naniedias 21/01/2013A Primeira Noite, de Marc LevyATENÇÃO: Essa é a resenha do segundo livro da série. Se você ainda não leu o primeiro e não gosta de SPOILER, talvez não seja uma boa ideia ler essa resenha. A Nanie evita spoilers, mas como é uma série, não tem como não falar nada do que aconteceu anteriormente.
Sinopse:
Adrian tem pistas de que Keira pode estar viva e ele não perde tempo - tudo o que mais quer é estar novamente com sua amada.
Mas caso Keira esteja realmente viva, as buscas serão reiniciadas?
O que eu achei do livro:
Chega ao fim uma saga muito interessante escrita por Marc Levy. Então vamos às minhas impressões sobre essa leitura.
Primeiramente, o estilo de escrita de Marc Levy é muito diferente do que eu estou habituada a encontrar.
De forma alguma é simples - é um tanto poético e rebuscado, mas ainda assim muito interessante. Como o livro se foca na busca dos dois protagonistas, o ritmo da história - apesar da escrita não simplista do autor - é bastante dinâmico e a leitura bem rápida.
Esse segundo livro começa exatamente de onde o primeiro parou e dá prosseguimento à aventura. Eu fiquei muito feliz de ter esperado um pouco para concluir a leitura, porque acho que se tivesse lido um seguido do outro teria ficado com raiva dos protagonistas, mas volto a isso depois.
Logo no início do livro, o leitor encontra uma carta escrita por Walter (melhor amigo de Adrian) onde ele relembra tudo o que aconteceu no primeiro livro. Uma maneira perfeita de inteirar aquele que já leu há algum tempo dos acontecimentos prévios.
Apesar disso, entretanto, não acho que é o suficiente para quem não leu o primeiro livro... A Primeira Noite deve ser lido após O Primeiro Dia.
O restante do livro continua com a mesma ideia do anterior - a narrativa é em primeira pessoa quando Adiran é o protagonista (ele narra sua própria história) e em terceira pessoa em outros trechos. Adrian está contando sua história para Keira e quando ela está envolvida ele a chama de "você" mesmo fora dos diálogos - o que ao mesmo tempo me causou certo estranhamento e me deixou maravilhada - porque é uma forma bem intimista de narrar a história, que me transportou diretamente para dentro do livro.
Eu quase me senti a Keira. Quase, porque não consegui me identificar muito com a personagem nesse livro.
Os dois problemas que me incomodaram na aventura anterior ainda continuam presentes.
Quais foram?!
Os protagonistas pedantes e a quantidade exagerada de mistérios.
Os personagens são muito bem caracterizados - desse mal o texto de Levy não padece. Mas ao mesmo tempo que são muito bem construídos, todos parecem ser extremamente inteligentes - a um nível que incomoda, demais!
Todo mundo parece saber detalhes sobre diversos assuntos, de diversas áreas. Apenas Keira se mostra desconhecedora quando o assunto é matemática (embora isso não tenha me acalmado. Porque ela não sabe coisas simples da matemática - o que também é irritante... já que sabe tanto de outras coisas, podia saber pelo menos que o número π existe e o que ele, basicamente, representa).
De maneira geral, entretanto, todos os personagens parecem ser gênios que conhecem detalhes dos mais diversos assuntos.
E quanto aos mistérios, eu gosto deles. Mas esse livro abusa um pouco - fica um tanto cheio de mistérios demais. Sempre que isso acontece eu fico meio irritada... prefiro quando o autor utiliza menos mistérios, mas os explora melhor.
A aventura do livro é muito interessante. A incessante busca dos protagonistas pela verdade é tocante e viciante - as páginas quase se passam sozinhas enquanto o leitor fica ávido para conhecer o final e saber de toda a verdade.
Eis, porém, aqui o grande tropeço do livro ao meu ver.
Não, não é que ele não tenha final. Ainda bem, Marc Levy finalizou bem o seu livro - e o leitor fica ciente da resolução da maior parte dos mistérios. O problema foi a decisão que eles tomaram... e o porquê de terem tomado tal decisão. Não vou entrar em detalhes, porque aqui está uma das maiores revelações do livro - só que eu não gostei de tal revelação, achei meio boba e sem muito sentido.
Ainda assim, entretanto, é algo que me faz pensar... será que é mesmo tão boba ou estariam certos ao levantá-la?
A Primeira Noite não é o melhor livro que já li, mas é uma aventura bastante gostosa que termina de forma satisfatória o que começou em O Primeiro Dia. Certamente quero ler outros livros do autor.
P.S.: Uma das únicas coisas que eu achei que ficaram sem resolução no livro foi sobre Egorov: o que aconteceu com esse personagem?
Talvez eu tenha deixado passar algum detalhe (o que é o mais provável), mas para mim ficou parecendo que esse personagem ficou perdido no meio da história sem finalização.
Nota: 6
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