seufuviu 01/04/2009
O CACHORRO LOUCO
“o paulo leminski é um cachorro louco, que deve ser morto...” etc.... Em meio à confusão urbana, o próprio Leminski apareceria no cenário para gritar: “Parem, eu confesso, sou um poeta!”
“Alguém na platéia quis saber:
— Como é seu processo de criação? Existe inspiração?
— Disciplina profissional. Eu não sou poeta de fim de semana, nem faço por hobby, como quem faz poesia quando vai para a praia. Faço poesia 24 horas por dia. Montei a minha vida de tal forma que a produção textual me permite pagar o aluguel no fim do mês, a escola das minhas filhas, o meu cigarro, o vinho. Antigamente, eu trabalhava mais no sentido de adquirir aquela perícia artesanal que todo mundo tem que ter. Agora, acho que as coisas estão mais automatizadas em mim. Quer dizer, com dois toques eu estou chutando em gol”.
(PAULO LEMINSKI – O BANDIDO QUE SABIA LATIM PAG.154)
O livro do Martins (Toninho Vaz), assim como era chamado por seu amigo poeta Leminski, autor desta biografia fabulosa, do não menos fabuloso Paulo Leminski, nos levará a imaginar a importância nas letras, nas artes, na vida & na transgressão do artista com sua sociedade, Isto é, as manobras ou mesmo os golpes marciais, que o Paulo imprimiu ao seu corpo de homem & de cavalo de su’alma bandida.
Aconselho, se conselho for uma forma e não um conteúdo, que não deixem de ler este livro.