null 21/06/2023
Leitura da noite
A história dessa peça aconteceu nos Estados Unidos, em Massachussets, 1692. E se trata em boa parte de uma história real.
Para livrar a própria pele, as pessoas acusavam outras, trazendo dezenas de pessoas inocentes a um julgamento perturbado onde tudo era indício para envolvimento com "feitiçarias" e como destacado na obra: confissão forçada era a única escolha.
Como sabemos, as pessoas consideradas "bruxas" incluíam todas as professoras, sacerdotistas, ciganas, místicas, coletoras de ervas, parteiras por práticas do uso do conhecimento médico para evitar as dores do parto entre tantas outras (os)... inclusive, uma das mulheres acusadas na obra foi à julgamento por ler livros, outra nada tinha feito apenas foi acusada por alguem que buscava vingança pessoal... Durante anos de "caça as bruxas" a intolerância religiosa queimou na fogueira a quantidade impressionante de (de acordo com estudiosos modernos) +40.000 execuções.
Parte explicativa da obra:
"Há muito que se possa descortinar sobre a natureza humana no belíssimo trabalho
de Miller, mas a par disso é extremamente esclarecedora para quem maneja o Direito, imprescindível para a compreensão das nuances e dos limites de um processo penal.
Uma leitura instigante e perturbadora que denuncia o abandono de princípios tradicionais nas decisões de exceção e a contaminação do julgador pela opinião pública: quando a
autoridade se legitima pelo medo.
É um alerta para os riscos de uma postura abertamente inquisitória (aquela que
confunde juiz com acusador e trata a defesa como uma afronta) e mesmo a
ideia da desproporcionalidade das provas: quanto mais grave a acusação, mais
tênues os indícios exigidos para demonstrá-la.
As Bruxas de Salém nos mostra, enfim, até onde o esvaziamento do sentido de
garantia do processo, pode nos levar, particularmente nos julgamentos movidos
pela repulsa popular."
(Resenha descritiva - sem opiniões)