Sobre a escrita

Sobre a escrita Stephen King
Stephen King
Stephen King




Resenhas - On Writing


636 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Fabio Shiva 27/05/2022

As preciosas (e às vezes perigosas) dicas de Stephen King sobre a escrita
Eu tinha de 15 para 16 anos quando li uma de minhas histórias favoritas de Stephen King, “O Corpo”, que depois renderia um filme igualmente bom, “Conta Comigo” (https://youtu.be/-0jDyn5thTY). Por essa época eu já sabia que queria ser um escritor, o que explica que a frase mais marcante que li no livro tenha sido:

“Um pouco de talento é uma coisa boa para se ter se você quer ser um escritor. Mas a única exigência real é a capacidade de lembrar de cada cicatriz.”

O que lembro até hoje foi o desalento que senti ao ler essa frase. Meus olhos buscaram imediatamente uma cicatriz que tenho no joelho, que eu recordava ter sido causada por uma queda de bicicleta quando eu tinha 7 ou 8 anos… e apenas isso. Por mais que me esforçasse, não consegui me lembrar de mais nenhum detalhe a respeito dessa cicatriz.

Só muito tempo depois é que fui perceber o quanto essa frase do Stephen King me marcou. Aquele que na época eu considerava o melhor de todos os escritores havia decretado, em outras palavras, que me faltava o ingrediente principal para me tornar um escritor! O trauma foi tamanho que no primeiro livro que escrevi, “O Sincronicídio” (http://youtu.be/Vr9Ez7fZMVA), muitos anos depois, a trama gira em torno de um homem que sofre uma lesão cerebral que o torna incapaz de recordar qualquer fato que aconteça… na mesma medida em que intensifica seu poder de imaginação. Pois esse foi o caminho que encontrei para lidar com o decreto real de meu ídolo, sem abrir mão de meu grande sonho: onde me falta memória, sobra imaginação!

Achei importante compartilhar essa história como uma advertência aos jovens aspirantes a escritor que venham a ler “Sobre a Escrita” de Stephen King. O livro traz valiosos insights e convites à reflexão, mas se for levado a sério demais, como algo tipo uma “Bíblia Sagrada do Escritor”, pode acabar não gerando inspiração e motivação (como certamente foi a intenção do próprio King), mas desânimo e frustração.

Vou citar três exemplos em que eu pessoalmente (e com humildade) discordei das afirmações de Stephen King sobre a arte e o ofício de escrever. Logo no início ele diz que é importante terminar o primeiro rascunho de um romance (mesmo os volumosos) no prazo de três meses. Para conseguir essa proeza, King impõe a si mesmo uma meta de 2.000 palavras por dia, que ele só deixa de cumprir diante de “terríveis circunstâncias”.

Logo no início da pandemia (antes de ler esse livro) eu resolvi adotar um método parecido, como forma de me estimular a continuar escrevendo em um momento tão deprimente. Adotei a seguinte resolução: a cada 24 horas que eu respiro o ar da Terra, devo à vida 1.000 palavras escritas. De lá para cá tenho levado essa resolução muito a sério, chegando ao ponto de criar uma planilha no excel para acompanhar diariamente o meu progresso. Consegui acumular um saldo positivo de 7.000 palavras, quando subi a meta diária para 1.100. Bastaram alguns poucos dias sem escrever para me deixar inadimplente, e ao ficar devendo 7.700 palavras voltei às mil por dia. No dia de hoje (27/05/2022) meu saldo é de -100 palavras.

Novamente, conto essa história para mostrar como essa meta deve ser pessoal. Alguns colegas escritores acharam minhas mil palavras por dia excessivas, da mesma forma como hoje acho as duas mil de Stephen King ainda inatingíveis. Se eu for medir o meu valor como escritor pela capacidade de bater essa meta (além daquela coisa de lembrar da história de cada cicatriz…), o mais provável é que acabe desanimando e desistindo de escrever.

Minhas duas objeções seguintes são mais veementes, devido à veemência do próprio King. Primeiro ele afirma (de modo cômico, mas também enfático), que todos os advérbios devem ser cortados de um bom texto. O princípio desse ensinamento é válido (“não conte, mostre”), mas não deve ser encarado com exagero.

Também achei exagerada (e mais nociva) a aversão de Stephen King ao “enredo”. Para ele, escrever deve ser como escavar um fóssil, ou seja, retirar de uma área oculta da mente algo que já está lá, completo e inteiro. E mais ainda: retirar com cuidado, usando escovas mais que pás, para não danificar a frágil integridade daquilo que está enterrado.

Esse é um processo válido, mas certamente (olha o advérbio!) está longe de ser o único processo válido. Em defesa do enredo, vou citar um único livro: “Sobre Meninos e Lobos”, de Dennis Lehane, uma obra magistral sobre as consequências de nossas ações (e que também rendeu um filme sensacional, dirigido por Clint Eastwood: https://youtu.be/rW7n3PsFd8U). Uma história como essa seria inconcebível sem enredo, pelo método da “escavação de fóssil”. Isso para não mencionar todos os livros que já foram escritos seguindo “a jornada do herói” (https://youtu.be/Stdko2NIUNI), por exemplo.

O problema todo é que Stephen King pode ser terrivelmente convincente. E quando ele diz que o certo é escrever dessa ou daquela forma, isso periga virar uma lei inalterável na cabeça do leitor. Então, em resumo, amei ler esse livro sobre a arte de escrever, mas acho que um título mais adequado teria sido “On My Writing” (“Sobre a Minha Escrita”).

Se você escreve ou pretende escrever e ainda não leu esse livro, leia! Mas leia buscando a cada momento verificar se aquilo reverbera como verdade em seu íntimo. Pegue o que for válido e descarte o que não for. E faça o mesmo com essa minha resenha, obviamente…

Feita essa ressalva, o livro é maravilhoso! Durante a leitura, fui copiando as dicas mais interessantes, e dentre essas separei as que mais gostei para encerrar:

“Duas ideias anteriormente não relacionadas se juntam e criam algo novo sob o sol. Seu trabalho não é encontrar essas ideias, mas reconhecê-las sempre que aparecerem.”

“Percebi que quase todos os escritores de ficção e poesia que já publicaram uma linha foram acusados por alguém de desperdiçar seu talento dado por Deus. Se você escreve (ou pinta ou dança ou esculpe ou canta, suponho), alguém vai tentar fazer você se sentir mal com isso, e isso é tudo.”

“Escreva com a porta fechada, reescreva com a porta aberta.”

“Os parágrafos são quase tão importantes por sua aparência quanto pelo que dizem; são mapas de intenção.”

“A descrição é o que torna o leitor um participante sensorial da história. Uma boa descrição é uma habilidade aprendida, uma das principais razões pelas quais você não pode ter sucesso a menos que leia muito e escreva muito. Não é apenas uma questão de como fazer, percebe; é também uma questão de quanto.”

“Fórmula: 2º Rascunho = 1º Rascunho – 10%.”

“O momento mais assustador é sempre antes de começar. Depois disso, as coisas só podem melhorar.”

“Escrever não é sobre ganhar dinheiro, ficar famoso, namorar, transar ou fazer amigos. No final, trata-se de enriquecer a vida de quem lerá seu trabalho e enriquecer sua própria vida também.”

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2022/05/as-preciosas-e-as-vezes-perigosas-dicas.html




site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Douglas Finger 29/05/2022minha estante
??


DANILÃO1505 10/07/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Susannah.Fincannon 01/11/2023minha estante
Ótima review e te desejo muito sucesso em sua carreira!


Fabio Shiva 02/11/2023minha estante
Gratidão pelo comentário e por essa energia boa! Assim seja, para nós todos!




Duda 20/06/2020

Sobre a Escrita
Ter alguém que acredita em você faz muita diferença.

Gostei muito da forma como esse livro foi escrito, leve e de fácil entendimento! Com várias dicas sobre como desenvolver personagens, construir diálogos, formular parágrafos, (tudo isso e mais um pouco), King também nos mostra as dicas relacionando-as com suas experiências, escrevendo seus próprios livros, ou mesmo acontecimentos de sua vida. Super indico, não só para quem tem interesse em escrever, mas igualmente para amante de livros, assim como eu.
Raul43 20/06/2020minha estante
??????




resenhasdajulia 01/12/2021

Uma verdadeira aula
Nesta autobiografia, dividida em várias partes, King inicia contando fatos sobre sua vida que o influenciaram a se tornar escritor.

Na segunda parte, chamada "Caixa de Ferramentas", o autor aborda o que ele acha necessário que uma pessoa tenha para que possa escrever, como, por exemplo, conhecimento de gramática e uma bagagem como leitor.

Na terceira parte, King dá dicas valiosas sobre a escrita e, na última, ele conta mais sobre o acidente que sofreu em 1999 e que quase acabou com sua vida.

Apesar de ser um livro que eu queria muito ler, pensei que seria um pouco cansativo. Pelo contrário, foi uma leitura muito fluida e direto ao ponto.

Sempre me sinto próxima do King quando leio algum livro dele e, ao ler esse, essa sensação foi mais forte ainda! Ao fim dessa leitura, passei a admirar mais ainda o mestre que, sem dúvidas, é meu autor favorito.

Vida longa ao King!
comentários(0)comente



Beatriz 26/01/2023

King não promete nada e entrega tudo! Até em um livro de não ficção, que ele busca ?ensinar? truques para a escrita, ele consegue prender a atenção e deixar fissurado nas páginas. Depois desse livro da até vontade de escrever algo? hahaha
Mulher dos Livros 26/01/2023minha estante
Tenho muita vontade de ler esse livro ?




Rahrt 26/12/2020

Escrita é telepatia.
Acho impressionante como Stephen King - mesmo sendo um gênio - fala sobre sua vida e sua capacidade criativa com humildade. É simples. É bonito. É arrepiante!
"Sobre a Escrita" te faz sentir como se ele estivesse conversando com você e, ainda que sua ambição nunca tenha sido escrever nem uma lista de compras, te dá vontade de anotar tudo o que ele diz.

Não é uma autobiografia e não é um manual para escrita. É só um cara muito f*da contando um pouco do que sabe, do que viveu e do que aprendeu.
comentários(0)comente



Larissa.Cifarelli 18/03/2021

King
Livro maravilhoso. King nós conta como foi seu início na escrita até os dias de hoje, livro de não ficção engraçado, leve e encantador.
Romilda.Rodr 18/03/2021minha estante
Amei essa leitura,já até li alguns que ele indicou.




LeandroCastro88 16/09/2020

Interessante
Primeiro livro de King que leio. Sei que é uma obra de exceção dele, mas foi interessante conhecer mais a vida e a forma de trabalhar do escritor. Quem sabe um dia leio algum de seus clássicos.
comentários(0)comente



Camila | @abismos.literarios 04/05/2020

Inspirador.
Resenha: Sobre a escrita: a arte em memórias - Stephen King
Editora Suma das Letras

“Escrever é mágico, é a água da vida, como qualquer outra arte criativa. A água é de graça. Então beba.
Beba até ficar saciado.”


💭 Demorei anos pra começar a ler esse livro, e nem sei dizer porquê. Ele estava na minha estante desde 2017. Posso dizer que me arrependo profundamente por esse fato. Stephen King sempre incrível, e com esta obra não foi diferente.

Neste livro, de não-ficção, Stephen King apresenta dicas e informações aos aspirantes à escritores, através do seu mundo particular. Sua vida está ali, e isso nos faz sentir uma proximidade extrema com o mestre. É uma leitura fluida, rápida, repleta de aprendizado, e -acima de tudo- realista. Me mantive presa do início ao fim.

Aprendemos que não existe uma receita pronta para a escrita, e sobre a importância de escrever sobre coisas que realmente conheçamos. O que evitar e o que desbravar. É um livro inspirador, que nos desperta o maior sonho frente à profissão. Conhecer a rotina e a história de Stephen proporciona uma sensação incrível, através de uma produção super carismática e cheia de senso de humor.

site: https://www.instagram.com/p/B_A3lZRHECJ/
comentários(0)comente



Simone 08/07/2020

Não são fórmulas
O autor inicia apresentando sua história, como começou a escrever. Ele trás boas dicas, de coisas que ele gosta ou não na escrita, mas sem decretar que "tem que ser assim". É como se fosse uma conversa entre autor e leitor. Não é daqueles livros "vem cá que agora eu vou te ensinar a escrever". É uma leitura gostosa, onde ele conta o que funciona para ele, e se você quiser, o conselho está dado ali.
comentários(0)comente



Rahrt 18/11/2020

Escrita é telepatia.
Acho impressionante como Stephen King - mesmo sendo um gênio - fala sobre sua vida e sua capacidade criativa com humildade. É simples. É bonito. É arrepiante!
"Sobre a Escrita" te faz sentir como se ele estivesse conversando com você e, ainda que sua ambição nunca tenha sido escrever nem uma lista de compras, te dá vontade de anotar tudo o que ele diz.

Não é uma autobiografia e não é um manual para escrita. É só um cara muito f*da contando um pouco do que sabe, do que viveu e do que aprendeu.
comentários(0)comente



Allan Tancredo 10/10/2020

Ler para escrever melhor.
Amei essa não ficção do Stephen King, ele me deu muitos insigts sobre escrita. É um livro tão gostoso de ler, que você se distrai e nem percebe a hora passar. Quero muito escrever, e vou seguir os conselhos do mestre. Recomendo a todos.
comentários(0)comente



Ricardo410 25/03/2023

A prosa do King é saborosa. Ele nos arrasta pra dentro do mundo dele, da banalidade da vida dele e por esse fascínio que seus leitores sentem, esse livro acaba se tornando algo que ele não é. Dizem que é um livro sobre conselhos para jovens escritores, não é isso, é um bate-papo de um autor que gosta de muito de falar e da gente, que é fã do trabalho dele, que se senta aos seus pés e o fica ouvindo. Só falta ele estender uma cerveja pra gente. É um livro gostoso de se ler, que fala sobre quase nada e isso é parte importante, falar sobre nada, falar sobre o vento, sobre a paisagem, se vai chover ou não, sobre o passado. O king tem esse dom ou uma grande cara de pau para não exigir de si mesmo tanto, em nenhum momento ele se impõe sobre o leitor, seu leitor não se sente acuado. A prosa do King é uma arte, uma forma distinta e quase única de arte.

Ah e sobre escrever e ir descobrindo o texto, é claro que o King planeja tudo antes, só não planeja os finais de seus livros, mas ele sabe aonde está indo e onde quer chegar, todo escritor sabe.
comentários(0)comente



Hazuki 29/03/2011

Leitura obrigatória para quem tem a pretensão de se tornar um escritor. Nele, Stephen King dá dicas ótimas para quem está pensando em começar a escrever e também para quem já escreve, mas está precisando de algumas dicas sobre como melhorar o estilo. Eu não tenho muita moral para dizer que “oh meu deus, esse é o melhor livro sobre métodos de escrita que eu já li em toda a minha vida”, visto que esse livro foi o primeiro do estilo que eu já li, mas devo dizer que não só aprendi muita coisa útil como também me diverti um bocado com ele.
On Writing não é um simples tutorial, tampouco um manual que detalha como as pessoas devem ou não escrever. Ele é praticamente um relato autobiográfico do Stephen King e motivacional com dicas embutidas. Fácil e rápido de ler. Recomendo!
Isabela 12/02/2013minha estante
Estava adiando essa leitura, por causa do inglês, mas acho que vou ler de vez.




Carme 31/05/2022

Sobre a escrita
Meu primeiro contato com Stephen King foi ao mesmo tempo decepcionante e empolgante. Esperava uma obra que falasse diretamente sóbre o processo de escrita, mas me deparei com a história de vida do escritor e do seu processo de escrita.
comentários(0)comente



Kassem.Abdalla 27/09/2021

É um livro pra quem quer ser escritor,ok?
Eu simplesmente achei esse livro PERFEITO. Qualquer aspirante a escritor deveria ler, pq tem dicas impecáveis aqui, q eu pretendo levar para toda minha vida.
N vou me aprofundar na opinião, já q essa resenha é apenas para o EU do futuro. Então, meu caro amigo, vc q voltou para revisar as melhores dicas do livro, cá estão:

1_Evitar descrever demais os persosngens(149-155) (descrever só até passar a imagem q quero passar)
2_ Tirar complementos dos verbos dicenti. Como "ele disse, francamente",tirar o "francamente", é desnecessário.(óbvio q tem exceções). O melhor vermos dicenti é "ele disse". Ponto. (114-119)
3_Tirar os detalhes que não agregão a história. Lembre-se;
2°versao=1°versão-10%.
4_Tirar voz passiva. Focar na ativa. Como: "O martelo foi pego por Mark"(errado)× "Mark pegou o martelo"(certo) (108-114)
5_Tirar advérbios. Soa como uma medida desesperada do autor para que o leitor entenda. EX: "Ele bateu a porta, firmemente". Esse "firmemente" n é necessário (110-111)
6_JAMAIS SE ESQUEÇA;
2°versão=1°versão - 10%.
E por fim, uma dica que não está explicitamente no livro mas eu não quero escrever; revise a ordem das informações e foque deixar tudo mais fluido.
comentários(0)comente



636 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR