura. As personagens femininas são muito objetificadas e inverossímeis, parecem meros receptáculos para as fantasias de Toru. Cansa.
Marina516 30/03/2024minha estante
SIM




Camila 07/07/2020

Boa experiência
Sou apaixonada pela prosa de Murakami, mas não recomendo começar por este caso queira conhecer os livros do autor. Das obras que já li, esta foi a que menos me agradou. Ainda que vários dos elementos que adoro em Murakami estejam presentes em ?Norwegian Wood?, não me cativou como os outros. Não consegui me conectar com os sentimentos de Toru ou Naoko. Imagino que parte dessa dificuldade venha do fato de o livro ser cheio de referências de uma década que só conheço de ouvir falar. O apelo para quem a vivenciou com certeza deve falar mais alto. Ainda assim, a forma como ele explora questionamentos existenciais e sentimentos é muito sensível. A maneira como seus personagens os expressam também é muito única e particular de cada um e isso traz uma verossimilhança e solidez a eles de uma forma que só Murakami poderia construir. São sentimentos e formatos de relacionamentos pouco abordados e só por isso o livro já tem seu grande mérito.
Sayuri 07/07/2020minha estante
Qual você recomenda para iniciantes? Ótima resenha ??


Camila 07/07/2020minha estante
Obrigada, Sayuri! Eu recomendo começar por Minha Querida Sputnik. Tem muitas das coisas que adoro nos livros dele, é mais curto e menos intenso. Eu mesma comecei pela trilogia 1Q84 e ela continua minha favorita até agora, então também é uma boa opção, mas mais intensa (:


Sayuri 07/07/2020minha estante
Entendi, entendi. Muito obrigada! Realmente tive dúvidas sobre como começar e 1Q84 me pareceu um pouco mais "ameaçadora" kkk. Grata


Camila 08/07/2020minha estante
Imagina! 3 livros grandes assim dá um receio, né? Mas é muito boa! Volte nela quando achar que deve heheh


alcardoso 02/10/2020minha estante
Eu comecei pelo 1Q84 e terminei os três livros em uma semana. É aquela história que parece que acaba se lendo sozinha, de tão envolvente que é. Não se sinta ameaçada por começar uma grande obra. Deixe se levar e, caso não flua, para pra outra e volte a ela depois ;-). Outro livro que pode ser uma porta de entrada é o "Homens sem mulheres", por ser uma coletânea de contos.




baby targaryen 13/05/2023

Melancólico
Eu não posso definir esse livro de outro jeito que não seja melancólico. É um livro que fala muito sobre a transição da adolescência para a vida adulta, as descobertas sexuais, o amor, o amadurecimento e perdas. Eu gostei muito de todas as personagens femininas desse livro, em especial a Reiko, todas foram bem especiais e vou lembrar de cada uma delas e de seus jeitos pelo resto da vida, todas têm uma forma diferente de ver o mundo.
Esse é um daqueles livros que ecoam na sua mente por toda a sua vida.
"Estou acabada como ser humano. O que você tem diante dos olhos é um resquício da memória. O que havia de mais importante dentro de mim morreu há muito tempo e eu só funciono com a memória que restou."
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Ladyce 12/09/2015

Toru Watanabe can get no satisfaction
Toru é um herói como qualquer outro rapaz vivendo no final da década de 1960. Bom menino, educado, respeitador dos mais velhos. Vivendo pela primeira vez fora de casa, está aberto à experimentação. A história se passa no final da década de 1960. Tudo está em mudança da França, aos Estados Unidos, ao Japão. Experimento de vida nada tem a ver com radicalismo. Mas com a vontade de explorar as possibilidades. E é assim que encontramos Toru Watanabe pela primeira vez. Sua independência, sua busca, passa pela vida num dormitório, pelas novas amizades de rapazes que como ele procuram um caminho. Tem o ímpeto de dedicar-se às matérias que provavelmente serão úteis no teatro, carreira na qual imagina o seu futuro, mas procura acima de tudo o amor. Sair da casa paterna teve seu peso, mas a vida deixou de ser segura e previsível para ele desde a morte de seu melhor amigo Kizuki. Com ele e a namorada dele, Naoko formavam um trio de amigos inseparáveis. No entanto, Kizuki se suicida e Toru acaba se apaixonando pela namorada do amigo.

Para crescer emocionalmente e finalmente tornar-se o adulto que almeja ser, há de fazer escolhas. Para isso precisa experimentar. Como Nagasawa, um amigo do dormitório explica: “Se você só lê o mesmo que todo mundo lê, acaba pensando o mesmo que todo mundo pensa” [43]. E Toru experimenta, não só novas amizades masculinas, pessoas com quem jamais imaginara pudesse se relacionar, como com garotas nos bares, numa incessante procura de satisfação sexual. Não leva muito tempo para descobrir que pelo menos essa busca deixa o sexo insosso e sem sentido. À medida que se abre para conhecer novas pessoas Toru desenvolve seu próprio julgamento.

Mais do que um romance de passagem da adolescência para a vida adulta Haruki Murakami retrata uma era. Talvez a melhor representação do período que eu já encontrei na literatura contemporânea. Não importa que seja situada no Japão. Este é um retrato de uma geração inteira, chamada no ocidente de baby-boomers, que chegou à idade adulta antes de 1974, do final da Guerra do Vietnã. E o título, referência à música dos Beatles do mesmo nome, não é coincidência. A letra de "Norwegian Wood" é um paralelo bem feito à trama – ou falta dela – no romance.

Diferente de muitos não achei a história deprimente, nostálgica, nem achei as cenas de sexo despropositadas. Fiquei encantada ao ler os capítulos sobre o retiro nas montanhas. Só ali deu para perceber o que Murakami iria eventualmente desenvolver até chegar à sua extraordinária obra "1Q84".

Eu poderia dar a minha interpretação aqui sobre as três mulheres da vida de Toru. Mas não quero me alongar para não revelar mais do que o necessário. Mas são três as mulheres importantes em sua vida: uma – um sonho inatingível; outra contato com a realidade, uma união com a terra, com o sólido e seguro. E a terceira um sopro de vida, fértil de possibilidades. Ele faz a escolha certa.

Maravilhoso.
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Sira Borges 12/02/2024

Norwegian wood
É um livro pesado e leve ao mesmo tempo. Na verdade, ele encontrou uma maneira leve de falar de temas pesados. O cenário é muito bem descrito, faz referências a vários livros, o que eu acho muito interessante (Toru não se considera um leitor ávido, mas tá sempre com um livro na mão), a muitas músicas dos Beatles, inclusive no título, a bossa-nova, a Tom Jobim... As personagens femininas são muito doidas, cada uma nas suas peculiaridades, e o pobi do Toru vai aprendendo a lidar com elas e amadurecer ao mesmo tempo. Perdeu meia estrela pois eu não sou muito fã de finais abertos. Se bem que esse foi um final não tão aberto... livro muito bom!!!
Max 13/02/2024minha estante
?




sara320 15/10/2021

ninguém escreve como murakami
norwegian wood foi mais uma obra espetacular do murakami. estou sem palavras, uma vez que a imensa qualidade do livro, o qual acabo de terminar, me dominou. o luto, perdas e amadurecimento de vida do protagonista foram muito bons de acompanhar. como sempre, todos os personagens criados pelo autor japonês carregam muita cultura e poesia. todos nós temos um pouco do toru-san, e sorte daqueles com reikos e midoris para oferecerem o suporte necessário após as mazelas da vida, as quais são inevitavelmente enfrentadas por todos. norwegian wood é sincero, realista e muito importante.
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vifinkler 16/08/2021

O tanto de fala machista que tem aqui mds
Que livro mais machista. Todas as mulheres que tão no livro são sexualizadas, não tem UMA que ele não transa. Todas retratadas de uma forma muito idiota.
Tem spoiler Pq to puta da vida com uma escrita dessas.
Começando por Midori, a menina mais pick me de todos os tempos, impossível uma mulher de vdd ser assim se não for pra agradar homem, apenas isso. Parece que é empoderada mas na real tá só atrás do Toru. Tem algumas falas legais, mas no geral é isso, ele sexualizando ela, ela falando de sexo o tempo todo, como se não tivesse mais nada de interessante.
Depois vem a Naoko, que é a mais interessante, mas ainda sim o cara só lembra do corpo dela. Mesmo depois dela se matar, o que ele lembra é dela triste e ela chupando ele. Naoko tem alguma profundidade, pq com o fato dela ter depressão até tem algumas discussões sobre vida e okay.
E a Reiko, que também tem alguns problemas de saúde mental, traz um ar de inteligência emocional, ao mesmo tempo que conta uma história de uma MENINA DE 13 ANOS QUE ?abusou? dela. AH POR FAVOR NÉ.
Por fim, vou falar do Toru, pq o resto dos homens desse livro não vou me dar o trabalho. O Toru é um sem graça pra [*****], insuportável, não tem um traço de personalidade que se destaca positivamente. E ainda sim, todas as mulheres se encantam por ele, mas não sei porque. Tem altas falas machistas, de falar que não consegue dormir com uma mulher sem querer transar, corrigir como uma mulher fuma cigarro, faz comentário sobre a saia da Midori, e por aí vai.
Tem alguns pontos de crítica a greves estudantis e marxistas, sem propósito nenhum. E os papos sobre luto e suicidio até que gostei, por isso não tirei mais estrelas, mas eles não compensam o tanto de raiva que passei com essa objetificação das mulheres do livro.
Crônicas do pássaro de corda é mil vezes melhor comparado a esse. MDS QUE ÓDIO.
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Eric Silva - Blog Conhecer Tudo 26/05/2020

Um tanto melancólico e reflexivo
Um tanto melancólico e reflexivo, Norwegian Wood fala de temas como o suicídio e a transição para a vida adulta, tendo em si um enredo com uma veia cômica e uma artéria trágica. Livro do escritor japonês Haruki Murakami esse é um romance de personagens singulares e únicos e com profundas referências à música e a literatura. Confira a resenha desse que foi o livro responsável por catapultar a carreira internacional de seu escritor.

Sinopse do enredo

Toru Watanabe é um jovem universitário que está começando sua vida em uma república masculina. Recém-chegado a Tóquio, Toru ainda não conhece praticamente ninguém na cidade e vive uma vida solitária dedicada aos deveres da faculdade e a analisar as peculiaridades das pessoas com quem passa a conviver. A única pessoa conhecida na cidade é Naoko, a antiga namorada de seu amigo de adolescência Kizuki antes deste inesperadamente cometer suicídio.

Anos antes do tempo cronológico da narrativa, a morte de Kisuki foi um divisor de águas na vida de Naoko que nunca conseguiu superar a perda do namorado e se tornou uma garota introspectiva, psicologicamente frágil e confusa, mas também foi responsável por aproximá-la de Toru que era sensível a sua dor e não tardou a se apaixonar por ela. Toru tenta ajudá-la a sair de seu estado de morbidez e eterno luto, mas, na maior parte do tempo, seus diálogos com a moça são cheios de divagações e coisas incompreensíveis enquanto ambos caminham horas a fio e sem destino certo pelas ruas de Tóquio. Até que um dia, por conta de seus traumas, que o desenvolvimento da história mostrará serem bastante profundos, Naoko se interna em uma clínica especializada, abandonando a faculdade e a capital japonesa.

Ainda mais solitário, Toru se envolve com novas pessoas e numa espécie de fuga passa a viver uma vida de bares e sexo sem compromisso, enquanto se corresponde por cartas com Naoko e ocasionalmente a visita na clínica. Ele também conhece Midori, uma garota extremamente animada e excêntrica, o total oposto de Naoko e os dois começam uma amizade que gradativamente vai se estreitando. É entorno da relação de Toru com Naoko e com os outros personagens de personalidades bem marcantes e distintas que o livro de Murakami é construído e, por fim, acaba se revelando um retrato da nossa modernidade e da forma como as pessoas lidam com as perdas e com seus vazios existenciais.

Resenha

Há muito tempo que ouço falar do estrondoso sucesso de Haruki Murakami não só no Japão como no mundo todo e até no Brasil, mas nunca havia lido nada do autor japonês nascido em Quioto, em 1949. A minha primeira tentativa foi ano passado com a leitura de Caçando Carneiros, mas que abandonei quando estava lá pelos 20% do livro.


Foto: Eric Silva, 2019.
Norwegian Wood foi a minha segunda tentativa de imergir na escrita de Murakami e tentar, com uma cajadada só, entender o seu sucesso e incluí-lo na III Campanha Anual de Literatura que ano passado homenageou a literatura japonesa. Infelizmente não deu tempo de fazer essa inclusão, porque imergir na literatura de Murakami foi custoso e ler Norwegian Wood sem constantes interrupções e abandonos, quase impossível. No final, não deu tempo de incluí-lo no projeto e a resenha de seu livro saí agora quando já vivemos a IV Campanha Anual de Literatura, homenageando dessa vez a literatura italiana.

Norwegian Wood é um livro realista apesar de ficcional, mas que tem muito pouco da tradição contemplativa da literatura japonesa, ainda que traga uma mensagem profunda nas entrelinhas (falarei mais disso) e seja uma trama com um narrador profundamente observador. Todas suas personagens são profundas e muito bem construídas. Posso dizer que elas são bastante excêntricas e distintas entre si, e até certo ponto diferem da imagem típica que costumamos ter dos japoneses. Por isso, elas não são cansativas apesar da história em si não ter me cativado.

O título faz referência à música homônima dos Beatles lançada em 1965, no álbum Rubber Soul. Além de ser trilha sonora favorita de Naoko nas noites em que vivia na residência que ocupava com uma colega de quarto na clínica onde se internou, Norwegian Wood tem um conteúdo que se assemelha bastante ao livro de Murakami. Ambas falam de um relacionamento breve com momentos descontraídos entre dois jovens, mas que termina abruptamente e sem nenhuma palavra de despedida. Na canção, a moça mostra ao rapaz seu quarto e ali, sentados no chão, eles conversam até as duas da manhã enquanto bebem vinho. Depois ele vai dormir no banheiro e no dia seguinte ela desapareceu, deixando-o só. Cenas como estas são comuns no livro de Murakami que torna sua obra quase um retrato em prosa da música dos cantores ingleses. Contudo, os Beatles não são as únicas referências dessa que é uma obra repleta de menções a canções e obras literárias de artistas do mundo todo, e reúne duas grandes paixões de Murakami: a música e a literatura.

A escrita de Murakami nesse livro é prosaica, limpa e objetiva dispensado quase totalmente o uso de metáforas e outros recursos estilísticos que costumam encher de floreios a escrita de autores mais poéticos, mas, ao mesmo tempo, é um livro cheio de descrições e reflexões de seu narrador quanto as coisas que ele vivia e as cenas que presenciava no teatro de sua vida.

Em termo de conteúdo, do meu ponto de vista, Norwegian Wood é um livro que fala de perdas e das dificuldades que muitas pessoas têm de enfrentar o sofrimento. Assim cada personagem dessa história teve suas próprias situações traumáticas, mas responde a elas de formas completamente distintas. É também um livro que mostra bastante o lado terrível do suicídio: as marcas que ele deixa nas pessoas que conviviam com o suicida.

Norwegian Wood mostra como as vezes não conseguimos perceber os sinais deixados pela pessoa antes que ela tire sua própria vida. Fala como até mesmo pessoas que parecem perfeitas ou que vivem vidas maravilhosas podem estar sujeitas a crises e vazios existenciais, a não suportarem perdas repentinas ou a perderem a esperança. O livro de Murakami revela a fragilidade do ser humano, mas, sobretudo, a fragilidade da mente humana. Ao mesmo tempo, o autor faz uma denúncia da realidade moderna na qual as pessoas vêm perdendo a esperança ou deixando enxergar sentido na vida, onde tudo parece estar fora de lugar e sem saberem qual caminho tomar, as pessoas se refugiam no sexo, em relações vaporosas, em passatempos vazios de sentido, ou se entregam a morbidez de rotinas entediantes como Toru, ou até mesmo perdem os parafusos e não conseguem mais se reconectar às pessoas e ao mundo como ocorre com Naoko. Enfim, Norwegian Wood é um livro que possui um exército de personagens que de alguma forma esperam em vão por um deus ex machina saído de alguma tragédia de Eurípedes que irromperá os céus no último ato e então porá em seu devido lugar cada engrenagem solta para que a vida siga de novo seu fluxo inexorável.

Ao retratar o curso torto desse rio que seguimos e que se chama modernidade, Murakami escreve um livro que é também um retrato do Japão moderno que enfrenta todos os anos o problema de centenas de suicidas que engordam as estatísticas nacionais.

Para nos falar de todas essas coisas Murakami escolhe como narrador o jovem e apático Toru Watanabe, que segue uma vida de estudante universitário sem sabor, frequentando as aulas que não lhes dizem nada por não ter nada mais interessante ou especial na sociedade que o mobilizasse a largar tudo e abandonar a faculdade.

Watanabe se declara antissocial, calado e introspectivo, é realmente um personagem ensimesmado, mas que convive e dialoga com muitas pessoas. Algumas dessas pessoas são muito singulares e distintas entre si, como seu amigo Nagasawa, que vive uma vida de prazeres fúteis e sem significados, ou seu colega de quarto, o Nazista, que é fanático por limpeza e tem uma vida sem grandes propósitos, ou ainda Midori, que não esconde nenhum de seus pensamentos pervertidos e é bastante descontraída. Além disso, Toru está apaixonado pela doce e complicada Naoko, namorada de seu melhor amigo que cometeu suicídio alguns anos antes e que jamais superou essa perda. Como a situação com Naoko é extremamente complicada, Watanabe transa com muitas mulheres sem se envolver com nenhuma, enquanto espera que Naoko se resolva e supere seus problemas. Enfim, o protagonista é o típico jovem que vive por osmose preso a uma rotina enfadonha e que se encontra cercado por pessoas excêntricas as quais ele observa e até se sente atraído e por isso permite com que elas entrem em sua vida facilmente.

O suicídio do amigo e a morbidez e sofrimento vivido por Naoko são importantes elementos que impactaram a vida desse personagem que de certa forma vive uma vida medíocre porque não vê grandes sentidos e significados na vida em si. As pessoas que ele conhece são o verdadeiro substrato de sua existência que sem elas é taciturna e povoada de domingos mortos onde tudo que lhe resta é lavar e passar a própria roupa. Nesse ensejo, a relação de Toru com Naoko e sua relação com Midori o dividem bastante e ao mesmo tempo passam a serem vetores que determinam e preenchem a sua vida, mas como era de se esperar os constantes vão e vêm e autos e baixos com Naoko acabam por interferir também na relação com Midori.

Por seu turno, como dois extremos de um mesmo planeta, Naoko e Midori retratam diferentes formas como as pessoas enfrentam o sofrimento. Ambas vivem situações traumáticas e a dor da perda, mas suas reações são completamente opostas. Enquanto Naoko se torna taciturna, psicologicamente frágil e confusa em relação aos seus pensamentos e desejos e pouco ao pouco se torna ausente e alheia a vida, Midori reage de forma adversa com espontaneidade e bom humor, buscando viver intensamente e de forma despreocupada e divertida. O resultado final obtido por Murakami é um leque riquíssimo de personagens e que não se limitam aos que citei até agora.

Mas suicídios e conflitos existenciais não são os únicos conteúdos desse que foi o livro a catapultar internacionalmente a carreira de Murakami. Ele também regista de uma forma bem adulta o fim da adolescência de Toru e as banalidades do seu dia a dia sem perder uma certa veia cômica. Por isso Norwegian Wood apesar de ser um drama, não é excessivamente triste e pesado, mas uma abordagem realista da vida e do significado da morte, além de retratar a difícil passagem para a vida adulta.

Comparado a Caçando Carneiros esse é um livro que fez muito mais sentido para mim. Abandonei minha primeira tentativa de ler Murakami, porque com tantos elementos fantásticos, Caçando Carneiros se tornou um livro muito pouco compreensivo. Ele se assemelha a Norwegian Wood por retratar a rotina vazia e melancólica de seu protagonista, mas as várias lacunas em seu enredo o tronaram incompreensível. A sensação é que aquele é um livro incompleto ou que nasceu como continuação de outra obra – suspeita e divagação minha que depois descobri ser verdade. Ao contrário, Norwegian Wood é coeso e realista, tem começo, meio e fim. Além disso, seus personagens são muito bem estruturados e a narrativa é linear e independente.

Não obstante, Norwegian Wood não foi um livro que me fez imergir, não me cativou ou me impressionou. Não há grandes problemas na escrita ou na forma de narrar de Murakami, mas não me identifiquei com seu estilo. Em nosso jogo de sedução, Murakami não me conquistou.

[ALERTA DE SPOILER]. Por fim, quanto ao desfecho, ainda que eu não tenha me identificado com o livro, achei que o autor estragou tudo ao finalizar sua trama com o envolvimento entre dois personagens que cumpriam um papel muito específico na trama. Achei totalmente desnecessário e até fora de sentido o envolvimento de Toru e Reiko, personagem quarentona, amiga íntima de Naoko, interna da clínica e que na trama é um importante elo entre Naoko e Toru.

[ALERTA DE SPOILER]. Reiko é um personagem divertido e especial na trama. É ela quem apoia Naoko durante todo o seu tratamento e ao longo da trama sua importância cresce enormemente. Mas, no final, após uma série de acontecimentos, ela e Toru acabam transando quando isso não seria necessariamente uma consequência natural dos acontecimentos. Simplesmente Murakami acha que Reiko deveria ser mais uma no harém de Toru, ainda que por uma única noite, e isso, na minha opinião destrói completamente a atmosfera de cumplicidade, respeito e admiração mútua que existia ali e que fora construída ao longo do livro.

Enfim, Norwegian Wood não me conquistou, mas não decepciona porque é um livro de qualidade. Recomendo porque vai agradar leitores cults, principalmente, mas a mim que tenho um gosto para lá de excêntrico e pouco definido, ele não agradou.

A edição lida é da Editora Companhia das Letras, do ano de 2008 e possui 360 páginas.

site: https://conhecertudoemais.blogspot.com/2019/02/norwegian-wood-haruki-murakami-resenha.html
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alex santos 20/11/2022

Amores sob tensão
Murakami penetra fundo nas individualidades e peculiaridades dos jovens de uma sociedade complexa como a japonesa. Suas tensões e anseios, seus amores, desamores, problemas e dilemas, geralmente interrompidos por suicídios.
Confesso que esperava mais. Perdoem-me por não parecer a altura do livro.
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abbeyroads 21/01/2023

Norwegian wood desde o princípio me chamou muita atenção, desde que soube da existência do Murakami, quis ler algo desse autor que sempre era citado como dono de uma escrita tao melancólica, gosto muito disso. esse foi o primeiro livro que li de verdade, comprei ha dois meses mas só me joguei na história de fato tem dois dias e li ele completo nessas pouquíssimas horas, algo que nunca me aconteceu, eu nem tinha o hábito de leitura e tinha muita dificuldade em focar. falando do livro em si, é indiscutivelmente cativante, prende sua atenção, traz uma narrativa tao solitária e convidativa que não é difícil se identificar com falas e diálogos. eu li quase que até o final pensando no quanto era um livro bom, até chegar numas partes bem desconfortáveis que me fizeram entender o motivo de ser também um livro bastante polêmico. eu acho que muitas coisas nao agregaram em nada na história e foram bem desnecessárias. fiquei me perguntando o que se passou na cabeca desse escritor para escrever de bom tom algo tao repugnante e que nao tinha a menor necessidade de estar ali. mas ainda assim, isso de jeito nenhum diminuiu a fluidez do enredo pra mim. continuei lendo e me aprofundando e quando percebi, ja tinha terminado.

posso dizer que foi uma experiência filosófica pra minha vida. muitos diálogos me marcaram e tenho certeza que uma vez ou outra vou me pegar relendo esses parágrafos. mas acho que esse livro também é uma red flag imensa. nao sei se me arrisco a ler outros do murakami (spoiler: me arrisquei e adorei) mas nutri amor e "ódio" por esse. o fato dele citar o tempo todo cancoes dos beatles me fez amenizar a crítica. em geral é um livro bom, com uma história boa, gostei bastante. (talvez seja uma red flag minha também)
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Ggigold 30/05/2021

Murakami é incrível mas nesse momento ler temática de morte e suicídio ... não foi o ideal. Se gosta do autor e está em um momento tranquilo para ler isso, recomendo mas em geral não recomendaria o livro
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mr_reedies 25/11/2022

O harém mais triste que já li na vida
Li em alguma lugar que o Murakami tem como premissa sempre escrever sobre a relação de um homem com uma mulher, e, como esse é meu quinto livro lido dele, posso confirmar que as coisas são bem por aí mesmo. Acontece que Norwegian Wood, mais do que qualquer outro, na verdade, é sobre o relacionamento de um homem com várias mulheres.

E eu juro que vou tentar considerar a época em que o livro foi publicado (1987) nessa minha resenha e também a origem dele (Japão), que costuma ser bem famoso pelos animes de harém, em que um protagonista masculino, por nenhuma razão específica, costuma ser o centro das atenções de várias personagens femininas, mas, por aqui, já digo que o clima da história pra mim foi exatamente esse: o de um harém. Toru não é um personagem carismático e, pela descrição no livro, sequer é bonito, mas, de alguma forma, ele acaba sempre chamando a atenção das personagens femininas ao seu redor, por mais trágicas que sejam as origens por trás das relações entre eles.

E pode ser que Norwegian Wood chame a atenção de outros leitores por um motivo diferente, mas, para mim, foi esse o detalhe que chamou mais atenção no livro todo. Há, sim, todo um plot sobre luto, amizade e amor, mas fiquei com a impressão de que todos eles servem de desculpa para desembocar em sexo. Não que eu ache que um livro sobre sexo seja uma ideia ruim ou deva ser desvalorizado, mas acabei tendo um problema com as minhas expectativas aqui, pois não era isso o que eu esperava dessa vez.

Parando pra pensar agora, o livro, em si, tem uma premissa muito simples, principalmente quando comparado aos outros livros que li do Murakami. Mesmo assim, a narrativa "confortável" e fluida do autor, mesmo que extensa, continua presente e continua sendo para mim um objeto de grande admiração. Mas não consigo me imaginar relendo esse livro, e não porque seus assuntos são fortes ou polêmicos, mas porque sinto que já entendi o que ele quer dizer, e não é muito.
Babi 09/01/2023minha estante
Descreveu tudo que eu queria dizer!




beatriz 19/06/2021

decepcionante.
eu estou entre dar uma estrela e meia e duas estrelas pra esse livro, mas vou deixar assim por enquanto.

quando eu começei a ler eu tinha altas expectativas, altas mesmo. porém, eu me decepcionei e MUITO.

a escrita é maravilhosa e conseguiu me manter "presa" ao livro. dito isso, esse foi basicamente o único ponto positivo do livro pra mim.

vou tentar explicar quais foram os principais motivos que me deixarem incomodada:

1. o personagem principal é simplesmente muito chato, ele cisma em dizer várias vezes que nunca mente, que nunca magoou alguém, mas a gente consegue ver claramente pelas ações dele que isso é mentira. ele também acha que ele é super diferente, que todas as outras pessoas do alojamento em qual ele vive são insuportáveis, mas ele mesmo é extremamente chato.

2. o autor do livro levantou em um belo dia e disse "quero escrever um livro com ... hmm... misoginia!!" e foi basicamente assim que norwegian wood foi criado!! juro, tem tantas falas e cenas misóginas que é simplesmente muito irritante de se ler. o personagem principal soltou a frase "não é assim que garotas fumam cigarro" e coisas do tipo "é claro que estão olhando pra sua perna quem mandou você sair com essa saia curta." e ainda PIOR em uma cena uma personagem chama ele parar ir dormir na casa dela e ele diz que acha melhor não pois quando se deita com uma garota sente instantaneamente vontade de transar com ela e poderia acabar forçando ela a ter sexo com ele. que MERDA é essa???? e eu poderia seguir indo e indo porque há várias frases desse tipo.

3. (aqui vem um pequeno spoiler então...)
essa foi a parte que eu mais achei NOJENTA do livro inteiro, uma mulher relata que quando ela tinha 31 anos ela deixou uma garota de 13 anos que era sua aluna de piano a "seduzir" sim isso mesmo, ela deixa a garota a despir e fazer sexo oral nela. a mulher disse que simplesmente ficou paralisada. e ainda por cima ela disse que ficou muito excitada e que uma parte dela queria sim transar mais com a CRIANÇA. (porque com 13 anos é sim uma criança.)
a menina é basicamente retratada como a vilã da história que seduziu e acabou com a vida da mulher mais velha, e ainda é usado o termo lésbica experiente pra se referir a ela.
para completar, quando boatos começam a se espalhar de que a menina tinha sido abusado pela mulher, o marido dela fica mais preocupado com o fato dela ser chamada de lésbica do que de pedófila, abusador sexual.

quando perguntada se é lésbica mesmo a mulher diz que as vezes é. como se alguém pudesse AS VEZES ser homossexual e outras não.


enfim, acho que essa resenha já ficou grande demais, ainda tenho mais pontos que me incomodaram mas vou por enquanto deixar só esses.
a escrita é maravilhosa mas pqp que merda aconteceu aqui.
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Bebela 20/03/2022

Esse livro vai de 0 a 100 muito rápido
A história é interessante e cativante, fiquei curiosa para saber mais sobre as relações que o personagem principal tinha com os outros. Fiquei surpresa com muitos acontecimentos inesperados ao longo da trama, mas também fiquei surpresa com coisas que pareceram meio aleatórias. Enfim, estou com a sensação que gostei mas ao mesmo tempo nem tanto assim do livro, é difícil de explicar.
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