Eduarda Graciano do Nascimento 28/08/2018Cadê Anne? Rainbow Valley é um lugar precioso para os filhos de Anne e Gilbert. As crianças Blythe continuam crescendo em inteligência, graça e carisma e vão adorar dividir esse pedacinho de chão que eles tanto amam com as crianças Meredith, os quatro filhos de um pastor local que roubam a cena e se metem em várias encrencas.
Se em Anne of Ingleside nossa ruiva favorita era uma mera coadjuvante, em Rainbow Valley podemos chamá-la de figurante. Não só Anne tem um papel terciário nesse livro como seus filhos também, pelo menos para mim, perderam o protagonismo.
Una, Faith, Jerry e Carl são os quatro filhos do reverendo John Meredith e eles, juntamente com a peculiar Mary Vance, são praticamente os protagonistas dessa história. John é viúvo e cria sozinho (praticamente, já que tia Martha está muito velha e ranzinza para isso) os filhos, que têm um fama que afastaria qualquer pretendente. Mary Vance chega de surpresa na vida dessas crianças, sendo órfã e tendo vivido uma vida de muitas dificuldades, ela logo ganha a simpatia e muita ajuda dos Meredith. O caso é que Mary não tem papas na língua e parece ser uma criança que sabe muito para sua idade, o que intimida as crianças e até os adultos.
Mas vamos falar do estranhamento que me causou essa história, que é vendida como um volume da série Anne de Green Gables mas que poderia muito bem se tratar de um spin off. Os Blythe aparecem muito pouco em contraste com os Meredith, que, diga-se de passagem, não têm nada de inovador em suas personalidades. Eles são muito parecidos com os próprios filhos de Anne e Gilbert: carinhosos, curiosos, espertos e se se comportam mal, é com boa intenção. Ou seja, crianças excessiva e impossivelmente morais.
Será que é exagero se eu disser que dentre os adultos, Anne é uma das menos importantes nesse livro? Ela virou a mãe dos coleguinhas que todo mundo ama e admira.
Como todos os volumes da série, a história não gira em torno de um plot principal, mas segue a vida dos personagens com o passar dos anos através, mais destacadamente, das estações. Vou chegando ao final dessa série com uma triste impressão de que não era necessário ter se alongado até aqui. Vejamos o que a história da doce caçula dos Blythe, Rilla of Ingleside, nos reserva!
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