Resenhas - Vinte e Zinco

sonia 15/01/2014

Explicação do porquê do título Zinco, pelo próprio Mia
Livro de forte cunho político, que exige do leitor um pouco de informação histórica sobre o local e a época, a obra de Vinte e Zinco foi escrita a pedido da editora portuguesa Caminho, interessada em um quadro de histórias que fizesse recordar o 25º aniversário de 25 de abril, data em que Portugal comemora a queda da ditadura salazarista. Essa condição se tornaria o mote principal com que o escritor articularia seu painel literário.
Daí a construção irônica do título. O próprio Mia Couto ratifica essa idéia, em entrevista ao Jornal de Letras de Lisboa:
‘O 25 de Abril não é uma data nossa, de Moçambique. Só indirectamente. O nosso 25 é outro, o de Junho (de 27), a data da independência. (...) O nosso 25 ainda está por vir, por isto este é os vinte e zinco, porque eu ainda continuo a morar numa casa de madeira e zinco. O título tem a ver com isto e com o modo como o 25 de abril foi vivido em Moçambique. Não como uma data de ruptura, como aqui, porque lá a ruptura só se dá um ano e pouco depois.’ (jornal de Letras, 1999, p.7)

Rodrigo 27/08/2022

O insólito e sua magia
Mia Couto nos apresenta personagens marcantes e envolventes. Com muito realismo fantástico, o insólito permeia todas essas páginas.

Carol 22/01/2022

Romance sobre a relação de dominação dos portugueses sobre os moçambicanos
Elementos da História e da Cultura Moçambicana (e Africana de forma mais geral) são descritos por Mia Couto ao longo dos capítulos, submetidos ao domínio da Cultura Portuguesa/Europeia, que colonizou o país por anos. A dominação também está presente nas relações entre as personagens, principalmente na violência empregada pelos policiais brancos aos negros - apenas Irene respeitava a História e a Cultura locais.

Por mais que seja ficção, o texto mostra parte da realidade de Moçambique de forma romanceada, despertando ainda mais raiva dos portugueses (europeus) que dominaram tantos países e levaram tanta destruição cultural, da natureza e tantas outras coisas durante o período colonial.

Duda Girard 04/05/2009

1º contato
Este foi o meu 1º contato com Mia Couto e com a Literatura Africana.
Gostei bastante, vale a pena ler, mas antes é preciso um pouco de respaldo histórico no que se refere ao 25 de abril.

Juliane 01/11/2020

Para melhor entendimento
Eu recomendo pesquisar o que foi o 25 de abril em Moçambique, para entender melhor o livro. Não fiz isso no início, e foi uma confusão danana enquanto lia. Entretanto, um livro bom, com um final de arrepiar.