Música Ao Longe

Música Ao Longe Erico Verissimo




Resenhas - Música Ao Longe


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Paulo.Rodrigues 22/03/2024

Uma família com raízes no passado
Música ao longe

"O amor que ainda não se definiu é como uma melodia do desenho incerto. Deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugido e misterioso de uma música ao longe..." Erico Veríssimo

Assim se enreda a história da professorinha Clarissa, uma jovem sonhadora que tem uma vida voltada ao passado familiar e infantil a especulação sobre o futuro. O livro foi escrito em 1934 e retrata uma família em rica e abastada e franco decadência e que vivem de um passado que não volta mais. E neste meio está a família Albuquerque a qual pertencente a personagem Clarissa que, a meio a tudo isso, sonha com uma vida melhor e tenta entender toda essa confusão, tem um amor platônico pelo primo Vasco, órfão de pai e mãe e que se mostra um rebelde sem causa e que possui um pensamento diferente dos adultos que o cercam, pois ninguém o entende e ele acha as ideias dos mais velhos ultrapassadas e aí surgem os conflitos de uma geração idosa contra uma geração jovem e cheia de vida e de esperança por mudanças.
Um bom livro que contempla uma vida familiar voltada ao passado e que não se permitem olhar para um futuro a frente.
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Thaís Bueno Serafim 30/01/2024

Terceiro romance publicado por Erico Veríssimo foi escrito em 20 dias! Aqui acompanhamos o retorno de Clarissa para sua cidade natal e o início de seu trabalho como professora.

O livro se passa dois anos após o anterior e se alterna entre as observações de um narrador onisciente e as entradas do diário que Clarissa começa a escrever. Acompanhamos o amadurecimento da protagonista ao longo do livro.

Em "Clarissa" já pudemos perceber que os Alburquerques, família da protagonista, passa por dificuldades financeiras. Agora vamos entender o que os levou a essa situação de decadência e dificuldades.

Assim, conhecemos os pais de Clarissa(João de Deus e D. Clemência), seus tios (Jovino e Amâncio), sua tia-avó Zezé, seu primo Vasco, e outros personagens que circulam pelo casarão da família, como o gentil Seu Leocádio.

Desta vez o personagem que se contrapõe à visão de mundo da protagonista é seu primo Vasco, que tem participação importantíssima na construção da narrativa.

O livro aborda temas como a industrialização do país, a ascensão dos imigrantes e a decadência das famílias "tradicionais" daquele tempo.

Leitura recomendada!

"O engraçado é que a gente fica moça, compreende melhor as coisas, estuda nos livros mas continua sentindo mais ou menis o que sentia quando criança. Certas impressões custam a se apagar..." (p. 22)

"Mas será que a gente não pode fazer mais do que ter pena? Não haverá um remédio para a pobreza? Se todos tivessem boa vontade, acho que o mundo melhorava sem comunismo nem essas outras histórias que os jornais falam todos os dias. Mas infelizmente por tida a parte eu só encontro gente com disposição de brigar e prejudicar o próximo." (p. 155)

"Ler é muito bom. Se não fosse a leitura, eu era muito infeliz." (p. 195)

"(...) o mundo só endireitava depois que os homens compreendessem que deviam acabar com as guerras. (...) as guerras que nós pensamos que rebentam por causa do famoso patriotismo, são geralmente provocados pelos vendedores de armamentos e por outros grandes negociantes que podem tirar partido das bagunças internacionais." (p. 251)

site: https://www.instagram.com/p/C2n10zfrrVy/
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j.myaki 11/01/2024

Muito carinho por esse livro!
Eu amei esse livro. Ainda mais do que havia gostado de Clarissa, que foi uma leitura muito boa apesar de ter problemas que pra mim foram impossíveis de ignorar. Aqui a narrativa nostálgica e poética é mantida, com uma camada de melancolia a mais, pois o autor explora o amadurecimento da personagem a partir das sementes plantadas no primeiro livro. Não resisto a histórias assim! Impossível não ser cativado pelo olhar da protagonista, mesmo que ela diga que é "impossível um diário mais bobo que o meu". Foi tão bom acompanhar esse (acho que menos que isso) ano na vida dela :)

Fiquei muito satisfeita de notar que as críticas sociais aparecem com clareza nesse livro; muitas vezes na leitura do anterior, senti falta de críticas mais pontuadas, que justificassem algumas das passagens problemáticas da história. Esses pingos nos is me deixaram com vontade de reler o primeiro - e acho que é isso que uma boa continuação faz! Assim como agora tenho vontade de ler tudo que o Érico Veríssimo já escreveu.
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Rosana.Montenegro 22/10/2023

Música Ao Longe
Clarissa cresceu, agora é uma professora primária, mas mantém seu ar de ingenuidade.
Apaixona-se por seu primo Vasco, um rebelde nato.
Paralelo a tudo isso, o livro mostra a decadência da família Albuquerque e o Brasil na época de Getúlio Vargas
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Aline Sulzbach 27/07/2023

Clarissa guria Clarissa mulher
Voltei à adolescência para acompanhar Clarissa Albuquerque em suas conversas íntimas e descobertas. Com Clarissa voltei aos meus 16 anos (faz tempo) e senti os seus sentimentos (foi louco e não consigo explicar). Coisas de Erico.
A novata professora com a responsabilidade de educar tantas crianças. Uma guria percebendo a falência da família de nome e pompa.

Ri com muitas frases. Em destaque:

"E quando o autor fosse feio, deveria botar o retrato de outro que fosse bonito, só para não matar a ilusão das leitoras." Erico Verissimo
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Cida Zientarski 24/03/2022

Música ao Longe, de Erico Verissimo
Descrito pelo ângulo da personagem, a jovem Clarissa caminha para a maturidade. Ela, antes uma menina, agora é uma jovem professora primária em sua cidadezinha do interior e lá retrata sua vida, olhada com seus olhos ingênuos, mas muitas vezes críticos.

As páginas do diário de Clarissa revelam seu mundo interior, muitas vezes inquieto, principalmente pelo amor que seu primo, Vasco, desperta nela e que ela muitas vezes não entende. Nas palavras de seu poeta preferido, Clarissa assim define seu amor por Vasco:
“O amor que ainda não se definiu é como uma melodia de desenho incerto. Deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugido e misterioso de uma música ao longe”.

Vasco é um rapaz arredio, agressivo e misterioso, que não concorda com muitas coisas que acontecem com sua família e se rebela contra eles.
A história retrata também a decadência da tradicional oligarquia Albuquerque, como um relato da decadências das antigas oligarquias que dominaram o país e que se viam em uma situação de falência com o novo estado econômico que o Brasil se encontrava na década de 30.
Mesmo focado na ingenuidade da personagem, Érico não deixa de criticar a realidade da sociedade brasileira em franca mudança com o governo estabelecido por Vargas.

Também tem outros personagens: João de Deus, estancieiro arruinado; Jovino e Amâncio, ambos em dificuldades financeiras, dominados pelo vício; D. Zezé, uma velhinha que vive voltada para o passado; Cleonice e Pio, noivos há doze anos; Seu Leocádio, o velhote dos mistérios, dono do único telescópio que existe em Jacarecanga, charadista, poeta, músico e entendido em almanaques.

O que vemos nessas páginas é a vida duma cidade do interior do Rio Grande desfilar em câmera lenta diante de nossos olhos. A história é escrita com simplicidade de linguagem e de construção.
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Mateus 25/01/2022

Música ao Longe, e o processo do amadurecimento.
Música ao Longe, escrito por Érico Veríssimo, faz parte da série de romances que tem como contexto a sociedade tanto urbana, quanto interiorana do Rio Grande do Sul.
O livro é uma continuação de 'Clarissa'. Se em ' Clarissa', acompanhamos a menina durante a infância, com suas ilusões e sua inocência, em Música ao Longe não chegamos a acompanhar como uma adulta, mas sim um adolescente, com os seu dezesseis anos, dando aulas em uma escola na região.
Clarissa faz parte de uma família em decadência, a família Albuquerque. O patriarca da família, João de Deus, é um homem extremamente orgulhoso, que não aceita sua condição, pois ainda tenta encontra importância em seu sobrenome, fica revoltado com a expansão dos imigrantes na cidade, principalmente de uma família chamada Gamba, italianos, que receberam auxílio do pai de João de Deus.
Aliás, o contexto histórico da obra auxilia no entendimento desse crescimento de imigrantes tanto no Rio Grande do Sul, tanto no Brasil, já que durante a década de 20 e de 30, vários imigrantes se estabeleceram no país.
A esposa de João de Deus, D. Clemência, uma mulher que nunca demonstrou muito carinho por Clarissa.
Jovino e Amancio, tios de Clarissa, ambos com seus vícios, o primeiro, em bebidas alcoólicas, o segundo, em cocaína.
D. Zezé, tia de Clarissa, senhora que vive relembrando o glorioso passado da família.
Cleonice, outra tia de Clarissa, que está noiva de um homem chamado Pio, a doze anos !
Vasco, primo de Clarissa, neto de D. Zezé, muito rebelde, e considerado um bicho do mato pela família.
E seu Leocádio, amigo da família, um falso intelectual da cidade, que que não tem conhecimento sobre o que fala. Esse tipo de personagem aparece regularmente nos livro do autor.
É nesse núcleo que Clarissa vive, por vezes se sente triste, sozinha, incompreendida, na verdade, ela mesma não sabe o que sente.
Clarissa gosta de ler livros românticos, e principalmente um livro de poemas, escrito por um homem chamado Paulo Madrigal, o qual da título ao livro.
Ela também tem algumas ideias ingênuas, mas, durante a escrita de seu diário, demonstra ao leitor uma quebra de imagens que ela tinha da vida, em relação a sua família , a condições sociais, ao jeito de como o mundo é. Ou seja, o livro nos mostra a perda da inocência,o processo de amadurecimento de uma jovem que, recém saída da infância, deve se confrontar com a vida como ela é.
Esse amadurecimento é demonstrado pelas descobertas que Clarissa faz sobre Seu Leocádio , sobre Vasco, e sobre o poeta Paulo Madrigal,o que faz o seu conceito sobre esses personagens mudar.
Além disso, também podemos realizar interpretações sobre a procrastinação dos personagens, a principal representada por Pio, e por João de Deus, que vive dizendo que irá começar a fazer a família recuperar dinheiro e o status da mesma, mas nunca o faz.
Porém, mesmo o livro tendo tantas possibilidades de interpretações, ele está longe de ser o melhor do autor. O próprio Érico reconhece isso. Do mesmo jeito, a leitura é válida, fácil e agradável, exceto por alguns momentos melosos.
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Edmar.Candeia 11/01/2022

Clássico
Tendo lido na sequência que me foi indicada a estória fez sentido. Como os demais livros de Érico Veríssimo percebo uma narrativa com toques de crítica social, sem ficar chato. O texto é muito bom e apaixonante, dá para sentir a agonia da personagem principal, e a decadência de uma família "tradicional", que possivelmente todos nós já assistimos ou tivemos notícias.
Aline Sulzbach 27/07/2023minha estante
Edmar, li na sequência e ficou esse sentimento. Clarissa indo a Porto Alegre estudar magistério (3 anos) e o retorno da sua cidade. As mudanças na estrutura da família e nas finanças. Ela em busca de entender o motivo das mudanças de cada um.




Marjory.Vargas 01/12/2021

“Eu não devia observar tanto, pensar tanto. Se tivesse mais no ar, era mais feliz. Quando a gente quer olhar tudo, acaba descobrindo o que há de feio no mundo.”

Clarissa (do livro homônimo) cresceu e voltou para a pequena Jacarecanga, onde agora é professora. Romântica, a jovem aguarda a promessa do amor, que “tem o encanto fugidio e misterioso de uma música ao longe”, sem perceber que, na verdade, ele sempre estivera ali a seu lado.

O livro intercala entre a narrativa em terceira pessoa e as passagens do diário de Clarissa. A família Albuquerque, um dos pilares da cidade, passa por grandes dificuldades financeiras. O pai perdeu a estância e várias casas, e está quase perdendo o casarão onde a família vive.

E há o misterioso primo Vasco, que Clarissa chama de Gato do Mato. O rapaz é renegado pela família, visto que o casamento da mãe não foi aprovado pela família. Porém, quando o pai de Clarissa perde a casa onde Vasco mora com a avó e os tios, a família toda se junta no casarão e os conflitos passam a ser diários.

Vasco enxerga os problemas da família, que ainda se fia no sobrenome para resolver os problemas. É engraçado de acompanhar os pensamentos de João de Deus, o pai de Clarissa, que, apesar de estar falido, não abre mão da sua sesta depois do almoço, que se estende até as cinco da tarde, horário que ele então considera tarde para começar a resolver problemas. E assim mais um dia se finda em que os Albuquerques vão empurrando os problemas com a barriga.

Apesar de ser um livro com um plano narrativo aparentemente simples, Verissimo alcança notas mais complexas ao unir a sinceridade à ironia, o retrato psicológico à observação social, o individual ao todo, o amplo ao pequeno, e, pelos olhos de uma menina de dezesseis anos, temos uma forte crítica à sociedade gaúcha da década de 1930.
Alê | @alexandrejjr 24/04/2022minha estante
Bela resenha, Marjory!




wess 22/08/2021

Música ao Longe
Sensações boas definem esse livro pra mim. Escrita divertida, ri muitas vezes com os personagens e suas implicâncias um com o outro. Curto e dinâmico, sentimentalista e ao mesmo tempo cru e seco. Gostei bastante.
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Raissa Barros 06/06/2021

A simplicidade da história me surpreendeu
O livro me surpreendeu pela simplicidade da história e da forma de escrita do autor. É possível sentir as angústias e tristezas de Clarissa, personagem central desse drama familiar.

O livro é narrado do ponto de vista de Clarissa, que vê o declínio de sua família, que fora rica e respeitada na cidade do Rio Grande do Sul.

A vida e o cotidiano de Clarissa são tedioso. Nada acontece, mesmo assim ela mantém um diário no qual escreve seus sentimentos sobre a vida e sua opinião sobre as pessoas.

A única coisa que movimenta o seu dia-a-dia é a curiosidade que sente em relação ao seu misterioso primo, Vasco. Mas ela não percebe que essa curiosidade na verdade é muito mais que "curiosidade" e que seu primo, segundo um poeta que ela aprecia, "tem o encanto fugidio e misterioso de uma música ao longe".
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Sabrina 04/06/2021

Simples, porém...
Música ao Longe faz você acompanhar a vida tediosa de Clarissa. Com um olhar simples e inocente, ela observa a decadência de sua família que não admite seus infortúnios e tentam ainda viver sob a glória de seus antepassados. É um livro com uma escrita simples e belíssima que faz com que você sinta as dores e angústias da personagem principal sem te forçar a nada. Por ser o primeiro livro do Érico Veríssimo que eu li, não tenho muito o que falar sobre o autor em si, mas com certeza foi uma história que aguçou minha vontade de ler mais coisas desse escritor.
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Marcelo.Oliveira 19/04/2021

"O amor que ainda não se definiu é como uma melodia do desenho incerto. Deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugido e misterioso de uma música ao longe."
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Lú Ribeiro 17/09/2020

Me surpreendi
1° contato com esse Autor, extremamente sensível e claro na sua forma de expressar.
Uma delicadeza ao falar de coisas difíceis e tão comuns a nós, humanos.
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